Capítulo 25 - Reencontros

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Durante duas semanas Aleksander dedicou-se integralmente a mim. De fato eu não estava nada bem. Mal conseguia me mexer nos primeiros dias e precisava da ajuda dele praticamente todo o tempo, até mesmo banho ele teve de me dar durante esse período. Mesmo essa dependência sendo um pouco ruim não podia reclamar. Aleksander era muito carinhoso e atencioso comigo. Limpava minhas feridas e trocava meus curativos como se fosse um enfermeiro nato. Cuidava para que eu tomasse meus remédios no horário certo. Fazia-me sair da cama para andar um pouco pelo apartamento, pois a ausência de exercício poderia causar-me pneumonia em decorrência da fratura na costela. Preparava minhas refeições de maneira balanceada e frequentemente chamava Silvana para verificar meu estado. Segundo ela, estava melhorando rápido do que muitas pessoas que passavam pela mesma situação. O motivo disso era óbvio possuía um fator de cura poderosíssimo: amor. Ser cuidada por Aleksander com certeza tinha feito a diferença.

Para não me deixar sozinha, meu chefe pedia para Dimitri levar o trabalho para seu apartamento e muitas vezes trabalhávamos juntos. Gostava quando ele me deixava participar porque me sentia menos inútil. Era bom para distrair minha cabeça e para tentar esquecer o que tinha acontecido, pelo menos por algumas horas. Todas as noites eu tinha pesadelos horríveis, nos quais Leonardo conseguia me sequestrar novamente. Felizmente a cama de Aleksander era king size e nós dois cabíamos, sem que houvesse perigo dele me machucar durante o sono. Dessa forma ele sempre estava ao meu lado quando começava a gritar no meio da noite e me tranquilizava.

Mesmo com todos os infortúnios foram duas semanas ótimas, mas infelizmente elas chegaram ao fim. O período de lua cheia iria começar e Aleksander precisava afastar-se de mim. Esperei até que ele me desse a notícia. Não queria pressioná-lo, já que as coisas iam tão bem entre a gente.

- Daniela... Amanhã eu precisarei viajar... – informou-me na noite anterior a lua cheia, enquanto jantávamos.

- Eu sei... – disse desanimada, não queria me afastar dele.

- Poderia ficar aqui e me trancar no quarto do pânico, mas seria muito arriscado. Fora que você ficaria sozinha durante a noite, logo não haveria sentido. Dadas as circunstâncias decidi que irei para a fazenda. Será melhor para nós dois.

- Tudo bem Aleksander, entendo completamente. Deixe-me no meu apartamento e pedirei para o Luís ficar comigo enquanto você estiver fora.

- Acha que ele dá conta? Posso contratar uma enfermeira para ficar com você...

- Não, prefiro ficar com alguém que eu conheço. Não quero que um desconhecido me acorde dos meus pesadelos... É apenas por uma semana e já estou bem melhor. A Silvana disse que posso tirar essa tipoia em no máximo dois dias e é só ela que me incomoda. Quando tirar poderei me virar sozinha. Não se preocupe comigo. Pode viajar tranquilo... - sorri tentando parecer confiante.

- Você sabe que eu me preocupo... – tomou minha mão e acariciou-a – vou deixar o telefone da fazenda com você. Não hesite em ligar se precisar de algo. Aliás, se quiser ficar no meu apartamento não tem problema.

- Obrigada, mas prefiro ficar no meu. Seria estranho trazer o Luis para ficar aqui comigo. Quando você voltar de viagem em volto para cá... Isso se você quiser é claro.

- Você não teria escolha. Iria te pegar pelos cabelos se fosse necessário – deu-me um beijo. Devido a minhas condições era só isso que podíamos fazer. Além de algumas caricias durante o banho, mas eu era a maior beneficiada, já que meu braço direito estava imobilizado.

Após o jantar liguei para Luís e comuniquei-lhe minha situação. Meu amigo, como eu sabia, colocou-se totalmente a minha disposição. Não o via desde o sequestro, pois também não queria que ele me visse no estado lamentável que estava. Pedi para que ele fosse ao meu apartamento por volta das três horas, pois Aleksander precisava passar a ele todos os detalhes de meu tratamento.

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