Capítulo 55

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Marina

Levantei rapidamente da cadeira, abri a porta e segui em direção ao estacionamento. Roberta falou tudo aquilo e vai embora. Mas isso não ficaria dessa forma. Procurei ela pelo estacionamento e logo encontrei ela.

Roberta estava abrindo a porta do seu carro, toquei no seu ombro e assim que ela virou, não lhe dei tempo em falar nada. Virei minha mão na cara dela. Foram dois tapas.

— Você não tem amor próprio? — pergunto — precisava recorrer para uma mentira? — bufo — essa sua mentira quase causou o fim definitivo do nosso relacionamento. Achou que ele ficaria com você? Não precisa responder. Pois você conhece muito bem à resposta.

— Conheço muitíssimo bem — arruma seus cabelos — Eduardo está perdendo uma mulher maravilhosa — empina seu nariz — deveria ter continuado com essa mentira. Assim você sempre teria um pé atrás com ele — ri.

— Ele encontrou essa mulher. Sou eu! — afirmo — quero você longe dele. Entendeu? Longe. Ou sentirá minha mão na sua cara novamente.

— Não tenho medo de você — diz — terá volta esses dois tapas — avisa — fica esperta, Marina.

— Também não tenho medo de você — cruzo os braços — agora suma da minha frente. Tenha um pouco de amor próprio — grito, enquanto ela está entrando no carro.

Roberta acelera seu carro e vai embora. Acabo soltando minha respiração que estava prendendo. Volto caminhando com cuidado para loja. Assim que estou chegando próxima da mesa de Jade, sinto uma tontura e preciso segurar na ponta da mesa.

— Marina — recebo sua ajuda — você está branca — fala nervosa.

— Estou bem — tento levantar.

— Pode ficando sentada — avisa — aquela mulher disse alguma coisa?

— Apenas discutirmos — acabo levantando da cadeira — estou bem. Continuarei meu trabalho.

Não consigo chegar na porta. Minha visão acabou ficando turva e não vi mais nada depois.



Aos poucos fui reconhecendo o local que estava. Mas não lembrava como havia parado ali. Olhei para o lado esquerdo e encontro Eduardo. Ele estava mexendo em seu celular.

— Edu — chamo ele.

— Meu amor — levanta do sofá — está sentindo alguma dor? Vou chamar o médico.

— O quê houve? — pergunto.

— Você acabou desmaiando no trabalho, amor — alisa meu cabelo — Jade chamou por Vitor e trouxeram você — diz — não demoro — beija meus lábios.

Eduardo sai praticamente correndo do quarto. Faço um pequeno esforço e sento na cama. Alguns flashs começam aparecer e aos poucos vou lembrando. Havia discutido com Roberta no estacionamento.

À porta foi aberta novamente. Eduardo entrou com um senhor e deduzi que ele fosse o médico. Ele sorriu e retribui o sorriso.

— Sentindo algum desconforto? — indaga.

— Estou ótima — informo — aconteceu algo com os bebês? — aliso minha barriga — não esconda nada, doutor.

— Vocês estão ótimos — respiro tranquila — sua pressão subiu muito, Marina. Isso não é nada bom para uma gestação. Ainda mais de gêmeos. Teve algum desentendimento por alguma coisa?

— Tive — murmuro.

— Algum cliente, amor? — Edu, pergunta.

— Depois conversamos sobre isso — suspiro — quando voltarei para casa?

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