Loba Negra Alfa - Cap 1

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Me chamo Lorrany, a guerreira de Loba Negra.

Gritos. A única coisa que escuto são gritos. Eu me escondo atrás da poltrona na tentativa de me esconder do meu pai enquanto ele bate em minha mãe. Eu quero ir até lá e ajuda-la, mas eu não sou forte o suficiente para conseguir ao menos acertar um soco nele. Tudo o que eu posso fazer é ficar aqui, implorando mentalmente aos Deuses para que tudo acabe bem. Eu olho para o céu e avisto uma pequena estrela, a menor que pode ser vista dentre as outras. Ela é como eu, um pequeno ser nesse mundo enorme. Depois do que pareceram horas os gritos cessão. Eu tento ver o que aconteceu, mas não vejo ninguém. Eu me levanto lentamente e caminho até o corredor, onde avisto um pouco de sangue no chão o que faz com que lágrimas surgem em meus olhos. Ao ponto que eu vou avançando pelo corredor o sangue vai aumentando, e quando eu adentro a cozinha avisto minha mãe caída no chão com seu corpo completamente ensanguentado e mutilado. Eu corro até ela e caio ajoelhada no chão sem me importar com a poça de sangue acumulada no chão. As lágrimas se intensificam cada vez mais, assim como o sangue no chão.

- Mãe, acorda. Por favor, não me deixe eu falo entre lágrimas e soluços.

Eu espero sua resposta, mas em vão. Nenhuma palavra além das minhas ecoam pela cozinha. Eu devia ter tentado ajuda-la, mesmo que significasse perder minha vida, eu devia ter tentado.

- Mãe!... Eu grito e as ondas sonoras vagam pela casa.

- Estou sozinha no mundo. Não posso ficar nessa casa, meu pai pode voltar e vai me matar também.

Disseram-me uma vez que perder alguém querido e não poder mais velo é a pior coisa que existe, mas estavam errados. Não é a perda que é o pior, e sim o vazio que ela deixa em seu interior. Um vazio chamado solidão.

8 ANOS DEPOIS

Eles estão muito perto. Eu continuo correndo entre as árvores, e adentrando cada vez mais a floresta fugindo dos assassinos. Os galhos das árvores arranham meus braços e minhas pernas, sinto o pouco de sangue escorrer por meus membros mas continuo correndo. Eu tropeço em algo e caio no chão. Eu tento me levantar mas acabei torcendo o tornozelo, a adrenalina faz com que eu não sinta a dor, mas é impossível me manter em pé sem instabilidade.

- E aí, gatinha! É a ultima coisa que ouço antes de ser acertada com algo duro e gélido.

Eu abro lentamente meus olhos, e vejo que me encontro em um local escuro. Eu tento me levantar mas não só a dor em meu pé, mas também cordas me prendendo a uma cadeira me impedem de me levantar. Eu começo a tentar rasgar a corda esfregando meus pulsos, mas o que é danificado são meus pulsos. Uma luz se acende repentinamente me fazendo fechar os olhos devido a forte claridade. Depois que meus olhos se acostumam a claridade eu os abro lentamente encontrando um par de olhos vermelhos me olhando com tamanha intensidade. Eu afasto um pouco meu rosto na tentativa de me livrar daquele olhar.

- Por onde quer que eu comece? Ele indaga esboçando um sorriso assustador em seu rosto.

- C-como assim? Eu indago com minha voz trêmula, tento não olhar para ele.

Continua...

A Batalha da Existência (Volume 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora