Nunca mais reclamo da chuva!

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Era tarde quando acabei todas as petições que estavam em minha mesa no escritório no centro do Rio de Janeiro,

Fazia algum tempo que pensava naquele segurança, barbudo, meio bruto,

Que só se dirigia a mim falando; "Boa noite, doutora Bárbara", quer companhia até o edifício central para pegar o seu carro?"

Por fora, eu respondia séria; Não, obrigado Arthur, estou acostumada a ir sozinha. Graças a Deus ainda está cedo"

Por fora, porque por dentro, estava louca para aquele homem entrar no elevador, é me agarrar de jeito, aham, era só sonho mesmo!Lindo daquele jeito até parece que iria olhar a ADV. de óculos de grau, carregando vários livros e que tinha o péssimo costume de descombinar os sapatos com a roupa, seeeeeeeei! - Sonha Babi! - Falei para meu reflexo no espelho do elevador.

Naquela noite, eu saí mais tarde, e vi que era noite e chovia demais da conta:" droga, final de ano, centro vazio e ainda tenho que andar uns bons 300 metros até o edifício central"

Qual não foi minha surpresa ao dar de cara com Arthur, na porta do elevador?

Fiquei sem ar, sem chão, sem pernas, completamente envergonhada, sem ele ao menos me olhar.....

Tentei disfarçar, juro que tentei, até ouvir aquela voz grossa chamar meu nome; Boa noite, Bárbara, posso te fazer companhia até o edifício garagem? Minha moto está lá, faremos companhia um ao outro, o que me diz?

Um milhão de motivos para dizer NÃO passou pela minha mente, mas dessa vez, resolvi dizer SIM...e eu fui.....

Descemos no elevador, e ele do alto dos seus 1,90 olhava para mim de um jeito que homem nenhum nunca olhou em meus 39 anos de vida, e eu não sabia onde enfiar as mãos para esconder a ansiedade.Era a primeira vez que via Arthur, sem o uniforme da empresa de segurança. E ele era alto, imagina um homem alto, e sem medo de ser feliz, naqueles 1,90?Braços cobertos de penugem que a primeira vista, pareciam ser macios ao toque, cílios longos, do tipo que demoramos, no mínimo 5 camadas de rímel para conseguir igual, e os lábios?Ah, que lábios lindos! Rosto quase perfeito, e sendo quem sou, dei de cara com ele, olhando para mim...

Aham, olhando para mim!Resolvi que não iria abaixar a cabeça, comecei a encarar também, afinal de contas eu não fiz nada de errado, a não ser tecer mil fantasias em como chamar aquele deus grego para tomar um suco de laranja, ( sim, porque ninguém alcança aquele nível de músculos "naturalmente", bebendo refrigerantes e comendo "podrões" na esquina), por mais deliciosos que sejam esses sanduíches. Foi mais fácil pensar do que fazer, acabei abaixando a cabeça, quando vi seu olhar....

De repente, ele apertou o botão de emergência do elevador, e passando a mão pelas minhas costas, aquele homem lindo me empurrou para o fundo do elevador e abaixando a cabeça, cheirou meu pescoço, esfregando aquela barba por fazer, continuou a abaixar a cabeça, e desceu as duas mãos, parando um pouco acima da minha bunda, me pressionando contra ele, e beijando meu pescoço, senti seu hálito quente ao dizer:

- Se você não quer a mesma coisa que eu, por favor, fale agora.....

Nunca na vida, eu diria NÃO aquele homem, levantei os lábios e fiquei na ponta dos meus pés, envolvidos, pela minha bota de salto alto, estendi as mãos para o alto, e avancei os poucos centímetros que separavam os lábios daquele homem dos meus.

Até que chegamos no térreo, e dei de cara com Arthur estalando os dedos na frente dos meus olhos...

Era só um sonho, um dos muitos que eu tinha, desde que caí na frente daquele segurança lindo.....

Envergonhada, pedi desculpas e tentei sair, antes que falasse ou fizesse mais alguma coisa.....

-Barbara!Espere um instante, por favor, - não adiantaria, apressar os passos, perderia fácil para aquele homem de 1,90 de altura, então resolvi parar no hall, que aquela hora estava vazio...ainda bem que só restava o segurança da noite, que fingia não ver as coisas que aconteciam nas madrugadas da Avenida Rio Branco....

O segurança e euOnde histórias criam vida. Descubra agora