Leão Alfa - Cap 1

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A humanidade, enfim, tinha paz. Não era nada eterno ou duradouro, mas era paz, e servia. O único problema é que saímos de uma guerra interna para outra externe, e esse era o motivo de haver “paz”. Por algum motivo os demônios queriam invadir nosso planeta. Tínhamos recursos naturais, minérios valiosíssimos, água, oxigênio e poder militar para nos defender, mas ainda sim perdas eram inevitáveis, guerreiros e guerreiras estavam sendo abatidos.

O pior, é que mesmo com a coexistência no início do ano 9000. Apos milênios ainda havia muita disparidade econômica, por isso então tinha um trabalho muito bom... Principalmente por não ter tido pais ou estudo. A sorte foi encontrar um senhor que me ensinou a ler, por isso estudei por conta própria nos intervalos de trabalho exaustivo.

Meu nome é Lucas D’Angelis, a maior parte das pessoas me chama de D’Angelis, os mais próximos de Dd. Como você vai me chamar fica a seu critério. Tenho 15 anos e até 6 anos atrás trabalhava como escavador em uma busca incansável por carbono 14, quase no centro da Terra.

Em uma das escavações encontrei alguns objetos estranhos que nunca tinha visto ou ouvido falar, provavelmente eram de tempos mais antigos. Levei-os a toda sorte de lugares, bibliotecas, anciãos, militares... Ninguém soube me dizer o que eram, mas sempre me davam o mesmo conselho. “Leve-os aos Elfos.”

Foi o que fiz. Em uma investida de pura e louca curiosidade larguei meu emprego, muito mal remunerado, e fui para as florestas tropicais. Meus amigos de orelhas pontudas me contaram que eu tinha em mãos um pingente, uma lança, arco, e flechas, objetos muito antigos, provavelmente com mais de 20000 anos de antiguidade.

Depois disso, na mesma cidade, saindo da universidade de pesquisa encontrei um grupo de entusiastas que me indicaram uma mestra elfa, para ensinar-me o uso correto das armas. Ibis era uma mulher alta, de cabelos tipicamente loiros dos elfos e olhos medonhamente negros. Muito bonita.

A princípio, ela hesitou, mas quando viu minha determinação resolveu abrir uma exceção e ensinar a um humano pela primeira vez. Assim aprendi a usar a lança e o arco, aprendi várias artes marciais milenares e de brinde ela ainda versou-me na esgrima.

Foi durante um treino com ela que descobri minha afinidade com o ferro. Ela desarmara minha lança, eu não tinha arma alguma, meu arco estava longe, e mesmo que estivesse nas minhas costas, um mortal enquanto atirava uma flecha era algo difícil de se fazer, principalmente contra alguém mais experiente que você...
Ela me colocou em posição de recuo, girava a lança e eu desviava fazendo com que ela passasse a centímetros dos meus fios de cabelo ruivo. E então eu tropecei... eu e ela sempre treinávamos à serio, então perder era o mesmo que ganhar mais um par de cortes no rosto e provavelmente um ida ao hospital...

Foi por isso que desejei mais que tudo no mundo por uma espada, no momento era o que mais queria. Fechei os olhos, não queria ver a ponta da lança baixar sobre mim... Alguns segundos passaram-se comecei a sentir meu braço pesado. Abri os olhos e alí estava uma espada de ferro puro que aparava o golpe de minha mestra.
Ela arregalou os olhos para mim e eu devolvi com um olhar perplexo de meus olhos verdes que obviamente não entendiam nada do que se passara, nem o porquê de eu estar segurando uma lâmina nem o olhar assustado de Ivis.

– Como você fez isso? – ela perguntou com uma voz estupefata, vendo meu corpo emitir uma luz roxa.

– Até onde eu sei, não sou capaz de fazer objetos... – respondi ainda confuso.

Depois desse acontecimento, encerramos meu treinamento e fui enviado para os Guardiões do Universo, um ano atrás, para começar meu treinamento. Na despedida Ibis me deu minha espada toda negra, feita pelo melhor dos ferreiros elfos, um homem especialista em trabalhar o diamante negro, ele foi um guerreiro mediano muito tempo atrás, mas preferiu seguir a vida de ferreiro, meu pingente havia mudado sua forma, para a face um leão.

No caminho para o Reino dos Magos, fomos parados por um grupo de saqueadores. Com a guerra, as rotas estavam perigosas. Eles saíram das nave deles, usavam roupas que os protegiam do quase zero absoluto do universo. Nas mãos tinham luvas que disparavam ondas de energia vibratório. Meus transportadores não eram guerreiros e não iam bem armados, provavelmente nem eram preparados para esse tipo de coisa.

Tomado pelo instinto, meu pingente emitiu um forte brilho a luz percorreu meu corpo se tornando em minha armadura, saí do nosso comboio, que levava também um garoto e uma garota. Saquei minha lança, e parti para cima do primeiro dos três homens, só precisava chegar perto... Ataques supersônicos não funcionam a curta distância... Fui presenteado com tiros de todas as luvas, desviei de dois deles, mas um me atingiu e me lançou uns 10 metros pra trás, pisando sobre o solo acabei sendo arrastado, rangendo os dentes em fúria.

Na terceira vez que fui jogado longe, pensei em usar o ferro, não tinha experiência, mas era o melhor que podia fazer na hora. Prossegui com a minha tentativa, os homens mandaram mais uma rajada de vibratória, desviei de duas e aparei a terceira com uma parede de ferro. Estava dando certo, eles já estavam até mais vacilantes.

Eles eram realmente bons, um grupo profissional que previa minha movimentação facilmente. Dessa forma, não demorou para eu ser mais uma vez, jogado longe... Só o ferro não era suficiente, eu precisava de uma distração... algo que me desse tempo... Mais uma vez, me acertaram ataques, dessa vez trincaram meu traje, senti o frio do espaço entrar aos poucos pela fenda mínima e meu oxigênio ser rapidamente drenado. Em alguns minutos estaria morto.

Comecei a sufocar, mas mesmo assim continuei o mais firme possível. Foi aí que vi um clarão gigantesco... uma luz ofuscante que parecia um Sol. Não importa de onde vinha, o que importa é que eu via os assaltantes, mas eles estavam todos com as mãos cobrindo os olhos para não ficarem cegos então ataquei e matei todos com a lança, ainda tiveram tempo de me desmaiarem usando suas luvas.

Acordei já na Fortaleza dos Guardiões, três semanas depois. Onde eles me explicaram minha condição de guerreiro e o ocorrido com os saqueadores. A luz era do meu próprio corpo e os homens nunca chegaram a cobrir seus olhos, o que eu vira foi uma visão telesinésica. Meu ataque contra eles foi muito rápido, pois eu usei vento como propulsão e nem era preciso mencionar as paredes de ferro, eu me locomovia facilmente no espaço por causa da minha habilidade de voo. Era hora de começar!

Aqui nos Guardiões do Universo sinto que poderei fazer a diferença, hoje sou uma do nível Supremo da classe Alfa, nesse ano irei iniciar minhas missões e ver do que sou capaz de fazer após esse treinamento infernal, minha primeira missão será em Argo.

A Batalha da Existência (Volume 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora