LUNAE

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Ela se auto reprimia por ser tão ruim em decisões rápidas .

"Se ja era dificil passar por aquela ponte asquerosa antes , à restrita "luz do sol " imagina agora" ;pensava ela .

 Um mix de angústia e raiva , ela não sabia se odiava Kai por não poder ajuda-la numa situação tão ruim como aquela ou se agradecia a lua por ele não estar ali e a ver naquela situação ridícula .

Suja e molhada , com lama e lodo a altura dos tornozelos .A cada passo ela se contorcia de repulsa e nojo daquela lama esverdeada , não parecia ser um caminho tão longo (o trajeto até a ponte ) , mas agora parecia tão distante .

Num flash de segundos ela pensou em tirar as botas para passar pela ponte , mas ao olha-las desistiu .

 Não colocaria a mão naquela tonelada de lama que escondia o bico de sua bota de couro , e não pisaria seu pé naquela ponte imunda , mas tinha que passar por ali , por uma questão de dignidade , e de sua parcela de saúde humana.

A cada passo as gotas pareciam ser mais grossas ,como se os céus zombassem dela por ser tão precipitada .

A terra escorria com a agua em seu rosto , de forma sútil , grudando seus cabelos negros no rosto , enfatizando o tom níveo e moribundo , a blusa de tecido fino grudada em suas costelas magras deixando exposta uma estigma de um triskelion  desenhado um pouco abaixo de seu decote , de um traço fino , delicado , que ela preferia não se lembrar de como apareceu ali .Sem falar das cicatrizes , hematomas deixados pela sua captura nas mãos dos Convexus , a brutalidade como a jogavam no chão esquecendo-se que sem sua magia ela era inteiramente humana e se machucaria como uma , Verena teve suas costelas fraturadas diversas vezes , e por não estar consciente para sentir a dor , era castigada a sentir cada osso latejando até os dias atuais .

Naquele momento agradeceu por Kai não estar ali , se sentiria envergonhada se ele a visse daquele jeito, mesmo sem ele estar ali ela podia imaginar sua curiosidade e todas as perguntas que ele faria , perguntas que ela certamente não iria responder , não estava pronta.

E la vai ela , em passos limitados e curtos já que a lama prendia os saltos de sua bota de modo que seria impossível sair de la em minutos . A sensação de que a floresta tinha vida propria havia passado , a frustração e  o pesar deixaram de alimentar sua mente fértil , fazendo com que sua unica realidade fosse sair dali , voltar para seu quarto no Quartel Francês e vestir uma roupa seca e quente .

Olhando apenas para o chão  , tendo cautela aonde pisava ou então se lamentando pelas botas (que certamente ela jogaria fora depois daquele desastre ), ela chega em uma parte da floresta em que havia apenas terra molhada chapiscada no chão , nada de lama e insetos asquerosos , aquilo indicava que ela estava perto da saída e a impulsionou a continuar .

Era possivel ver até onde suas botas estavam cobertas , e só se ouvia o atrito fino do salto com o chão de cimento que parecia mais alto que o normal , a mostrando que ela estava sozinha ali , e que se alguem ou alguma coisa aparecesse seria impossivel  não ser notada .

Ela apressa os passos , odiava o silencio , seguiu a trilha de barulho , folhas esvoaçando e pássaros cantando .Ela retorna para o corredor de criptas , e por um caminho diferente consegue sair do pequeno cemitério de Metairie , temendo dar de cara com a suposta  péssima recepcionista que não estava la quando ela entrou .

Ja estava escuro e frio , de tal forma que era possivel ver as massas de ar gelado pairando lentamente , como se estivessem congeladas o suficiente para não irem para onde queriam com tanta velocidade.

A cada passo o ar doía , parecia ser uma parede invisivel ,  e toda vez que ela passava por uma camada dela sentia como se estivesse nua , suas costelas doíam , cada osso , sua pele se arrepiava a cada segundo buscando de alguma forma se aquecer , as tiras de cabelos pareciam não secar nunca , estavam molhadas como à  meia hora atrás .

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