Epílogo

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"Pobre garotinha pecadora. Você precisa aprender a lidar com seus castigos"

Margareth

Pela primeira vez em toda a minha vida, eu corro!

Corro cheia de medo do futuro, com o peso da insegurança a pesar sobre meus ombros e com medo do que aquele que me persegue com fúria pode fazer a mim e aquele pequeno que tanto amo.

Meu pequeno Kael, espero em Deus que tenha o deixado em boas mãos. Matilda jurou-me por sua vida que manteria meu pequeno Kael em segurança e distante de tudo aquilo que envolve o meu nome e minha família.

A escuridão cobria as ruas vazia da pacata cidade em Minessota. As ruas estavam vazias e a única coisa audível era os meus passos apressados e minha respiração alterada por conta do esforço.

- Margareth vamos por fim a isso, sabe que essa fuga não vai adiantar nada. - A voz dele soou abafada pela distância.

O ar já fugia dos meus pulmões, e o coração estava batendo além do que podia e meus pés doiam feito o inferno.

E por mais que eu tentasse, eu sabia que de nada adiantaria correr do anjo, hora ou outra ele chegaria até mim.

A única coisa que pude fazer, era proteger Kael antes do meu destino.

Viro a rua e sinto meu coração parar ao constatar que virei em um beco sem saída, e de lá eu não sairia.

Eu permaneci estática olhando fixamente a parede de tijolos alaranjados, recuperando a respiração e acalmando meu coração enquanto ouvia seus passos se aproximarem.

Ouvi seu assobio, uma musiquinha irritante que tanto ouvi durante os dez meses que estivemos juntos, com o propósito de fechar os "portões do inferno"

- Onde está a criança. - Sua voz grave soou.

- Segura. - Sibilei antes de me virar em direção a ele.

Vi seu sorriso cínico e senti todo o meu estômago se revirar em enjoo. Como pude ter feito aquilo?

- Margareth como poude ter feito isso? - Questionou rude. - Jurou-me que conseguiria finalizar o ritual. - Apontou-me o dedo.

- Eu pensei que podia. - Olhei firme em seus olhos. - Nunca estive tão errada em toda a minha vida.

Ele me olhou, seu olhar deixava claro todo o seu nojo por mim.

- Eu sempre soube que você não passava de uma humana fraca e desprezível. - Gritou. - Apaixonou-se pela criança. - Aproximou se de mim ameaçadoramente.

- Ele cresceu dentro de mim. - Gritei ainda mais alto que ele. - Tem os meus cabelos e os seus olhos. - Sorri ao lembrar da imagem do meu pequeno. - Meu pequeno Kael é um anjo, um pedaço do céu. Eu nunca poderia mata-lo.

Uma lágrima escorreu de meus olhos e não dru o trabalho de limpa-lá pois sei que mais delas viriam.

- Eu vou mata-lá, e depois acharei o garoto. Vou eu mesmo finalizar o ritual.

Suas palavras causaram um efeito terrível em mim, mas não deixei que ele notasse minha reação, eu ainda tinha uma carta na manga.

Mesmo que ela não fosse menter me viva, manteria Kael, e isso já me bastava.

Ri cínica e pudr ver seu semblante tornar-se confuso.

- Você não podr terminar o ritual sem mim. - Notifiquei em um tom jocoso.

- Está mentindo. - Disse alto e sem paciência

Ri mais ainda e senti quando sua mão apertou meu pescoço, a força sobre humana dele fez com que o ar sumisse.

Eu me debati, minhas mãos tentavam acertar seus braços ou qualquer ponto que fizesse com que ele me soltasse, porém era em vão.

Ele tinha o dobro de força em comparação a mim. Senti o ar tornar-se excasso, e eu não sei o que doia mais, a luta incessante pelo ar, a dor que se revertebrava por todo o meu corpo conforme ele apertava meu pescoço com mais força ou a dor de saber que aquele era o meu fim e que nunca mais veria meu pequeno anjo Kael.

- Eu não só posso como vou terminar o ritual. - Sibilou.

Minha mente ia apagando se vagarosamente, enquanto eu lutava contra a inconsciência que teimava em me dominar.

senti uma faca cortar meu rosto, e o sangue escorrer enquanto a dor de propagava por todo o meu rosto.

O aperto afrouxou e eu pude respirar, ou o mais perto que pude chegar disso. O que aconteceu a seguir foi muito rápido para ser processado.

Eu escutei o estalo estridente de um osso se quebrando, e um grito escapou do mais profundo da minha alma.

A dor me consumia enquanto eu sentia meu osso se deslocar para fora da minha pele conforme ele ia apertando com mais força meu braço.

- Onde está a criança? - Gritou apertando meu braço com mais força.

- Nunca vai saber. - A voz saiu entre cortada.

Mesmo sentindo a pior dor do mundo eu sorri, um sorriso vitorioso.

- Vadia.

Foi a última coisa que escutei antes do meu pescoço ser torcido.

Logo eu não estava mais ali no meu corpo, eu estava no chamado véu.

Eu podia ve-lo chutar meu corpo com toda a força, mas ele mesmo sendo um anjo não podia me ver.

Eu estava morta!

Aquilo era doloroso, e eu sempre achei que após a morte a dor era inexistente, mas um engano meu.

Eu sabia que aquele homem iria atrás do meu filho, ele era poderoso e eu não estaria aqui.

Derrepente gritos estridentes, rangeres de dentes e correntes sendo arrastadas pelo chão tornaram-se audíveis.

Era o inferno pronto para consumir minha alma, e eu sabia desde o início, que aquele era o meu fim certo.

Desviei meus olhos do meu corpo inerte, ensanguentado e com o osso exposto e foquei na fumaça preta que se aproximava de mim.

Meus olhos oscilaram dela para o anjo que ia embora sem se importar com o meu corpo.

Eu tinha que fazer algo antes de finalmente me dar por vencida e aceitar o meu destino.

Eu novamente corri, mas desta vez não fora com medo, mas sim com determinação.

Determinação de salvar a vida do meu filho, do meu irmão que mesmo sem o conhecer eu o amava, de Matilda, de minha tia Kiara e de todos aquele que eu amava.

Eu coloquei minha mão sobre ele e ele sentiu, seus olhos se arregalaram conforme eu fui arrancando daquele corpo sua essência.

No mesmo instante eu me senti sendo puxada em direção alguma, mas os gritos se tornaram mais altos e eu soube que havia chegado so inferno.

Mas não me importava. Eu estava levando o anjo comigo. Kael, Carter e mais tantos que eu amo estaram seguros e aquilo bastava.

Possessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora