Epílogo

795 56 26
                                    

- Ficou linda, não?

Perguntou Charlie de braços cruzados observando a fachada da casa. A cor azul bebê havia dado um toque mais suave a frente da casa, e as escadas de concreto e piso deixavam o ambiente mais firme e moderno, com um ar de renovação.

- Sim, fizeram um trabalho incrível!

Emília respondeu com um sorriso alegre formado em seus lábios. Ela virou-se para Charlie, que ainda estava emaranhado nas lembranças da antiga casa, e encarou a beleza dos olhos azuis, como se estivesse tentando adivinhar seus pensamentos.

- Está pensando nela, não é?

Ele a encarou e sorriu gentilmente.

- Sim... As lembranças dela sempre estarão aqui... Nessa casa e em meu coração.

Emília acariciou o rosto macio e observou cada traço de Charlie, procurando um meio de trazer conforto para o amado.

- Ela era sua mãe e isso jamais mudará. O importante é que seja feliz, como ela gostaria que fosse.

Charlie analisou a profundidade nos olhos marrons, passou a mão pelos cabelos de Emília e a trouxe para seu corpo com o simples gesto da mão na cintura.

- Eu te amo, Emília Ericson!

- Eu também te amo, Charlie Monroe!

Charlie a beijou com voracidade e a segurou em seus braços, segundos antes de subir os degraus da escada e adentrar a residência.

- Tem certeza de que quer fazer isso?

Emília o encarou ao adentrarem o escritório. Charlie a pôs no chão logo após e respirou fundo, passou a mão em seu cabelo, ajeitando-o, e a encarou.

- Tenho. A rede de mercado Moreric será o meu maior investimento, e com sua administração fará um grande sucesso.

Charlie segurou-lhe o rosto e distribuiu um beijo caloroso.

- Não acha que seu pai pode ser contra isso?

- Que se dane meu pai. Ele me afastou de minha mãe por anos, e de você também. Eu irei acertar minhas contas com ele assim que terminar o negócio.

- Não, por favor, não brigue com ele. Todos cometemos erros meu amor. Tenha uma conversa civilizada, eu sei que consegue.

Emília sorria nos braços de Charlie. Ela tinha um poder sobre ele que nem em mil anos de vida ele conseguiria compreender.

- Tudo bem. Já se passou algum tempo desde a morte de mamãe, talvez seja hora de superar isso.

Charlie sorriu e a beijou novamente. Estava tudo as mil maravilhas para o casal. O tempo e o destino pareciam ter finalmente entrado em um acordo para que Charlie e Emília pudessem viver juntos, vivendo o amor que sentem um pelo outro.

- E sua mãe? Continua enchendo seu saco por você ter vindo morar comigo?

- Não conhece mamãe? Ela sempre fará isso, mas no fundo sabe que não há ninguém melhor que você pra mim...

Charlie sorriu e quando se preparava para dividir mais um momento íntimo com Emília, seu celular começou a tocar. Ele pegou o telefone e sentiu um frio percorrer seu estômago ao identificar o número. Emília o encarou e percebeu a aflição na expressão de Charlie, que só poderia haver uma explicação. Ela passou a mão delicadamente pelo seu rosto e o olhou.

- Eu estou aqui, você consegue.

Charlie não esperava, e muito menos estava preparado para ter uma conversa com seu pai. Desde que voltara para o Texas não havia tido contato com seu pai, e não tinha planos para fazer isso tão cedo. Charlie respirou fundo e a olhou. Por mais despreparado que tivesse, o apoio de Emília era suficiente pra que ele enfrentasse qualquer coisa.

Amor de InfânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora