5 de abril de 2002
Hoje estive com Helena, a melhor amiga de Jenny. A jovem estava assustada, e de início não queria me contar algo que poderia ajudar no caso de Jenny.
Ela contou-me que em uma noite, Jenny fora dormir em sua casa, e Helena roubou o tabuleiro ouija de seu irmão, as duas jogaram e bom... abriram portas para os espíritos.
Já é noite, e desde o dia anterior não vi Jenny. Segundo os pais e o irmão, ela desapareceu um pouco depois da minha chegada a cidade. Ninguém a viu, e temo que esteja morta ou fazendo algo mal as pessoas
Bom os pais estão loucos a procura dela. Não acreditam em mim ou no padre. Para eles, a filha está apenas passando por um distúrbio.
Nunca estiveram tão errados em toda a sua vida.
Carter suspira virando a página. Um arrepio se irradia por todo o seu corpo.
Aquele relato mal tinha começado, mas ele já sentia todos os seus pelos se arrepiarem perante ao medo.
Nunca fora religioso, mas acreditava em Deus, diabo, céu, inferno e outras coisas, porém nunca acreditou que possessões fossem reais.
Seus olhos percorreram a nova página. Entre a grafia elegante de Margareth havia algumas gotas de sangue, já secas e aparentavam estar ali por um longo tempo.
Tornou a ler o relato. Agora datado em:
6 de abril de 2002
As coisas se tornaram confusas. Após alguns dias desaparecida Jenny retornou.
Eu a vi por milésimos de segundo, e fora apenas isso o necessário para eu ter certeza de que não se tratava mais de Jenny ali, e sim de um demônio.
O olhar vazio e insano, a pele pálida e os cortes que se espalhavam por todo o seu corpo.
Mas o que realmente confirmou minha suspeita, fora o crucifixo que estava preso a porta da casa. Assim que ela se aproximou, ele virou-se e então desprendeu-se da porta, indo em direção ao chão e lá espatifando-se.
Estive conversando com o padre, consegui convence-los de me ajudar no exorcismo.
Pode demorar dias, semanas e até meses, nunca se sabe o quão persistente o demônio pode ser, mas estou decidida a tira-lo do corpo de Jenny Werth e ainda mante-lá viva.
Carter fechou o diário abruptamente. A respiração falhada, e o coração batendo mais depressa que o normal.
Aquilo tudo era uma grande loucura.
Pensou ele no meio de um suspiro. Carter arrastou sua cadeira, até estar próximo a mesa onde o computador repousava já ligado.
Jenny Werth
Digitou ele no campo de pesquisa.
As opções foram aparecendo, uma seguida da outra, e todas tinha em comum a frase:
"Morte misteriosa" ou "Possessão"
A primeira coisa que aparecerá em sua tela fora a foto, e logo abaixo a legenda indicando de que a pessoa estampada na foto era Jenny.
Os cabelos loiros desciam até um pouco abaixo dos ombros, um sorriso doce curvado nos lábios e um crucifixo preso ao pescoço.
Carter seguiu lendo a notícia.
Jeny Werth, morreu após uma possível possessão demoníaca.
Segundo o padre da paróquia central da cidade, Jenny estava possessa de um espírito maligno, e não resistiu aos rituais de exorcismo.
Carter desceu mais ainda a janela da página onde se encontrava a notícia. Algumas fotos lhe charamaram atenção, mas havia uma que lhe deixou surpreso.
Margareth estava algemada, e um policial a segurava. Ela não tinha uma feição muito alegre. Um pouco mais atrás de Margareth, o corpo de Jenny estava sendo retirado pelos policiais.
Margareth Oorth fora presa, acusada por homicídio culposo, porém não ficou presa por muito tempo.
Após uma semana do acontecido, Margareth fora solta e estava de partida da cidade.
Segundo a polícia a morte de Jenny fora uma coisa natural. Margareth não se demorou muito na cidade, partiu após deixar uma rosa na porta da casa da família de Jenny.
Carter suspirou, afastando-se do computador. Margareth estava bem mais jovem na foto.
O que quer que tenha acontecido naquela cidade, o relato de Margareth era real. Jenny era real e sua possível possessão também poderia ser real.
Mas aquilo não acabava com o mistério e a principal pergunta de Carter, quem matou Margareth Oorth
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Possessão (Concluído)
HorrorJesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem! E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. Marcos 5: 8 a 9 Margareth Oorth havia sido assassinada de forma brutal, um crime sem pistas, testemunha...