Eduardo
Duas semanas depois...
Olhava à todo instante para meu celular. Estava sendo difícil em controlar minha ansiedade naquela manhã. Marina ligaria assim que estivesse com o resultado em mãos. Tentava ocupar minha cabeça com os processos que precisava ler. Mas estava muito complicado.
Marina resolveu tomar a pílula do dia seguinte, não vou mentir, mas fique mal com aquilo. Seria maravilhoso termos um filho juntos. Ouvi meu celular tocar, olhei rapidamente para o visor e atendi.
— Olá — digo.
— Oi, Edu.
— Pegou o resultado? — pergunto.
— Peguei — responde — deu negativo.
Fiquei triste ao ouvir aquilo dela. Já estava imaginando uma menina linda, correndo e sorrindo para nós.
— Edu? Edu, continua aí? — indaga.
— Estou aqui — suspiro.
— Tudo bem?
— Sim, tudo bem.
— Preciso desligar agora. Nos vermos à noite?
— Claro. Bom trabalho, beijos. Te amo.
— Bom trabalho, meu amor — fala.
Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios. Ela nunca havia me chamado dessa forma carinhosa. Era uma grande evolução no nosso relacionamento. Aos poucos ela estava quebrando às barreiras.
Não tive nenhuma audiência naquele dia, por isso, acabei ficando dentro da minha sala trabalhando e colocando algumas coisas em dia. Ouvi meu celular tocar novamente. Era meu irmão.
— Eduardo, você não vai acreditar — diz.
— No quê?
— Meus filhos estão nascendo — ri — eles estão chegando, meu irmão — chora.
— Já chegou ao hospital? — pergunto nervoso.
— Estou — responde — venha pra cá, por favor — pede.
— Mande o endereço por mensagem. Logo estou chegando — desligo.
Não perco tempo arrumando minhas coisas, deixo elas do jeito que estão, pego minha pasta e saio da sala. Informo que não voltarei hoje e saio em disparada para o hospital.
Emanuel, meu irmão, estava sentado numa das cadeiras e logo seus olhos me encontraram. Estavam completamente vermelhos.
— Já nasceram? — pergunto, abraçando ele.
— Ainda não — sorri emocionado.
— Não era para daqui à dois meses? — digo.
— Seria o certo — nos sentamos — o médico havia nós avisado sobre isso. Estávamos esperando à qualquer momento um sinal deles. E chegou.
— Dará tudo certo — afirmo.
— Obrigado — agradece.
Acabei sentindo seu perfume de longe. Marina estava ao lado de Vítor, que tinha um largo sorriso nos lábios. Seus olhos também estavam vermelhos.
— Nasceram? — Marina, pergunta.
— Não — beijo seus lábios — acho que falta pouco agora.
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Recomeço
RomanceMarina abdicou de todos seus sonhos. Ela não estava esperando por aquela gravidez. Teve que mudar o rumo da sua vida, pois criaria o filho sozinha. Ela precisou recomeçar! Eduardo passou alguns anos fora. Resolveu voltar ao Brasil, abrir seu escrit...