Capítulo 27

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Prolongo o beijo apenas por dois motivos: primeiro, porque estou a gostar e segundo, para ver se o moço deixa de olhar para mim, porque estou extremamente farta e desconfortável.  

— Vamos aos shots?
— Por favor!

Ouço a voz de Dya, que me faz despertar para terminar o beijo. Olho para onde eles estavam anteriormente, mas já nem se quer estão a pé de nós.

— Foram rápidos.
— Sim. Vá, agora quero que me expliques o que se passa. - ele diz cruzando os braços.
— A que é que te referes?
— É deste gajo que tu gostas? Estás a tentar fazer-lhe ciúmes?
— Não, de todo! Conhecemos o Gabriel antes de jantar numa manifestação à porta do McDonald's, porque aquele restaurante deve de ser fechado de tão nojento que aquilo está. Não confio muito nele, mas parece que a Dya gosta dele e ainda por cima passou a noite toda a olhar muito para mim. Deixou-me desconfortável, um dos motivos pelo qual te pedi para vires ter connosco, para eu não ter que o aturar sozinha e também porque te queria ver. Por isso é que eu disse aquilo e não estava nada à espera que me fosses beijar, não é?
— Achavas mesmo que eu ia desperdiçar a oportunidade de beijar esses lábios de novo? Essencialmente quando já estava a morrer de saudades deles?
— Estavas? - sorrio ao responder.
— Sim. Tu não?
— Estava, sim, mas sabes o que penso.
— Sei que não gostas de mim da mesma maneira, mas é difícil estar contigo sem te beijar e ainda por cima não recusas.
— Porque os teus beijos são como pipocas para mim... Irrecusáveis e viciosos. - sussurro ao seu ouvido para o provocar.
— Ai é?
— Sim...
— É bom saber que és viciada nos meus lábios e que não me consegues resistir.

Os nossos lábios estão novamente em sintonia, como se fossem um casal de namorados apaixonados, a bailar ao som de várias músicas, pois o ritmo era inserto conforme a variação do desejo um pelo outro. A única diferença é que eu não estou apaixonada por ele, porque o desejo é enorme. Como é que posso eu não desejar os seus lábios nos meus?

— Ainda nisso? - pergunta Dya ao chegar ao pé de nós.
— Pensávamos que vinham ter connosco.
— Não, estou bem melhor aqui agarrado à minha futura namorada.

Sorrio com a sua resposta e puxo-o para a pista de dança, para puder dançar agarrada a ele.
Os seus movimentos são sedutores, pelo menos depois do álcool começar a fazer efeito no meu sangue. As suas mãos agarram a minha cintura, de forma a não me deixar ir. Os seus lábios encontram o meu pescoço, várias vezes, o que me deixa um pouco atordoada. Os meus lábios procuram os seus, sedentos de vontade e desejo. As minhas mãos percorrem o seu cabelo, deixando-o com um ar mais selvagem. Os nossos corpos transpiram por não pararmos de dançar nem um segundo e os nossos corações batem em sintonia com a música que entra pelos nossos ouvidos e o tremer do chão, provocado pelas grandes colunas do bar.

— Que dizes a irmos para casa?
— Digo sim. Estou a ficar cansada e preciso de um bom banho.

Agarro nas minhas coisas e saímos do bar, depois de procurarmos os outros dois e não os encontrarmos. Vejo que tenho uma mensagem no telemóvel.

"Viemos ..., porque vocês... a seca. A ideia era estar contigo,... atenção Afonso, ainda por cima quando... gostas. Devias de deixar de... das outras pessoas."

Largo o telemóvel dentro da carteira por não conseguir ler direito o que estava escrito na mensagem. Encosto a cabeça à janela do carro e adormeço, acordando já deitada na cama, com vista previlegiada ao Afonso a despir a sua roupa mesmo à minha frente.

— Anda para aqui para ao pé de mim...
— Zara, dorme. Tens que te levantar cedo.
— Já durmo. Também não é por 20 minutos que durmo melhor.
— Tu é que sabes. Eu avisei-te.

Ele responde, mas vem deitar-se ao pé de mim, depois de deixar a sua roupa na cadeira ao fundo do quarto.

— Ajuda-me a despir.
— Não estás bem assim? Já te descalcei. -ele pergunta de olhos arregalados.
— As calças estão a apertar-me, tal como o sutiã e não gosto da sensação. Estou desconfortável.
— Tudo bem, eu ajudo.

Ele levanta-se da cama e desaperta as minhas calças, depois de eu tentar várias vezes e não conseguir. Noto que ele está nervoso com o que está a fazer, por estar tão atento e com a sua boca semi-aberta. Puxa-as para fora das minhas pernas e pousa-as ao lado das suas. As suas mãos percorrem as minhas costas até encontrar o fecho o sutiã, e ajudo a tirar o mesmo.
Deita-se a meu lado e eu agarro-me a ele com a cabeça deitada no seu ombro, e noto que ele fica um pouco desconfortável, mas eu estou tão bem.

— Zara...
— Que foi?
— O que é que estás a fazer?
— Estou apenas agarrada a ti para dormir confortável, posso?
— Sim, podes.
— E podes-me dar um beijinho de boa noite?

Ouço-o suspirar, o que me faz perguntar o porquê do seu ato. Para quem tinha tantas saudades dos meus lábios.

— Sim, claro que sim. - as suas mãos pousam no meu cabelo, colocando-o para trás das minhas orelhas.

Prolongo o nosso beijo, mais do que ele esperava, acabando por me colocar em cima dele. Roço as minhas cuecas nos seus boxers, deixando-o cheio de desejo. As suas mãos pousam no meu rabo, ajudando com os meus movimentos e os seus lábios vagueiam pelo meu pescoço, deixando várias marcas dos seus dentes e soltando gemidos de prazer.
Ele já se encontrava em cima de mim, quando para de me beijar e me larga, deixando-me chateada.

— Porque é que paraste?
— Tu estás bêbeda, e eu não me posso descontrolar contigo.
— Como assim? Afonso, eu quero que o faças. Quero os teus beijos. Eu quero-te. Beija-me.
— Nós nem namoramos. Eu sei que não és assim de o fazer sem namorar com qualquer pessoa. Anda, vamos dormir.
— Tu não és qualquer um e se é por não namorarmos, eu aceito namorar contigo, mas por favor, não me deixes assim agora. - digo e por fim mordo o meu lábio inferior.
— Tu não sabes o que te fazia agora, mas não posso. Tu estás bêbeda.
— Vou ficar chateada contigo.
— Prefiro que fiques chateada até acordares do que dar-te o queres e depois de acordares ficares chateada comigo.
— Afonso, eu já não estou bêbeda. Agora, por favor, fode-me.

Between Brothers [ Concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora