Bônus

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Lorenzo


Havia olhando diversas vezes para o relógio no meu pulso, e nada do detetive particular. Precisei contratá-lo para saber mais sobre Marina e meu filho. Foram tantos anos fora do Brasil.

— Finalmente chegou! — exclamo — descobriu algo? — pergunto.

O detetive retira lentamente seu casaco, faz sinal para o garçom e faz seu pedido:

— Uísque.

— Algo mais?

— Apenas — responde calma.

— O mesmo que ele — peço.

— Com licença.

— Aqui está — entrega uma pasta.

— Seguiu ela todos os dias? — indago.

— Como combinado.

Nao perco mais meu tempo, simplesmente abro à pasta, que contém as informações de ambos e vou lendo rapidamente.

— Eduardo Alves Carrion — murmuro — esse sobrenome não é estranho.

Antes que o detetive fale alguma coisa, o garçom chega e deixa nossos drinks.

— Ele é filho do empresário Charles Carrion — bebe sua bebida — dono de diversas concessionária do Brasil. Ele também é um ótimo advogado.

— Sabia que conhecia de algum lugar — continuo lendo.

— O senhor tem certeza que a criança é sua?

Levanto meus olhos da pasta.

— Por que dessa pergunta?

— Ela é negra — diz — a criança é branca. Será que ela não adotou?

— Marina nunca mentiria isso — informo — ela sempre foi uma moça digna. Tenho certeza que o Samuel é meu filho. Espero não ouvir mais esses tipos de comentários. Está sendo pago para fazer seu trabalho, não para da palpites — encerro o assunto.

Juarez, o detetive, não falou mais nada e ficou bebendo seu uísque puro. Continuei lendo as informações de todos que haviam na pasta.

— Tenho o suficiente — fecho ela.

— Posso segui-la por mais alguns dias.

— Estou satisfeito — entrego um envelope — aqui está seu pagamento — levanto — boa noite.

Deixo uma noite de cinquenta reias sobre a mesa, pego aquela pasta que tinha todas as informações e fui embora. Minha cabeça estava dando voltas naquela noite.

Como havia sido tão cruel?

Eu era pai!

Abri novamente aquele pasta, nela tinha uma foto do meu filho, peguei e fiquei olhando por alguns minutos. Ele era parecido comigo nessa idade.

Havia uma foto dele, com Marina e Eduardo. Ambos pareciam bem felizes num passeio qualquer.

Quanto tempo havia perdido?

Havia sido um moleque anos atrás, acabei deixando toda responsabilidade com Marina e fui viver fora do Brasil.

— Imbecil.

Agora teria uma luta para ter meu filho comigo, mas isso, ela não poderia negar, não mesmo. Não iria mais perder tempo sem ele.

Resolvi passar na casa dos meus pais antes, tinha que procurar uma foto minha, quando estava na mesma idade de Samuel.

Recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora