Capítulo - 11 A leitura do testamento

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Não posso parar, o dia inteiro eu não tenho um memento de paz, reuniões, plantas, maquetes e muito mais. Eu não sou apenas arquiteta e urbanista, eu sou a acionista principal da White Incorporation, eu sou a CEO dentre tantas outras filiais.
Para chegar onde cheguei eu não podia parar, eu tinha que estudar, estudar, estudar e estudar mais um pouco.

Anos de dedicação, então um das poucas coisas ao qual eu valorizo é dormir. Mas afinal acho que esse privilégio não me pode ser dado.

O meu precioso sono foi interrompido abruptamente por um grito que deve ter acordado a casa inteira. Maldita hora essa em que eu fui obrigada a ter tantas crianças pra cuidar.

Visto meu robe e saio irritada do quarto, do lado de fora estão todos eles reunidos, o corredor está cheio.

— Quem foi? Ora já não posso nem dormir!

Cruzo os braços, simplesmente odeio que me acordem.

— Não foi nem um de nós, pelo menos não nenhum dos que estão aqui. — Brian interviu pelos irmãos.

— Tem algum de vocês que não está aqui?

São sete.

1,2,3,4,5,6...

— O.k. não estão todos aqui, está faltando alguém? Quem?

— Bom, a Ange, devia estar aqui, mas...

— Angelina, sempre aquela garota, até na hora de dormir ela me dá trabalho!

Saí descendo as escadas e palavras e mais palavras chateadas saiam de minha boca.

Chego a cozinha de onde ouvi o barulho e me deparo com uma cena icônica. Angelina estava com a mão no peito, os olhos arregalados, ela estava até pálida.

De frente a ela estava, Savanah, a filha do casal que trabalha aqui, a cozinheira e o motorista.
Ela tem o sonho de ser atriz, vive fazendo peças de teatro, acho que hoje a peça era sobre terror pois ela estava toda de branco e os cabelos rebeldes, a maquiagem só era a cereja do bolo naquele look, ela tinha essa mania de sair do teatro e vir direto pra casa com o figurino da peça.

Por isso foi inevitável não soltar uma gargalhada já que Angel quando me viu, foi logo para trás de mim, ela estava com uma expressão assustada no rosto. O que só me fez rir ainda mais.

— Por quê você tá rindo? Não tem graça?!

Ela exclama indignada.

— Claro que tem, sua cara está horrível.

Gargalho novamente.

— Desculpe, desculpe, senhorita Lilith...

Savanah estava assustada.

Bom, a alguns segundos minha vontade era de matar alguém, mas depois de ver aquela cena, ela me deixou estranhamente de bom humor.

— Tudo bem Savanah, acho que você deveria começar a tirar o figurino no teatro mesmo.

Ela sorri envergonhada.

Dos fundos vejo os pais de Savanah virem, o senhor e a senhora Mackenzie entram assustadas na cozinha, senhora Mackenzie está com uma panela na mão, senhor Mackenzie está com um taco de baseball.

Então nós três, eu, Angel e Savanah soltamos uma gargalhada .

Os pais de Savanah ficam com expressões confusas.

— O que houve? Savanah eu já não te disse para parar de vir pra casa com o figurino do teatro? — Senhora Mackenzie dá uma bronca na filha.

— Eu sei, eu sei mamãe, juro que de hoje em diante não o farei mais.

Mãe por acaso. Onde histórias criam vida. Descubra agora