Capítulo 8

12.9K 1.2K 60
                                    

Eduardo


— Que olhar é esse? — pergunta Emanuel.

Meu irmão havia aparecido no escritório e convidei para almoçar comigo. Agora estávamos aqui esperando nossos pratos.

— Que olhar? — bebo minha água.

— Somos irmãos — diz — passamos nove meses juntos e lhe conheço muito bem.

O garçom logo aparece com nossos pratos. Meu risoto de camarão estava com uma cara ótima.

— Estou esperando — fala.

— Convidei Marina para sair — digo.

— Marina? — ergue a sobrancelha.

— A única que conhece — provo meu almoço.

— Não acho uma boa ideia isso.

— Por que disso?

— Ela é totalmente diferente das outras mulheres — larga o garfo — não é como as mulheres que ficam. Você pega geral.

— Peguei geral mesmo — admito — estava solteiro e queria aproveitar o tempo perdido — suspiro lembrando de tudo — sei lá, Marina é totalmente diferente de todas as mulheres que sai. Gosto muito do jeito dela. Ela mexeu comigo de uma forma... Não sei como explicar. Conhece o pai do Samuel? — pergunto.

— Não — responde — nunca comentou nada sobre ele. Marina é bem reservada em sua vida pessoal. Mas ela aceitou sair contigo?

— Aceitou — rio — mas Samuel acabou escutando o convite e perguntou se poderia ir junto.

— Sério?

— Sim — sorrio — agora preciso escolher um lugar que ele entre. O garoto é show de bola.

— Samuel é incrível — sorri — irá gostar muito dele. Mas...

— Não precisa falar nada — interrompo ele — irei com calma. Quero ficar com ela — afirmo — com os dois.

— Espero que ninguém saia machucado.

— Ninguém sairá — garanto.

Emanuel não disse mais nada. Acabamos focando em nossos pratos e mudamos de assunto logo depois.

Após meu almoço com Emanuel, voltei para o escritório e lembrei que tinha uma cliente naquela tarde. Ela estava em processo de separação e gostaria de uma orientação profissional. Passamos um bom tempo conversando e tentei auxiliar ela de alguma forma.

Acabei saindo mais uma vez tarde do escritório. Meu corpo estava precisando de banho e cama urgentemente. Arrumei tudo, peguei minhas coisas e deixei a sala.

O trânsito não estava dos melhores naquela noite. Acabei chegando uma hora depois no apartamento. Larguei minha pasta sobre o sofá e segui para o banheiro.

Após meu banho, preparei algo para comer e fui assistir um pouco de televisão. Mas Marina não saia do meu pensamento de jeito nenhum. Peguei meu celular e resolvi arriscar.
Mas ela acabou não atendendo e desistir após algumas tentativas.

Estava concentrado assistindo um filme, quando ouço meu celular tocar e atendo sem olhar quem é.

— Alô — digo.

Eduardo?

Imediatamente pego o controle remoto e coloco no mudo. Conhecia aquela voz suave de longe.

— Marina — murmuro.

Havia uma chamada perdida — diz.

— Queria marcar nossa saída — falo — caso não tenha mudado de ideia.

Recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora