Quem somos

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27 de setembro de 2008

Eu procurei por meu irmão, eu sei que deveria ter obedecido o que minha mãe disse na carta, mas eu não consegui.

Fui até o hospital onde nasci, e depois de ter subornado algumas pessoaa cheguei aos documentos onde constavam que eu realmente tinha um irmão gêmeo.

O segundo passo foi ir até a juiza que cedeu a guarda do meu irmão para a nova família.

Ele relutou em me fornecer informações sobre esse assunto, mas com tempo eu consegui.

Então eu tinha em mãos os papéis onde constavam o nome do meu irmão, de seus novos pais e até o endereço do lugar ondr morava.

Agora eu tinha que decidir se me aproximaria ou não.

Ele muito provavelmente tinha uma vida boa e saudável, e a julgar por nossa idade ele poderia estar casado e com filhos.
Séria justo eu fazer isso com ele? Simplesmente destruir sua vida e puxa-lo para o meu filme de terror?

Mas eu queria ve-lo, queria ter certeza de que estava bem e de que a sua volta, não tinha demônio algum.

Carter virou a página, Nora ao seu lado estava concentrada assim como ele.

Vez por outra, os olhos dela oscilavam entre as páginas e o seu copo de café.

Mas o silêncio perpetuava-se por todo aquele cômodo, e o frio que açoitava a pele deles era quase insuportável.

- Será que o irmão dele está vivo ainda? - Questionou Nora em meio a um suspiro. - Ele pode nos ajudar.- Alegou.

- Ou não. Ele pode nem saber da existência dela.

- Ou isso. - Nora resmungou.

E então eles tornaram a concentrar-se na leitura que parecia nunca chegar ao fim.

2 de Outubro de 2008

Eu estou na cidade onde a família do meu irmão mora.
Fui movida por um impulso e aqui estou, prestes a ve-lo.

Não sei o que me aguarda e nem se quer sei o que farei, mas meu plano é apenas olha-lo a distância e então partir, sem estragar a vida dele.

Não o conheço, mas só pelo fato dr saber que compartilhamos o mesmo sangue, eu o amo e o resultado disso é o meu afastamento, não irei destruir sua vida.

3 de Outubro de 2008

Eu o vi, ele é tão parecido com meu pai que é como se eu estivesse na frente dele, mas os cabelos são como os de minha mãe.
Ruivos, assim como os meus.

Ele está treinando para ser um polícial e o olhando eu já o imagino vestindo uma farda e correndo atrás de bandidos.

Ele tem uma vida boa, uma família e muito amor.
O vi de longe passeando em um parque com um cachorro, mantive distância, mas ainda sim estava hipnotizada com ele.

Dividimos o mesmo sangue e ele se quer sabia da minha existência, e aquilo machucava profundamente.

O garotinho que antes se chamaria Frank Oorth agora se chama Carter Lopez.

Carter parou a leitura bruscamente, os olhos arregalados e o coração descompassado.

- Carter você... - Nora não terminou, as palavras morreram em sua garganta.

Carter ligou os fatos, ele sempre soube que era adotado, foi uma das coisas que seus pais adotivos fizeram questão de contar a ele, seus cabelos ruivos apenas dava mais veracidade ao que ele leu no diário.

E é como se sua mente retrocedesse ao dia em que passeou com seu falecido cachorro no parque que ficava em frente a sua casa.

Ele era irmão de Margareth?

Ele retornou a ler, mas desta vez mais apressado. Agora ele era uma peça do quebra cabeça.

Em meio ao nervoso de descobrir ter um irmão, mes esqueci de algo importante que minha mãe citou em sua carta.

Eu posso fechar as portas do inferno ou algo do tipo, posso impedir que os demônios continuem circulando pela terra.
Não sei como farei isso e nem de onde minha mãe tirou essa idéia, mas se há algum chance eu irei tentar.

05 de Outubro de 2008

Depois de dias estudando e pesquisando em milhares de livros, eu descobri algo que pode me servir.

Em um livro tão antigo como o mundo, empoeirado e quase se despedaçando havia um pequeno trecho que falava de uma criança como eu. Filha de uma possessão.

" E aquela cria do demônio, aquele pedaço humano do inferno, era a chave por algo temido até medmo pelo diabo. Era a chave que poderia celar de vez, os portões do inferno. Nada mais sairia do lugar ardente, e o mundo enfim estaria livre de possessões e maldades"

Não era muito, mas era algo, um início para que eu entendesse tudo o que estava ocorrendo comigo.

E as citações sobre essa criança não parou.

" Mas os demônios foram astutos em tirar aquela criança de sua família, eles a mutilaram e a despedaçaram, aquela pobre alma infantil fora morta, condenada ao inferno. Assim como prometido desde seu comcebimento, ele se tornaria um demônio"

Meu destino era certo, após a minha morte, prematura ou natural, eu me tornarei um demônio e serei condenada ao inferno.

E o meu irmão... terá o mesmo rumo.
Nos somos parte das legiões de demônios, a cada dia que vivemos, estamos evoluindo para nos tornarmos um deles.

Me resta apenas nos trancar no inferno.

Possessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora