A Batalha da Existência (Volume 01)

Viúva Negra Alfa - Cap 1

A guerreira de cabelos castanhos puxando para o louro estava sentada sobre as pernas no gramado. Olhava para o alto e se lamentava por ser tão petulante.

As demais guerreiras tentaram se aproximar dela várias vezes mas a mesma sempre afastava-as com palavras rudes, muitas começaram a sentir-se furiosas com a atitude e pararam de insistir.

Mas naquele momento, Anna Vitória começava a se arrepender das atitudes que tivera com as garotas que agora poderiam lhe ser boas amigas, uma pena que mesmo arrependida era egoísta demais para voltar a trás e pedir desculpas.

Uma pequena faísca de fogo sai de sua mão caindo sobre a grama, não era muito boa em dominar seus elementos pois se negara a treinar todas as vezes que as demais guerreiras lhe chamavam. No momento parecia bom demais ignora-las mas vendo agora, percebia que precisaria daquilo algum dia, cedo ou tarde iria precisar usá-los.

Levantou-se após se cansar de ficar parada ali encarando o nada e caminhou em direção a grande floresta, queria um pouco de paz, longe dos sorrisos e risadas de todas aquelas pessoas felizes que via em grupo ao longe.

A jovem caminhou tanto tempo desapercebida que acabou se afastando demais, saira da área segura e agora nem sabia mais onde estava, completamente perdida, era como realmente estava. Olhou a sua volta tentando achar o caminho de volta entre as árvores de grande porte e suspirou frustrada.

- Droga! - murmurou chutando uma pequena pedra no meio do caminho.

Andou entre as árvores tentando encontrar o caminho de volta mas percebeu que estava apenas andando em círculos a longos minutos, a frustração a atingiu com mais força mas dessa vez veio junto o medo.

O que aconteceria se ficasse ali por muito tempo? Mal sabia usar seus elementos direito, estaria muito ferrada se o pior acontecesse mas enquanto não acontecia, tentava não ser pessimista.

Tarde demais para isso, barulho de passos ecoaram pela floresta silenciosa, eram botas pisando sobre as folhas e galhos secos, Anna Vitória estremeceu, se ao menos tivesse amigos, nesse momento já teriam sentido sua falta e estariam atrás dela mas sempre tratou de afastar todo mundo.

Ela se afastou tentando não fazer barulho e escondeu-se atrás de uma árvore larga, tentou ver quem estava ali, talvez fosse alguma das guerreiras, não! Era mais provável ser um inimigo. Ainda olhando viu um emaranhado de cabelos cinzas, tão longos que cobriam toda as costas da mulher, parecia jovem e delicada mas quando virou -se os olhos eram na cor vermelho sangue e isso arrepiou Anna Vitória. A mulher usava uma calça rasgada, botas pretas e uma blusa branca, se vestia de forma simples mas era extremamente assustadora.

A jovem ficou imóvel, prendia a respiração com medo de que a outra pudesse ouvi-la, mas então a viu farejar o ar e sorrir, um sorriso doentio de quem estava sedento por matar.

- Eu sei que está aí querida - a voz era extremamente dócil mas Anna sabia muito bem do perigo que corria.

A outra que estava distante pôs se a andar em direção a árvore que Anna estava, ela farejava como um lobo. Anna Vitória percebeu que seria encontrada ali e pôs se a correr, correu o máximo que pode desviando-se das árvores e tentando despistar a farejadora. A jovem já não conseguia mais respirar, estava cansada de correr, o fôlego lhe faltava e o coração parecia querer pular para fora. Estava disposta a voltar a correr novamente mas ao se virar deparou-se com a Mulher de cabelos cinzas, ela estampava um enorme sorriso.

- Gosto quando a caça tenta fugir - disse desferindo um soco no estômago de Anna, uma onda eletrizante percorreu por seu corpo a jogando no chão, ela se afastara ainda tremendo e tentando puxando o ar.

- Eletricidade - respondeu a Mulher ao ver os olhos arregalados de Anna Vitória.

Anna Vitória sabia que não poderia ficar parada esperando a morte chegar, precisava agir rápido mesmo que não soubesse muita coisa, levantou-se disparando uma rajada ardente contra a outra que desviou- se rapidamente avançando com uma estaca. Um escudo de fogo impediu o golpe e Anna aproveitou e lançou duas correntes segurando a outra no lugar enquanto disparava mais rajadas flamejantes.

A adversária emanou uma onda elétrica que percorreu as correntes e atingiu primeiro os dedos de Anna, logo percorrendo por todo o seu corpo a jogando para trás, a onda foi tão grande que por onde a eletricidade saiu rasgou a pele de Anna fazendo o sangue jorrar.

A mulher se aproximou lentamente de uma Anna caida e gritando pela dor.

- Onde estão seus amigos? - ironizou a oponente.

Anna Vitória sacudiu a cabeça lentamente, em negativa, seus olhos se encheram de lágrimas enquanto pensava em todas as oportunidades que desperdiçara, se não tivesse sido tão egoísta, agora teria amigos que dariam a vida para ajudá-la.

- Oh, não tem?! - a mulher parada a sua frente riu vendo-a agonizar. - Lena, Guerreira da Terra que irá destruir você, projeto insignificante! - rugiu a guerreira.

Ela ergueu uma espada sendo percorrida pela eletricidade e enfiou-a no peito da jovem caida, seu corpo foi tomado pela eletricidade que dominou-a e queimava-a como chamas vivas, dilacerando sua pele por onde saia. O sangue jorrava do peito e uma fina linha vermelha escorreu pela boca dela, os olhos arregalados e lacrimejantes de Anna, ficaram assim, abertos.

Lena se afastou do corpo sem vida e totalmente desfigurado de Anna Vitória, sorriu com o que tinha causado a jovem.

- Se não fosse tão egoísta, talvez ainda estivesse viva - murmurou Lena para o nada ainda encarando o corpo sem vida de Anna com um sorriso vitorioso estampando o rosto.