XV - Espírito Evanescente

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Annormal; Capítulo 15 – Espírito Evanescente

"Ir embora significa morrer? Ele está falando isso para o espírito? Ele vai se matar?"  Jungkook pensava, seu coração acelerando descontroladamente ao ver o rosto de Taehyung tomado pelo medo. Cada pensamento que surgia em sua mente parecia mais assustador que o anterior, especialmente depois das palavras de Hoshi.

— Me responde, Tae! Como assim ir embora? Ir para onde? — Jungkook implorava, desesperado, enquanto sua ansiedade crescia com cada segundo de silêncio.

Queremos o ritual, Kim. — A voz fria do espírito ecoou pela sala, fazendo Taehyung tremer da cabeça aos pés.

— Eu não sei fazer isso, eu nunca fiz, eu não quero! — Taehyung gritou, se lembrando nitidamente noite em que seus pais foram brutalmente tirados de sua vida. A cena repetia-se em sua mente como um pesadelo sem fim.

— Fazer o que, Tae? — Jungkook perguntou, seus lábios tremendo enquanto ele tentava entender o que estava acontecendo.

— Não! Eu não quero ver aquela cena de novo, aquela música, aquela dança, não! — Taehyung sufocava com a lembrança.

— Tae, calma — Jungkook tentou, sua própria voz tremendo. Ele queria ajudar, mas não sabia como, e o medo estava começando a dominá-lo também.

Você tem quatorze dias. Se não fizer o ritual perfeitamente, como seus antecessores faziam, tudo se repetirá. — A entidade disse e se aproximou ainda mais de Taehyung, tocando levemente seu rosto. O toque foi gélido, paralisante, e os olhos de Taehyung se arregalaram de puro pânico. — Você sabe o que é ser possuído por um demônio, mas não por vários ao mesmo tempo, a ponto de morrer e ser levado para o inferno. — O espírito riu com uma crueldade silenciosa, suas órbitas vazias focadas diretamente em Taehyung, que estava estático de terror. — Boa sorte, Kim Taehyung.

"Inferno? Então meus pais estão..." — Taehyung pensou, sentindo-se sem ar pelo choque. O espírito avançou, e imediatamente, uma sensação avassaladora de vertigem tomou conta de seu corpo. O sangue parecia congelar em suas veias, como se lâminas de gelo estivessem cortando-o de dentro para fora. Não sentia mais medo, nem qualquer emoção.

Jungkook, ao seu lado, sentiu um arrepio profundo atravessar sua espinha. A respiração ficou irregular ao ver Taehyung tremer violentamente, como se estivesse lutando contra algo invisível.

— Não! Sai de perto dele! — Jungkook gritou, sua voz se quebrando pelo medo, enquanto segurava Taehyung com força, como se pudesse protegê-lo de uma ameaça que ele não conseguia ver.

Taehyung soltou um grito sufocado, seus olhos revirando nas órbitas, suas íris assumindo um tom escuro de vermelho. Jungkook o apertou em seus braços, sentindo o medo tomar conta de si.

— Eu estou aqui, Tae! Eu estou aqui! — Jungkook repetia, desesperado, sem saber o que fazer.

Então, a voz de Taehyung emergiu, rouca e muito mais grave do que o normal, em um sussurro. — Jungkook... — A voz não parecia pertencer inteiramente a Taehyung. — Você não pode me salvar... — E, de repente, o corpo de Taehyung caiu para trás, como uma marionete sem cordas, desacordado. Um rastro de sangue escorria de suas narinas, manchando sua pele pálida.

— Ei, Taehyung! — Jungkook sacudiu-o em pânico, suas mãos trêmulas de medo e desespero. Não aguentaria perdê-lo. — Taehyung! — Ele gritou novamente, sentindo as lágrimas descerem por seu rosto, o coração disparado. — Eu só queria saber o que está acontecendo... — Ele choramingava, segurando Taehyung firmemente em seus braços.

Annormal 1.0 ( Kth + Jjk )Onde histórias criam vida. Descubra agora