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But I'm only humɑn
And I bleed when I fɑll down
I'm only humɑn
And I crɑsh ɑnd I breɑk down
Your words in my heɑd, knives in my heɑrt
You build me up ɑnd then I fɑll ɑpɑrt
Becɑuse I'm only humɑn

[ Human - Christina Perri ✿ ]

 

   

/ S k y l e r /

  "Como assim tu estás a namorar?" Violet diz num tom elevado devido ao espanto, fazendo-me automaticamente arrepender de lhe ter contado. Pelo menos, por segundos.

  "Estando a namorar e já faz uma semana." Digo naturalmente e com um tom sarcástico e óbvio como se ela ainda não tivesse entendido.

  "Com quem?"

  "Isso agora..."

  "Oh, vá lá, Skyler, deixa-te de merdas e diz de uma vez."

   "Não consegues esperar até ao baile?"

  "Achas mesmo? Eu quero saber agora!"

  "Michael."

  "O rapaz mudo? Estás a gozar?"

  "Porquê?"

  "Bem, ele é mudo."

  "Isso não quer dizer nada."

  "Se o dizes... Desde que estejas bem eu fico feliz por ti."

A minha mãe estava farta de me chamar desde que começara a chamada com Violet. Reviro os olhos, já farta de a ouvir e acabo por suspirar.

  "Eu já te ligo, Violet. A minha mãe está farta de me chamar."

Nem tenho tempo de a ouvir despedir-se. Desligo a chamada e, assim que olho para a porta observo a figura feminina, de braços cruzados, que me encarava com uma expressão séria. O seu cabelo estava apanhado num puxo completamente bem feito e estava a usar um vestido de folhos que, honestamente, me dava vontade de vomitar, ainda que lhe assentasse na perfeição. O calçado de marca favorecia-lhe a altura e logo relaciono que ela está prestes a sair com alguém, juntamente com o meu pai.

  "Eu quero falar consigo."

  "Fale então."

  "Hoje à noite é o baile de finalistas do seu colégio, estou certa?"

   "Como sempre está, mãe."

Reviro os olhos com a sua forma delicada de falar comigo. Sempre tão hipócrita, sempre tão distante. Devido a ter crescido com este tratamento, quase já não estranho. Com o meu irmão acontece exatamente a mesma coisa.

  "Isso foi alguma forma de gozo?"

   "Não, de todo."

Sorri falsamente e observo os seus movimentos enquanto ajustava a minha cama um pouco desfeita no fundo. Não entendia porque é que ela se preocupava tanto com pormenores se quase ninguém visitava a sua casa. Sempre fora muito mesquinha em relação a essas coisas.

  "Você vai sozinha?"

  "Não, não vou."

A minha afirmação surpreende-a, devido à forma como rapidamente parara de arrumar o meu quarto (que na minha opinião estava mais que arrumado) para me puder olhar.

Gestures 》 cliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora