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Be my friend
Hold me, wrɑp me up
Unfold me, I ɑm smɑll ɑnd needy
Wɑrm me up ɑnd breɑthe me.

  

[ Breɑthe Me - Siɑ ✿ ]

/ S k y l e r /

O meu corpo acorda aos poucos ainda com as recordações da noite passada. As mesmas fazem-me esboçar um pequeno sorrir, mesmo ainda antes de abrir os olhos. Todos os meus pensamentos pareciam pertencer um mundo paralelo ou até mesmo a um desejo remoto. Posso por isso afirmar que ainda não estou ciente do sucedido.

Michael trouxera-me a casa e despedira-se de mim com um pequeno e carinhoso beijo na minha bochecha. Gostaria que ele tivesse a iniciativa de se despedir de mim com um beijo nos lábios mas felizmente que não o fez. Eu tenho namorado.

Desço as escadas rapidamente e encaro o familiar rosto de impaciência dos meus pais ao entrar na cozinha. Um sorriso vitorioso é transparecido nos meus lábios, antes de começar a comer, devido ao meu sucesso. Irei chegar uma vez mais atrasada.

Assim que a campainha soa, levanto-me da mesa, com permissão, e encaminho-me até à porta da entrada para ver quem é. Obviamente que era Violet. Esta junta-se a nós para a primeira refeição do dia, como sempre fazia quando aparecia a estas horas da manhã.

    "Dá-nos licença, pai? Ainda tenho que preparar mochila." Eu questiono assim que Violet acaba o seu pequeno-almoço. O meu progenitor assente com cabeça, dando-nos com isto autorização, ainda que o olhar na minha mãe desejasse o contrário.

Ambas nos levantamos da mesa e saímos da grande divisão da casa, a cozinha. Subimos as escadas de modo calmo, com o olhar fixado nos degraus das escadas, e encaminhamo-nos até ao meu quarto.

Começo a fazer a mala e a colocar dentro da mesma, não só os livros escolares como a habitual roupa que vestia no colégio. Evidentemente que a minha pequena bolsa com a minha maquilhagem não poderia faltar caso eu precise de retocar. Quando me viro para observar Violet, esta sorria para o telemóvel.

    "Falando com o príncipe encantado?" Questionei com um pequeno sorrindo, ainda que o meu tom fosse ligeiramente irónico. Olhava-a, agora, através do espelho.

    "Sim." O seu sorriso permaneceu no seu rosto quando olhou para mim e eu retribui-lhe, sorrindo também.

A nossa conversa, que quase mal começara, fora interrompida pelo meu pai que, a alto e bom som nos chamou para descer, informando-nos ainda de que estaria à nossa espera no carro. Reviro o meu olhar para Violet e pego na minha mala preta, colocando a mesma no ombro esquerdo.

A viagem até ao colégio foi feita com algumas intervenções do meu pai fazendo questões do quotidiano a Violet. Apenas ignoro o seu diálogo. Todas as vezes que Violet vem comigo, o meu pai tenta manter uma conversa, ainda que não seja lá muito bem-sucedido.

O meu progenitor sempre odiara o silêncio e fazia mesmo questão que isso não se encontrasse presente entre nós os três na ida para a escola. Felizmente era raro a conversa ser-me dirigida. Também porque eu sou uma rapariga complicada e, devido à minha frieza, é difícil manter um tema.

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    "Não vens?" Violet interroga-me ao ver que eu já me encontrava a arrumar o lápis dos olhos e o rímel na minha pequena bolsinha.

    "Eu já lá vou ter, Vi." Eu digo com um pequeno sorriso ao pegar a minha mala que havia pousado no chão para lá colocar a bolsa. "Ou se calhar não."

    "Onde vais?"

O seu olhar da rapariga baixa encontra-se arregalado, provavelmente por estar a negar a tão habitual rotina de ir fumar antes das aulas. Sem dizer nada, encolho os ombros e saio da casa de banho deixando-a sem uma resposta em concreto.

Na mão segurava o meu telemóvel, com uma mensagem por abrir de Michael. Curiosa, abro a mesma para saber de que se tratava. Ele pedia, com um estranho smile no final, para que eu fosse ter com ele ao pequeno jardim ao lado da escola.

Vou em direção ao mesmo, com o meu olhar colocado no chão e assim que chego, o seu olhar cruza com o meu e consigo observar um pequeno sorriso esboçado no seu rosto. Sento-me a seu lado e beijo-lhe a bochecha, gesto não muito comum em mim.

   "Olá."

   "Olá, Skyler."

    "Obrigada pela noite de ontem." Eu comento sem coragem suficiente para o olhar nos olhos. Decerto que se o fizesse o meu coração sairia disparado. Não lhe pedira muito (não lhe pedira nada aliás) mas ele, ainda assim, dera-me tudo como se soubesse o que eu precisava.

A sua mão percorre o meu rosto fazendo-me assim olhá-lo nos olhos. Ele sorria e mordia o lábio com uma expressão divertida. Podia também notar um certo nervosismo hesitação nas suas ações. A sua mão fez uma pequena pressão na minha face, obrigando-me com isto a inclinar um pouco o pescoço. Semicerro o meu olhar, sem entender porque é que Michael decidira fazer tal coisa, mas quando os meus lábios começaram a beijar a zona sensível do meu pescoço logo entendi.

Os meus lábios separaram-se um pouco e um pequeno suspiro sai por entre os mesmos, arrepiando a minha pele quando o sopro quente vem contra a mesma. O meu olhar acabara por se fechar enquanto os seus beijos cálidos levavam os meus pensamentos para o remoto. A sua língua traça uma linha na minha pele fazendo com que a minha respiração se alterasse, ficasse mais rápida.

Quando Michael separa os seus lábios do meu pescoço olho a sua expressão inocente e dou-lhe um pequeno encontrão divertida com a situação.

    "Não me faças esse olhar!" Eu protesto, divertida, mas ele volta a atacar-me tocando-me em várias zonas do meu corpo, provocando-me cócegas.

    "Michael!" Eu quase que grito em desespero entre várias gargalhadas. Tento fazer-lhe o mesmo mas o rapaz de cabelo alternativo é mais forte que eu, ganhando-me nesta batalha.

A minha respiração estava completamente descontrolada de tanto rir quando ele finalmente para. O som do toque a soar é-nos ouvido do parque, logo interrompendo o nosso momento. Ainda que gostasse de ficar aqui por mais um bocadinho, na companhia de Michael, isso é me totalmente impossível visto que a minha sala de aulas ainda fica longe.

    "E é assim que se mete uma mulher ofegante."

Entreabro os meus lábios, espantada com Michael e bato-lhe no baço, ofendida.

Não fala mas para dizer porcaria está cá ele. Ironizo ainda que tivesse achado piada ao que ele dissera.

Ele também se ri baixo enquanto se levanta da pequena mesa gélida de pedra. Observo-o colocar a sua mochila ao ombro e delibero fazer o mesmo. Caminhamos juntos em direção à saída do jardim e, uma vez que a sua mão toca na minha, um constrangimento imenso habita o meu corpo. Os seus dedos entrelaçam-se com os meus e, ainda que fosse bom, sentia uma grande coação.

Bato à porta e peço permissão para entrar a Mr. Petersen, o nosso professor de Físico-Química. Sinto todos os olhares caírem em mim, que me encontrava na porta à espera da resposta e assim que a mesma é positiva entro juntamente com Michael.

E fora então que reparara no olhar arregalado, não só de Ashton, como também no de Luke e Violet.

Gestures 》 cliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora