IV - Sete anos de azar

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Annormal; Capítulo 4 — Sete anos de azar

(...)

Taehyung estava preso, preso em seus pesadelos.

Ele implorava para acordar, mas não conseguia. Era como se estivesse sendo puxado para um lugar escuro cercado por chamas. Ele chorava, desesperado, incapaz de se mover.

— Taehyung! — Alguém o chamava. Uma figura demoníaca se aproximava, e o medo só aumentava. — Taehyung!

— Não! Sai, sai daqui! — Ele gritava, mas sua voz soava abafada, sem força.

— Taehyung! — A figura finalmente o alcançou e o abraçou. O pânico ainda o dominava, mas o abraço era quente. Aos poucos, a sensação de pavor começou a se transformar em algo mais suportável.

Ele acordou de repente, sentando-se com dificuldade, ainda que assustado. Seus movimentos eram lentos, pesados, como se todo o corpo estivesse dormente. A cabeça latejava, e uma sensação de náusea o dominava. Respirava de forma irregular, com a boca seca e o gosto amargo dos remédios ainda presente. Quando passou a mão pela testa, sentiu o suor frio, mas o cansaço parecia insuportável, como se seu corpo estivesse lutando para se manter desperto.

— Taehyung? — Nayeon chamou suavemente, fazendo-o virar lentamente, ainda atordoado. A visão estava levemente turva, e sentia seu corpo pesado. 

— Nayeon? O que você está fazendo aqui? — perguntou, a voz arrastada, sem conseguir entender o que estava acontecendo. Ele tentava se concentrar, mas sua mente estava lenta, confusa.

— Taehyung... Meu Deus, são oito horas! Mas não da manhã, é da noite! — exclamou ela, preocupada.

— O quê? — Ele olhou para a janela e viu as estrelas no céu escuro. — Como eu dormi tanto tempo?

— Você não estava dormindo, Taehyung. Estava desacordado. Eu tentei te acordar, mas você não respondia. Eu estava prestes a te levar para o hospital, mas sei que você não gosta de ir.

— Eu... não conseguia acordar, Nayeon... Eu... — Ele gaguejou, sentindo a náusea aumentar, e seu corpo todo parecia ainda mais pesado. Era como se sua mente estivesse desconectada de seus movimentos, tudo acontecendo de forma lenta demais. — Eu não conseguia.

— Calma, você acordou. Está tudo bem agora. — Nayeon se aproximou e enxugou as lágrimas que corriam dos olhos de Taehyung, lágrimas que ele nem percebeu que estava derramando. Ele estava em estado de choque. — Eu trouxe comida. Espero que goste. — Nesse momento, o estômago de Taehyung roncou, mas a náusea o fez sentir um gosto amargo subir pela garganta. Nayeon tentou sorrir, mas estava inquieta ao ver Taehyung nessa situação.

Ela pegou o tupperware de sua mochila e abriu, entregando-o a ele. Taehyung olhou para a comida, mas sentiu o estômago revirar.

Pegou os hashis e tentou comer um pedaço de onigiri, mas a sensação era desconfortável. Mastigou lentamente, o sabor não parecia ruim, mas a náusea só piorou. Ele conseguiu engolir um pedaço pequeno, mas não conseguiu continuar.

— Desculpa... eu não consigo. — Ele colocou o tupperware de lado, ainda com um onigiri e meio e alguns kimbaps intactos, e sentou-se na frente de Nayeon com as pernas cruzadas, o corpo ainda extremamente pesado.

— Não tem problema. — Nayeon sorriu, mas estava visivelmente preocupada. Foi quando ouviu o som de plástico amassado e olhou para o lado. Seus olhos se arregalaram ao ver uma cartela de remédios praticamente vazia. Eram calmantes.

"Ele tomou tudo isso ontem? Ele tentou se matar?" Nayeon pensou, sentindo o coração apertar ao olhar para Taehyung, que ainda parecia atordoado.

— Nayeon... — A voz de Taehyung saiu entrecortada, um soluço preso na garganta enquanto ele olhava para seus próprios pés, sua mente ainda confusa.

Annormal 1.0 ( Kth + Jjk )Onde histórias criam vida. Descubra agora