4 de setembro de 2006
Cheguei em Dawsville na manhã de ontem, a cidade não é muito grande, mas no pouco tempo que estive aqui ouvi histórias.
Segundo uma moradora antiga daqui, ela mesma já presenciou três possessões no convento onde estudava.
Estive também conversando com a madre responsável pelo convento da cidade.
No começo de nossa conversa ela estava relutante em dizer-me o que sabia, pois não tenho permissão da igreja para realizar exorcismos, mas não demorou muito e ela cedeu.
Uma jovem freira tinha mudado completamente. Seu comportamento tornou-se rebelde.
Ela contou-me que o padre lhe confidenciou sua suspeita sobre uma possível possessão demoníaca. Segundo a madre eles tentaram realizar o exorcismo, mas falharam miseravelmente.
Agora a jovem ou o demônio trancou-se no quarto, e força nenhuma consegue abrir a porta.
Amanhã estarei no convento na companhia do padre e da madre, numa tentativa de retirar o demônio.
Hoje pela manhã enquanto andava pelas estradas da cidade, me deparei com uma floricultura a beira da estrada, e rezo a Deus para que não precise ir até ela.
Carter suspirou virando a página depois de um longo gole no seu café morno.
8 de setembro de 2006
Não sei bem como começar, mesmo que eu saiba que apenas eu lerei isso no futuro.
Mas as coisas não fugiram de controle, elas terminaram bem e eu não sei se consigo acreditar.
Mas mesmo estando feliz por isso, algo me atormenta e me preocupa e torna as palavras de minha mãe tão reais.
A porta que antes trancada e impossível de se abrir destrancou se sozinha, mas apenas para mim. O padre e a madre ficaram presos do lado de fora, enquanto eu estava confinada junto a um demônio.
Maria Soares estava sentada na cama, seu corpo estava machucado, feridas grandes, abertas que jorravam sangue em abundância, sua boca estava manchada com seu proprio vomito que deixava um mal cheiro no comodo, os olhos pretos como as trevas e as cruzes e imagens viradas e quebradas.
Era um demônio e eu tinha certeza.
Eu tentei iniciar o ritual, mas fui impossibilitada. Nunca em toda minha vida tinha visto um demônio tão poderoso a ponto de me tirar a voz, me jogar contra a parede apenas com seu pensamento e me tirar os movimentos.
Momentos alucinantes, que finalizaram-se em sangue, o meu no caso.
O demônio se aproximou de mim apenas para sussurrar algo.
"Ela estava certa, você não é humana"
Aquelas simples palavras tornaram tão reais aquilo que sempre chamei de loucura. No final poderia minha mãe estar correta?
Ele se retirou por livre e espontânea vontade do corpo de Maria, porém antes abriu um imenso corte em meu braço, que até agora, mesmo depois de costurado ainda jorra sangue.
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Possessão (Concluído)
HorrorJesus lhe dissera: Espírito imundo, sai desse homem! E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. Marcos 5: 8 a 9 Margareth Oorth havia sido assassinada de forma brutal, um crime sem pistas, testemunha...