Verdades

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17 de março de 2008

As coisas acalmaram-se, por meses não fui notificada de nenhuma possessão, então aproveitei meu tempo livre para estudos.
Me instalei em um hostel a beira de estrada próximo ao Colorado.

As coisas por aquela área eram calmas e prometi a mim mesma que iria estabelerce-me aqui, até que um chamado surgisse.

E surgiu...
Um padre fora possuído, o que confesso ser uma novidade para mim.
Um homem cujo dever é ser santo, cometeu um pecado e abriu espaço para espíritos imundos.

Eu cheguei na cidade. Nova York não para, dia e noite o movimento sobre as ruas é intenso e nunca cessa.

A igreja que o padre supostamente possuído comanda fica na extremidade da cidade, a parte pobre, como as pessoas costumam a chamar, uma periferia com famílias pobres e gangues.

A igreja era o cenário perfeito para um filme de terror clichê.
Feita toda de madeira, estava mal cuidada e caindo aos pedaços, algumas partes do piso de madeira faltava, algumas janelas estavam quebradas e a cruz do centro da igreja, onde Jesus estava preso, estava no chão, com o messias sem as mãos.

Segundo um membro da igreja, o padre estava no altar.

Mas a minha real pergunta em meio a tudo isso, era, como uma pessoa possessa de um espírito maligno estava na igreja?
Não era novidade, que demônios não conseguiam permanecer dentro de solo sagrado.

Aquele tipo de lugar, continha o espírito de Deus o que repelia o demônio de permanecer ali, mas quando adentrei naquele lugar, me dei conta de que a igreja havia sido maculada e lá já não estava mais o espírito de Deus.

Eu tive que me acalmar antes de decidir o que eu faria, um lugar onde antes o espírito de Deus reinava, agora estava maculado, e demônios pairavam por ali o que tornava o ritual de exorcismo quase impossível e se eu conseguisse, o padre morreria.

30 de março de 2008

Foram minutos, horas, dias sufocantes. Presa naquela igreja, sozinha com um demônio poderoso demais.

Ele se movia rápido demais, levitava coisas e as atirava contra mim, era forte demais e por duas longas horas seguidas do último dia presa dentro da igreja, ele deixou-me cega e muda.

Eu não podia enxergar nada, apenas uma escuridão que me fazia querer gritar, mas de minha garganta era impossível emitir qualquer som, mas eu podia ouvir e sábia que o demônio manteve minha audição para me assustar.

Eu o ouvia se movimentar e rir, não podia falar e nem ver, o que aumentava minha tensão.

Eu estava mais do que assustada, nunca nunca havia me sentindo daquela forma em toda minha vida, mas sua voz grossa me atormentou com simples palavras ditas em um sussurro próxima ao meu ouvido.

- Sabe sua mamãe? Ela estava dizendo a verdade, você é filha da sujeira, da perdição. Você é filha de uma possessão.

E foi ali, naquele momento, em que uma crise de pânico se iniciou, a respiração tornou-se escassa, quase inexistente.

Possessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora