"Quantas vezes eu posso ver seu rosto? Quantas vezes você vai acabar indo embora? Eu só tenho que deixar você saber. Eu não estou tentando iniciar um incêndio com esta chama, mas eu estou preocupado que o seu coração possa sentir o mesmo e eu tenho que ser honesto com você [...]"
[Roses - Shawn Mendes]✧ • ✧ • ✧
- Jughead... - Betty me acorda delicadamente.
A olho e percebo que seu pijama era o mesmo do dia em que dormi na sua casa.
- Que horas são? - Pergunto me levantando.
- 10:00 horas da manhã.
Apanho meu celular e, ao ligar-lo, vejo qual dia estamos.
- Meu Deus. - Minha cabeça volta aos travesseiros em um movimento involuntário. - Eu tive um sonho muito maluco.
- Eu também tive. O mais maluco desse mundo.
- Conta primeiro o seu. O meu pode ser meio vergonhoso.
- Certo: eu sonhei que estava morrendo em um hospital e a última coisa que disse foi que eu o amava. Talvez tenha sido uma confusão do meu cérebro com meu pai. Que loucura.
- Nossa, pesado. O meu foi um pouco mais extenso. - Explico toda a história do Archie, da Veronica... - Também sonhei que um garoto novo chegava na escola e eu ficava com ciúmes, porque ele vivia com você. No final aconteceu algo e eu falei que a amava.
- Uou, quanto amor. - Ela ri. - Isso pode significar uma grande amizade.
Rio também, foi uma grande coincidência sonharmos com praticamente a mesma coisa. Não vou mentir: até que o sonho foi legal, mas Betty é minha amiga e acho que nunca ficaria comigo. Isso tirando os fatores como Alice Cooper, inútil divisão da cidade... Muita coisa.
Enquanto tento me perder em meus pensamentos e teorias sobre o sonho, uma coisa pior ronda consecutivamente meu cérebro. Ontem, quando estávamos procurando os documentos, vi uma pasta que carregava exames de DNA, os papéis confirmavam que Betty era uma Blossom. Isso ainda está um pouco difícil de engolir, mas tento agir normalmente para não levantar suspeitas. No calor do momento pensei em contar a verdade, porém acho melhor poupar Betty de mais uma mentira nunca contada.
- Eu vou... Você sabe. - Falo ainda meio sonolento.
- Tudo bem.
Me dirijo dessa vez ao seu banheiro, onde lá tomo banho e visto a última roupa que havia trazido. Após terminar minhas higienes pessoais espero Betty sentado na sua cadeira.
- AH! - Ela grita e eu imediatamente abro a porta do banheiro espontaneamente. - Uma barata!
Vejo seu corpo nu, coberto apenas por algumas bolhas de sabão. Já estou acostumado, penso. Mato a barata com minha sandália e jogo a intrusa no lixo. - Não vi nada, estou saindo.
Betty termina seu banho e sai do banheiro vestida. Nossos estilos são tão diferentes.
- Você está linda. - A aprecio por segundos e logo paro ao perceber o que acaba de sair da minha boca.
- Obrigada. - Seus olhos brilhavam em agradecimento.
Meu celular interrompe o pequeno clima com um toque.
- Archie, seu vacilão!
[ELIZABETH COOPER ON]
Jughead acaba de ir embora da minha casa, e levou consigo um pouco da minha animação. Quem não o conhece acha que é apenas outro adolescente, mas eu não. Ele tem algo que eu não consigo identificar... As vezes nossas conversas são superficiais, mas seus profundos olhos verdes parecem me possuir de uma forma inexplicável. Eu não demonstro isso, deve ser normal.
Ele é muito legal e gentil comigo, como não gostar disso?
- Betty, ocupada? - Veronica me liga.
- Não.
- Estou indo para aí.
Depois de 15 minutos V chega em minha casa. A convido para entrar e subimos para meu quarto.
- Você estava com Archie ontem à noite?
- Não. Por quê?
- Nada. - Penso no sonho de Jughead.
- Ok... E aí, como seu pai está?
- Bem, ontem foi uma noite difícil mas ele conseguiu ficar bem. Acredita que ele está assim porque estava transando com Penelope Blossom?
- Oh, meu Deus. - Ela ri e eu também, é engraçado mesmo.
- Pois é, seria cômico se não fosse trágico. Ou ao contrário.
- Falando em pais... O meu decidiu aparecer.
- Como assim?
- Minha mãe estava preparando as coisas para a chegada dele, por isso que me chamou.
- Nossa. E o que você acha disso?
- Vai ser difícil e estranho encarar ele depois do que aconteceu. Tenho tantas perguntas e tantas novidades para contar. Em Nova Iorque, quase sempre íamos jantar em algum restaurante bistrô, lá contávamos as novidades do dia. Isso acontecia desde os meus 10 anos de idade e de uma hora para outra era apenas eu e minha mãe, comendo em casa, sozinhas e sem muito assunto.
- Eu entendo como é, mas pode contar comigo para contar as novidades do dia. Eu tenho muita coisa para compartilhar também.
- Primeiro você.
- Ok. Bom, além de tudo com meu pai algo está acontecendo comigo. Comigo e com Jughead.
- UUH! Conta mais!
- Estivemos bem próximos esses dias, principalmente por causa de você e Archie. Nesse tempo eu venho conhecendo um lado dele tão bom! De baixo daquele sarcasmo negro há uma pessoa gentil, carinhosa e atenciosa. Ele não costuma me falar muito sobre o que acontece na vida pessoal, mas eu sei que há problemas. O mais incrível é que mesmo assim ele não deixa de me apoiar, sem se fazer de vítima. Quando estou com ele sinto que meus problemas desaparecem, mesmo que por um milésimo de segundo. Entende?
- Nossa, garota. Isso foi...
- Ele é meio bipolar também, sempre resolve seus problemas comigo de uma forma um tanto quanto triste. Por exemplo, falando que eu não sou sua amiga, mas depois vem se desculpar. Que é outra coisa que eu gosto nele, sempre se desculpa deixando seu ego de lado.
Continua...
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Tenha calma - Bughead
FanficApós sua escola ser incendiada e perder a maior parte de seus amigos, a jovem e ansiosa Elizabeth se encontra desamparada ao descobrir segredos sobre seu meio que nunca desconfiou. Entretanto, ela conhece Jughead, um garoto meio problemático mas de...