Não lembro como chegamos naquele hospital, tudo se passou em câmera lenta para mim, Marcella chamou um uber e fomos para lá, mas daquele dia eu não consigo lembrar de quase nada do caminho, Marcella informou o nome de Arthur, e a cara da recepcionista só me fez pensar o pior naquele momento, respirei fundo e fui a frente, o hospital estava lotado de vítimas e parentes de vítimas querendo notícias, o acidente foi devido a má sinalização e um motorista de ônibus imprudente, foi o que se constatou semanas após o acidente.
Bárbara não sabia se avançava ou fugia, mas aí se lembrou dos avós de Arthur e sua filha e tentou ser forte para o que estava por vir...
- Enfermaria 4, leito 5, senhoras, podem entrar as duas, vocês, são da família?
- Sim, ela é a noiva dele...
- OK, podem entrar, o médico vai falar com vocês sobre o estado dele. -
Barbara e Marcella seguiram pelos corredores daquele hospital sem ao menos piscar, e diante da porta da enfermaria, Marcela segurou a mão de Babi, tentando transmitir uma força que ela não sabia se tinha...
Por todos, precisava ser forte, Babi tinha decidido, ao procurar o leito 5, ambas prendiam o fôlego, com tanta tristeza que viam, nos olhares dos familiares que estavam ali, naquele momento Babi, pediu forças a Deus para conseguir aguentar as notícias que viriam pela frente, a enfermeira não explicou que na verdade a "enfermaria", era uma enfermaria de CTI, onde os casos mais graves eram encaminhados, respirando fundo, Babi abriu a cortina que separava Arthur dos outros leitos, conferindo uma falsa "privacidade", mas não estava preparada para ver o estado que ele estava, entubado, Barbara respirou fundo e sentou na cadeira que estava ao lado do leito, as lágrimas que corriam, nem ao menos eram sentidas por ela.
Precisava se concentrar agora e saber o que poderia ser feito e qual a gravidade do caso de Arthur, pensava Marcella, despertando seu lado prático ao ver o quanto a mais sensata entre suas amigas desabava em lágrimas sentidas ao lado do homem que amava, foi em busca do médico que passava.
- Boa tarde dr. somos parentes do paciente do leito 5 e precisamos saber o real estado do paciente, avisar aos avós, e saber o que podemos fazer para ajudar na recuperação do meu amigo.
- Boa tarde, senhorita ????
- Marcella - respondeu apertando amão do jovem médico que se apresentou como Carlos Alberto. No momento Marcella achou mais prudente ocultar o fato de ser médica, atuante em um dos hospitais públicos do Rio de Janeiro, trabalhando no CTI, já viu muitas vezes o quadro que Arthur estava, portanto não conseguia pensar com a clareza necessária.
- O paciente chegou no hospital com fratura na clavícula, e um pulso quebrado, tornozelo torcido, e o pulso direito também, porém consciente, depois dos primeiros atendimentos, ele desmaiou, o que aparentemente, não tem uma causa, pela agitação que ele demostrou ao recobrar a consciência, achamos melhor mantê - lo sedado até amanhã, e retirar aos poucos a sedação., para avaliarmos o estado geral dele....Vocês não só podem, como devem conversar com ele, basta somente evitar esbarrar nos aparelhos, podem tocar nele, sem problema algum, ok? Qualquer dúvida podem me procurar, e lá se foi o médico, deixando para trás dois corações um pouco mais esperançosos naquele dia...
- Amiga, vou ligar para os avós de Arthur, precisamos avisar aos dois do que aconteceu - Barbara acenou com a cabeça para Marcella, não conseguia largar a mão de Arthur, estava rouca de tanto já tinha falado com ele, sobre tudo, desde como sentia sua falta e o quanto desejava que ele estivesse bem, para ambos voltarem do ponto que pararam...
- Desculpem, o horário de visitas acabou, preciso pedir que vocês se retirem para que possamos cuidar do paciente. - Dizia a enfermeira com seu uniforme amarelo, de aparência cansada. - O hospital têm ainda mais dois horários de visita, hoje, ás 16:00, e ás 21:00, vocês podem voltar.
Bárbara se levantou e antes de ir, beijou levemente a testa de Arthur, sussurou um "eu te amo demais", no ouvido do dono do seu coração, e se foi, já tinha decidido que esperaria até o próximo horário de visitas, e não sairia de lá até que ele acordasse bem, para que ambos pudessem voltar para casa...

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O segurança e eu
RomanceNão sei o que o futuro me reserva, mas sei o que me causa insegurança. Apesar do sucesso profissional, e sabendo da capacidade que tenho, tenho medo, meu segredo: Sou gorda, trabalhando num escritório de advocacia, que parece cercado de beldades, e...