Capítulo 17 - O que sente?

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"Eu fingirei que estou beijando os lábios dos quais eu sinto falta, e espero que meus sonhos se tornem realidade."
[All My Loving - The Beatles]

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Minhas mãos sentem a calmaria de seu corpo e nossos lábios se desvencilham lentamente. As bochechas de Betty esquentam e coram de algum sentimento assemelhado a vergonha.

Sem dar tempo o bastante para a loira recuperar seu fôlego, a abraço.

- Me desculpe. - Era incontrolável.

- Tudo bem. - Ela enxuga algumas lágrimas. - Você me ajudou, obrigada. Mas preciso ir.

- Como assim? Ainda temos aula.

- Não, Jughead. Eu preciso mesmo ir para casa.

Antes de sequer pensar em segura-la, as portas do banheiro se fecham. Não desisto fácil, lembro de minhas notas razoavelmente boas e ignoro a ultima aula do dia seguindo atrás de Betty.

- Elizabeth! - Já fora da escola, a chamo.

Infelizmente, ela me ignora, como se eu não existisse. Alcanço a garota depois de muitos metros.

- Betty... - Fico à sua frente e ela desvia. Corro mais um pouco e, deixando meu tronco cair de cansaço, subo apenas minha mão direita em direção ao seu abdômen. - Por favor, pare.

[ELIZABETH COOPER ON]

Travava uma longa batalha com o desejo de parar e conversar com Jughead, mas... Eu sei que vou me arrepender.

- Pare você! - Empurro sua mão e sigo adiante.

Ao contrário do que disse, meu destino real é o rio Sweetwater - lembro de passar tardes inteiras observando o pôr do sol com meu pai enquanto mamãe iniciava seu turno no Register.

Saudades desses tempos, onde tudo era mais fácil e só me importava em contar sobre meu dia na escola. A imagem que toma meus olhos parece ser exatamente a mesma de alguns anos atrás, nada mudou, exceto eu.

Lembro de querer me tornar uma pessoa popular no colégio, com um namorado, amigas e uma família perfeita. É certo que esse sonho não está destruído por completo, porém se despedaça aos poucos.

Horas de reflexão se passam e em uma inspiração forte átomos revigorados se instalam em meu corpo por inteiro. Me levanto do gramado e ando sem pressa até minha casa.

No caminho, vejo o trailer de Jughead - desperta em mim a saudade de seu abraço e a lembrança do gosto de seu beijo. Chacoalho minha cabeça como se tudo fosse sumir.

Chegando em minha casa abro a porta e subo direto para o quarto de minha mãe, da qual sentia muita saudade.

- Oi mãe! - A abraço e deito ao seu lado na cama.

- Elizabeth! Como foi seu dia?

- Bom.

- Bom?

- Sim. Nada demais. - Minto para não causar mais preocupação.

- Mãe, qual o nome da doutora que me dava os remédios para ansiedade?

- Dr. Morgan Foster. Por que?

- Ah, minha amiga estava tendo algumas crises.

Tenha calma - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora