Marina
Guardei meu celular no bolso da calça. Caminhei novamente até a mesa que estava sentada com Cíntia. Ela estava voltando agora da cozinha, com um prato e algo dentro dele. Na mesma hora, minha barriga se manifestou.
— Espero que goste — sorriu.
— Sou louca por torta fria — sento no meu lugar.
— Eu mesma preparei — corta um pedaço — Marcos come uma sozinho — ri.
— Meu deus! — arregalo os olhos.
Coloco um pedaço da torta na boca e suspiro. Cíntia sabia cozinhar muito bem.
— Deliciosa! — afirmo — fazia tempo que não comia.
— Agora temos um motivo para nos encontramos — diz.
— Desse jeito irei viver aqui — rio.
— Nem tem problema algum. Gosto muito de cozinhar.
— Eu também gosto muito — falo — sempre gostei de inventar coisas na cozinha.
— Uma hora marcamos algo e iremos cozinhar juntas.
— Ótima ideia — sorrio, comendo minha torta.
— Luan disse que têm um filho.
— Tenho. Um menino lindo — falo, toda boba.
Pego meu celular novamente, desbloqueio ele e procuro por alguma foto recente de Samuel.
— Aqui — entrego meu celular.
Marisa sorrio ao olhar a foto.
— Muito lindo! — afirma — cheio de sardinhas. Parabéns — devolve o celular.
— Obrigada — agradeço.
— Posso lhe fazer uma pergunta pessoal? — pergunta.
— Pode — respondo.
— O pai do seu filho é aquele rapaz bonito? — come sua torta.
— Não — falo — ele é meu namorado. Mas ele registrou o Samuel como filho. Ele é o pai.
— Esse homem é louco por você — diz sorridente — percebi naquela noite da festa. Ele ficou bem preocupado por você.
— Ficou mesmo — lembro daquela noite.
— É o pai biológico?
— Ele não quis saber da gestação — digo.
Cíntia acabou mudando de assunto. Conversamos mais um pouco sobre o projeto, terminei de anotar tudo na minha agenda e guardei na bolsa. Acabei comendo outro pedaço de torta fria.
Fiquei muito à vontade na presença dela. Cíntia era uma pessoa simples, carismática e muito alto astral. Me senti muito bem ao seu lado naquela tarde.
— Vamos marcar um almoço — ela diz — Samuel gosta de piscina?
— Parece um peixe — rio.
— Irei conversar com Luan e marcamos.
— Estarei esperando — digo — nos vemos na próxima semana?
— Quarta-feira começamos as obras — me abraça — cuidem-se!
— Obrigada pela tarde — retribuo o abraço dela.
— Eu que agradeço — sorri.
Destranco meu carro, abro à porta e largo minhas coisas no banco de trás. Dou um aceno para ela e vou embora.
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Recomeço
RomansaMarina abdicou de todos seus sonhos. Ela não estava esperando por aquela gravidez. Teve que mudar o rumo da sua vida, pois criaria o filho sozinha. Ela precisou recomeçar! Eduardo passou alguns anos fora. Resolveu voltar ao Brasil, abrir seu escrit...