Os meios justificam o fim

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Carter movimentou se na cama com cautela, retirou a mão de Nora que repousava sobre sua cintura e levantou-se.

Olhou para Nora que ressonava tranquila, os cabelos espalhados sobre o travesseiro branco. Ele sorri de canto.

Passou as mãos pelo rosto na tentativa de afugentar o sono, que fazia com que ele caminhasse em passos tropegos e lentos.

O dia amanhecia vagarosamente, o azul ia tomando conta lentamente do céu dissipando o negro da noite.

Tomou um gole do café quente sentindo a cafeina acordar todo o seu corpo de forma imediata.

Olhou para a mesa de centro onde o diário de Margareth repousava junto com livros de história, magia e ocultismo.

Mesmo com Nora pedindo para que ele parasse, Carter não obedeceu, afundou-se mais na história na tentativa de descobrir o verdadeiro ritual.

No final das contas, todos aque conheciam Margareth e tinham conhecimento do ritual, foram mortos pela mesma.

Menos Matilda, a mesma suicidou-se horas depois de entregar Kael aos cuidados de Carter.

Uma longa semana passou, e Carter ainda não havia obtido resposta, mesmo que se esforçasse demais para tal coisa.

Algumas batidas na porta quebraram o silêncio, deixando Carter assustado de imediato, já que as batidas era fortes e constantes.

Apanhou a arma na gaveta da cozinha e caminhou cauteloso até a porta. Olhou no olho mágico e ali ficou um segundo tentando entender quem ers aquela pessoa.

Um demônio?

Questionou-se internamente. A mulher tinha os braços cruzados. A mulher tinha os braços cruzados e os cabelos castanhos curtos estavam soltos.

— Carter eu sei que está ai! — A voz feminina soou rude, mas Carter manteve se em silêncio. — Carter sou eu... Margareth.

Carter prendeu a respiração, girou a chave na porta a abrindo.

Assustou-se quando a porta se movimentou após mais uma batida. Nora levantou-se em um sobressalto proveniente ao susto.

Carter fez um movimento com a mão pedindo silêncio que no mesmo instante foi obedecido por Nora, que levantou-se e pegou Kael em seus braços.

— Carter estou aqui pra dizer a verdade. — Disse.

Carter abriu a porta e espantou-se ao olhar as lágrimas escorrerem pela pele morena da mulher.

— Porfavor, vamos sair, preciso te contar tudo.

Seus olhos percorreram o ambiente e pararam em Kael. Mais lágrimas escorreram por seu rosto.

— Para onde quer ir?

— Para longe daqui, vamos.

Puxou Carter pelas mãos para fora do prédio. Ela correu ainda segurando o irmão até o jaridm do prédio.

Carter respirou fundo sentindo o ar da manhã lhe revigorar forças. Sentaram-se no pequeno banco.

— Quem te matou? — Carter rompeu o silêncio.

Margareth olhou o irmão. Carter sentia que aquele momento era o mais esperado em meses, o momento da verdade.

A última peça do quebra cabeça era e sempre foi Margareth.

— O anjo. — Respondeu ela em um suspiro.

Carter respirou fundo, o mistério foi desvendado, ele sabia o assassino de Margareth Oorth, mas a motivação ainda era inexistente.

— Porque ele te matou? — Questionou.

— Não quis completar o ritual para fechar os portões. — Uma lágrima desceu dos olhos de Margareth.

— Porque?

— Porque a morte do meu anjinho era o ritual. — Margareth contou surpreendendo Carter.

Eles permaneceram um longo tempo em silêncio, enquanto Carter digeria a história, e preparava-se para novas perguntas.

— Margareth, qual era o ritual? — Questionou sério.

— O filho de uma possessão e um anjo comceberiam a chave para fechar as portas do inferno. — Ela sorriu minimamente. — Um altar, o sangue dele despejado e sua alma dada para o inferno. — Contou ela.

— Teria que matar Kael? — Carter decidiu confirmar o que já estava óbvio.

Ela maneou a cabeça em confirmação, suas mãos espalmaram-se em sua barriga e ela suspirou.

— Eu tentei Carter, desde o princípio eu estava certa de que conseguiria, mas ele cresceu dentro de mim, e quando olhei seus olhos pela primeira vez eu soube que nunca conseguiria. — Contou.

— São azuis! — Constatou Carter recordando a cor dos olhos de Kael.

— Olhos de anjo. — Alegou Margareth. — O pai dele, o anjo, me matou, mas antes jurou-me que mataria Kael, então arrastei sua alma comigo. — Relatou ela por fim.

— Como fez isso? — Questionou ele sorrindo minimamente.

— Difícil de explicar, mas espere quando chegar sua hora. — ela riu com a feição espantada de Carter.

Os dois olharam o céu agora totalmente azul, os passaros cortando o céu, as flores abertas e cheirosas anunciando a chegada da primavera e as árvores balançando por conta das rajadas de vento.

— E agora? — Questionou Carter.

— Agora eu me retiro e você se afasta do diário. — Ela sorriu tomando as mãos de Carter contra as suas. — Carter cuide do meu menino por favor. — Ela suspirou contendo as lágrimas. — Carter pare com isso, vai acabar morto e meu Kael sozinho.

— Não sei se posso. — Ele resmungou.

— Eu sei que pode Carter... você e Nora estão juntos não é? — Carter maneou a cabeça em confirmação. — Eu sei que juntos, vocês podem dar uma vida comum ao meu filho. Por favor Carter, ele tem seu sangue. — Ele sorriu minimamente.

A mão de Margareth subiu até a bochecha do irmão e ela sorriu.

— Eu sei que você pode. — Disse por fim.

Então o corpo da morena despencou inerte. Ela apenas desmaiou denunciando que Margareth já não estava mais ali.

Carter suspirou indo apressadamente até sua casa. Ao adentrar Nora estava em pé, balançando Kael em seus braços.

E carter concordou plenamente com Margareth. Ele não só podia como iria fazer.

Tomou o diário de Margareth e sem pensar duas vezes o lançou contra o fogo crepitante da lareira.

Nora juntou se a ele, e ambos assistiram as palavras de Margareth serem consumidas pelas chamas, e junto com o diário ia se o mistério de quem matou Margareth Oorth.

Possessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora