Capítulo XIII

7 0 0
                                    

Visão da Astra

Saímos pelo portão principal e vamos até nossos cavalos. Ouço alguns baixos resmungos do Aaron sobre sua adaga favorita e vou confortá-lo um pouco. Afinal, eu sei como é a sensação de perder sua arma favorita.

Ao montarmos em nossos devidos cavalos, ouço ao longe o som de trotes que se aproximam rapidamente. Nos voltamos na direção do barulho e vemos uma carruagem em alta velocidade com um homem chicotiando os pobres cavalos. Eles vão em direção ao portão que os guardas rapidamente abrem. A carruagem passa em menos de um segundo e desaparece de nossas vistas assim que o portão é novamente fechado.

"Eu já vi aquele símbolo antes... Mas aonde?"

- Astra! - Desvio meus pensamentos e olho para Lia. – Até que enfim me escutou. Temos que ir. -
Concordo com um movimento da cabeça e subo em Ártemis.

Todos começam a conversar mas eu ainda não consigo tirar aquele símbolo de minha mente. Lia parece perceber meu incômodo e reduz a velocidade de Apolo ficando ao meu lado.

- Você não é de ficar calada Astra... O que aconteceu? -
- Estou pensando.. aquela carruagem me é familiar. Sinto que estou deixando passar algo importante.-
- O que é isso? Uma reunião e ninguém me chamou? – Brinca Alex reduzindo a velocidade de seu cavalo.
- Posso me juntar a vocês? – Aaron reduz a velocidade e fica do meu lado.
- Claro. E não é uma reunião Alex, estava apenas falando com a Lia sobre um assunto que não sai de minha cabeça. -
- Bom.. talvez possamos ajudar, eu e Aaron somos bons de memória. -
- Astra viu o símbolo daquela carruagem apressada e pensa que já o viu em algum outro lugar, mas não sabe onde. -
- O símbolo não é parecido com nenhum outro que eu tenha visto. Tinha um pássaro no centro e duas espadas o atravessavam. -
- ... A festa.. Eu vi um assim na festa. – Diz Aaron.

- Eu acho que eu também vi.. em um broche ou até mesmo em uma carruagem? – Alexander pensa alto.

- Os documentos!!! O símbolo desconhecido que vimos nos documentos! – Me exalto.

Viramos os cavalos e voltamos para onde o vimos pela última vez.

Chegamos no portão e ao mostrar minha marca dos caçadores eles abrem o mesmo. Entramos e nos separamos pelos quatro caminhos a nossa frente.

Vejo a carruagem a uns metros a minha frente e me aproximo devagar, vou para um canto onde posso ver o que se passa sem que notem minha presença.

Uma mulher junto com duas crianças é escoltada a força para fora de sua casa. Um Caçador segura um homem que com todas as forças tenta se soltar, deve ser o marido da moça.

Faço um movimento com as mãos e Ártemis sai a procura dos outros, me aproximo mais da cena e consigo escutar o que acontece.

- Não!!! Por favor!! Vocês já pegaram deste mês, não nos preparamos !!! – Diz o homem que em seguida leva um soco na barriga. Escuto gritos vindos das crianças e da mulher.

Um homem bem vestido desce da carruagem, ele possui anéis em todos os seus dedos que brilham tanto que mesmo de longe posso ver. Atrás dele mais dois caçadores descem e ficam um de cada lado da carruagem.

- Deviam estar preparados para qualquer imprevisto... -
Vejo uma pequena plantação de milho próxima a carruagem e me direciono a ela. Já consigo escutar o que acontece com mais clareza.

- Você me decepcionou profundamente, amigo. Achei que era diferente dos outros cachorros mas agora vejo que são todos iguais, raças inferiores. – Diz o homem bem vestido, rindo.

Olho para uma das crianças e vejo seus olhos irem de castanho claro para um amarelo forte, suas unhas crescem em formas de garras e ele pula no Caçador mais próximo que responde ao ataque com uma forte batida na cabeça do menino com a parte inferior de sua arma.

Caçadoras da CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora