Um sonho (III) - Revelações numa visão

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Ele olhava fixamente para Lúcifer quando de repente este tomou a forma de uma fumaça negra que deslocou-se pelo ar até em frente dele e depois voltou a sua antiga forma. Isto não impressionou Lúcio. Ele vira algumas coisas que pensava ser impossível, nada mais o impressionaria. Lúcifer levantou a mão e colocou-a na testa do Lúcio.

- O que fazes? – Lúcio perguntou.

- Dando-te as respostas. – Lúcifer replicou.

Subitamente Lúcio sentiu-se tonto e tudo a sua volta girava em orbita mal definida e em uma velocidade impressionante. E, a sua visão ficou embranquecida. Aquela sensação permaneceu por alguns instantes. Quando ele recuperou-se, os seus olhos revelaram-lhe um lugar diferente, não era o castelo. Ele olhou ao redor e soube logo onde ele estava. O local estava diferente mas ele poderia reconhecer a sua casa mesmo se esta estivesse virado ao avesso. Aquela sala e os móveis... Sem dúvida era a sala de estar da sua casa. A expressão facial dele revelava a surpresa ao estar no local. Ele sentia falta da sua casa, dos seus amigos e até da escola. Ele libertou-se do pensamento quando ouviu uma voz doce chamando por ele e ao a cabeça, ele deparou com uma cena que deixou-lhe perplexo.

Havia um lindo casal sentado no sofá brincando com um bebé. Eles chamavam-no pelo nome de Lúcio. Lúcio arregalou os olhos quando reconheceu-os. Eram a sua mãe, o seu pai e o bebé era ele. Ele aproximou deles e chamou por eles porém estes não reagiram à sua presença levando ele a concluir que não podiam vê-lo. E, se ele os tocasse? – Ele indagou consigo mesmo. Foi frustrante tê-los ali e não poder senti-los.

Os seus olhos cheios de alegria transbordaram como uma cachoeira. Ele não conseguiu conter a emoção de ver os pais. Eram exatamente como na foto que ele tinha no quarto. Eles estavam perto mas ao mesmo tempo tão distantes. Pareciam felizes.

O pai segurava o bebé no colo e não escondia a alegria de segurar a pequena criaturinha que Deus lhe deu. Lúcio notou que a sua mãe trajava roupas encantadas mas o seu pai vestia-se com uma camisa de mangas curtas e um calção. Talvez ele não fosse um Magicall. Poucos minutos depois uma figura alta entrou na cena, era um Magicall, consegue-se ver pelo vestuário. Lúcio reconheceu o sujeito. Ele ficou boquiaberto. Era o tio dele. Ele estava mais jovem todavia Lúcio reconheceu-o porque na verdade ele não mudou muito.

-Irmão? – A mãe perguntou com a feição preocupada.

-Está tudo bem. Eu certifiquei que ninguém me seguiu até aqui - o tio tranquilizou-a.

-Como estás Carlos? – O tio estendeu a mão para o meu pai.

-Bem e contigo, Luiz?

Lúcio julgava que o tio chamava-se Pedro. Ele sentiu-se enganado. O seu tio sabia de tantas coisas mas não contou nada. Ele sentiu que não conhecia a única pessoa que ele tinha como família. Daquele momento em diante Lúcio sentiu como se o seu tio era um estranho, ele era uma mentira.

-Lúcifer mandou uma daquelas coisas atrás de nós mas conseguimos fugir. – A mãe informou ao tio.

- Ele quer o bebé! – O pai disse aflito – Maldita hora que fizeste o pacto com Lúcifer.

A mãe decepcionada disse com a voz tremula:

És o único que não me devias julgar sabendo que tudo o que fiz foi por amor. A minha família não descansaria até que estivesses morto, mesmo que tivessem que te procurar até o fim do mundo. Sabes bem que a nossa lei não permite que um Magicall tenha um relacionamento conjugal com um Não-Magicall.

- A não ser que estes tenham um filho, o Não-Magicall é aceite pela Comunidade Mágica e passa a viver entre os Magicalls. E, será considerado um Magicall. – Luiz complementou.

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