A Batalha da Existência (Volume 01)

Tubarão Tigre Alfa - Cap 1

Olá, sinto que preciso me apresentar formalmente antes de começarmos a conversar. Meu nome é Christian, minha armadura é o Tubarão Tigre.

Antes de tudo tenho que ressaltar que eu sei que o que fiz não pode ser perdoado, mas espero que me entendam, me arrependo amargamente todo santo dia... Então vamos lá. Não sei muito bem por onde começo a contar, o evento foi tão grande e complexo que preciso tomar cuidado com cada palavra escrevo e já me adiantando, digo que tentarei ser o mais imparcial possível, mesmo sabendo que será quase impossível não perder para um dos lados. Em meio a tantos acontecimentos, opiniões e mentiras, desbravar os fatos é uma tarefa um tanto quanto difícil. Desculpe-me caso eu deixe algumas informações nebulosas, tentarei ser o mais detalhista possível.

Tudo começou em 28.009 de Sirius, um calendário diferente que a pequena vila que nasci costumava usar, era um dia ensolarado, as poucas nuvens no céu faziam formas variadas e os pássaros cantarolavam e voavam de um lugar para o outro, tudo tão repugnante... Droga, a vida sempre nos cobra por nossos pensamentos. Naquele a última gota foi consumida e todos nós estávamos famintos, eram aproximadamente oito vampiros para ser alimentados, mas a aliança não poderia ser quebrada, não haveria sangue para todos.

Nós morávamos junto dos humanos, tínhamos um tratado com eles. Quando chegamos a essa pequena vila, vimos que ela era alvo de constantes ataques, criaturas vindas das profundezas do inferno que apenas sabiam espalhar ódio e destruição por onde que pisem... Parando agora para pensar é até um pouco irônico, eu um vampiro, dizer tais palavras. Uma vez, uma caçadora que tive a infelicidade de conhecer me disse: "Às vezes vampiros querem companhia". Às vezes é pura selvageria. Eles mordem alguém quando estão confusos ou com raiva. Outros fazem por puro prazer, eles acham divertido. E alguns só precisam se alimentar, querem beber sangue não importa de quem seja. Nunca me esquecerei dessas palavras, eu não sou assim, não quero ser assim.

Mas vamos voltar à história, com uma proposta que beneficiaria tanto nós vampiros quanto os humanos foram morar junto a eles, existia apenas duas regras simples que deveria ser cumprida incondicionalmente. A primeira era: Nós vampiros, poderíamos caçar uma pessoa a cada noite. E a segunda: Deveríamos proteger a cidade dos ataques. Uma aliança que trouxe lucro para os dois lados... Por um tempo.

Inicialmente, lidar com as ameaças era muito fácil para gente, chegando a ser até mesmo um pouco divertido, porém com o passar do tempo, por algum motivo o nível das lutas estava subindo cada vez mais, tornando a tarefa de proteger a cidade extremamente exaustiva, até chegar um ponto que o sangue de apenas uma pessoa não estava sendo o suficiente. Contudo honramos nossa palavra acima de tudo, caçar mais de uma pessoa ou deixar de proteger aquela vila era impensável, precisávamos de outra solução e rápido.

Passaram-se alguns dias e nenhuma solução foi encontrada, então eu precisava fazer algo a respeito. Nesse dia eu estava em minha casa pensando a respeito do problema quando recebi uma visita um tanto quanto inesperada, um jovem mago com a cara escamosa veio nos pedir ajuda, ele era vermelho e tentava esconder sua face com uma túnica preta e andava segurando um cajado com a forma de uma mão na ponta. Uma criatura muito interessante, draconato talvez? Preferi não perguntar a respeito, a curiosidade para saber o motivo que o levou a nos procurar era muito maior.

Comecei tentando intimidá-lo com minha presença, fui sarcástico e o ameacei a todo o momento, conseguia sentir o cheiro de seu medo, mas sua determinação era inabalável, ele estava certo de seu propósito. "Uma guerra está por vir, será algo de proporções grandiosas, suplico por sua ajuda", ele dizia. A princípio não fiquei interessado, mas caso a guerra realmente acontecesse, seria um banquete para o meu bando. Portando, depois de algumas horas de conversa, aceitei o seu pedido, em três dias o encontraria no local estabelecido.

Estava ansioso, mal conseguia esperar para que chegasse o dia combinado, mas no alvorecer do dia dois, fui ao local para dar uma olhada do que se tratava, e ao chegar, tive uma surpresa enorme. Uma besta gélida de uns 7 metros de altura estava perseguindo um grupo de guerreiros, foquei meu olhar para tentar reconhece-los e o que eu esperava realmente estava acontecendo, a guerra se iniciou mais cedo e em uma das naves estava o mago que implorou por minha ajuda. Abri um sorriso no canto do rosto e me disparei a correr em direção à fera.

Quando ela estava quase os alcançando, ela pulou em direção a eles, então fiz o mesmo. Flexionei os joelhos e saltei em direção ao monstro o acertando um soco bem no maxilar enquanto estávamos no ar, desviando dos guerreiros e fazendo-a grunhir de dor com seu bafo fétido. Passamos algumas horas lutando amargamente, o monstro tinha uma regeneração e uma força tão grande quanto a minha, foi uma batalha árdua, mas no final, enfiei minhas mãos em seu abdome e a separei em duas, finalizando a besta.

Porém meus ferimentos foram muito feios, eram graves de mais até para mim, minha visão foi se escurecendo, a força foi se esvaindo pelo meu corpo e em poucos segundo a morte já estava me abraçando. Contudo ela não me deixou atravessar seu véu, por algum motivo eu não era bem-vindo em seus domínios. Sempre achei que vampiros não tivessem alma, ou então já nascíamos condenados a pagar no inferno, mas depois de inúmeras tentativas frustradas de me matar, passei a acreditar no contrário. Acho que Deus tem um plano para mim, e até cumpri-lo, não poderei ter a paz que sempre quis.

Agora vocês sabem uma parte da minha história, isso é apenas o começo então irei parar por aqui. Após termina de escrever em meu diário de bordo, o guardo na gaveta, assim ficando de pé, assim que olho para trás, uma mão negra atravessa o meu abdômen, arrancando a minha coluna vertebral me deixando agoniado, vejo os olhos de tigre no homem que manifesta uma besta felina em torno de si.

- Taker de Tigre, esse é o meu nome. Ao receber essa mensagem telepática, sinto meu corpo se desintegrar, pensei que teria mais historias para contar, mas vejo agora que essa foi a minha ultima.