3. Céu azul

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Ela olhou para o céu e sorriu ao ver que as nuvens sumiram, sem saber que era apenas a bonança antes da tempestade.

De um lado do corredor a claridade do dia entrava pelas janelas; o sol aparecera há pouco tempo e sua luz fraca parecia doente. Do outro lado, a porta que estavam encarando — de madeira como em todos os outros quartos —, porém atrás desta encontrava-se o objetivo deles.

— Você fica aqui — disse Elliot, como se desse ordens a um soldado em uma missão importante.

Sara se posicionou ao lado da porta, onde o harmínion indicara.

Elliot empurrou a madeira com cuidado, evitando causar um rangido. Engoliu em seco pela tensão, enquanto seu coração começava a acelerar, preparando-se para a adrenalina.

Entrou andando na ponta dos pés. A luz do corredor iluminava o chão perto da porta, mas diluía no restante do cômodo, e diminuiu quase por completo quando Sara puxou a porta até restar uma fresta.

Aproximou-se da cama no fundo do quarto, onde alguém dormia.

— Sara, você não vai acreditar! — Sussurrou o mais baixo possível sem esconder a surpresa. — Ele é sério até dormindo.

A falta de luz não causava ao harmínion nenhuma dificuldade em enxergar a expressão de Low.

Sara abafou uma risadinha e continuou aguardando. Não era comum participar das travessuras do amigo, entretanto ficara curiosa para ver o desfecho em primeira mão.

— Loooww — Elliot cantarolou baixinho, vestindo o sorriso traquinas e arregalando os olhos no limite do possível.

Como não obteve sucesso, apelou para a técnica seguinte: soprar a testa do humano. E, isto sim, surtiu efeito.

Low abriu os olhos despertando lentamente. Então se deparou com os orbes vermelhos e assustadores encarando-o.

— Ah! — Ele se jogou contra a parede, causando um estralo acompanhado de dor. — Elliot. — Resmungou com uma pequena dose de ferocidade, enquanto massageava a parte de trás da cabeça.

— Bom dia! — Elliot gritou e disparou para fora do quarto.

No mesmo segundo em que Elliot chegou à porta — aberta às pressas por Sara —, Low correu atrás dele sem pensar, estancando antes de sair do cômodo ao lembrar que não vestia a roupa mais adequada para ser visto pelos outros enquanto perseguia um harmínion pelos corredores.

O que ele fez, ao invés disso, foi esboçar um sorriso conformado e dar meia volta em direção à cama.

O que ele fez, ao invés disso, foi esboçar um sorriso conformado e dar meia volta em direção à cama

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As duas crianças dispararam pelo corredor, seguidas pelos ecos de seus risos.

— Elliot, não corra nas escadas! — Sara alertou, mas ele já estava no último degrau.

Assim que chegou à biblioteca, Elliot se atirou para trás de um dos sofás, escondendo-se de seu potencial perseguidor.

Sara finalizou o trajeto com calma enquanto recuperava o fôlego. A doce garotinha comportada estava de volta.

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