Laço Eterno

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  P.O.V  MILENA

Tenho me sentindo meio egoísta nesses ultimos meses. Nao por querer algo material. E sim por consegui realizar meu sonho, mas ver meu irmao sofrendo pelo desaparecimento de Jhuly me impede de sorrir um pouco mais. Meu sonho sempre foi me tornar uma obstetra, e quando consigo realizar meu sonho, vejo o mundo do meu irmão e dos meus sobrinhos desabarem.  

  Mais um dia no hospital, um pouco mais tranquilo do que os últimos dias, uma das minha pacientes teve complicações na hora do parto mas no final deu tudo certo. Estava no meu consultório quando ouço bater na porta.

- Entre. Digo ainda olhando no computador. 

- Desculpe te atrapalhar mais preciso que me de sua opinião sobre uma paciente minha. Dr Eriberto diz sentando na cadeira em frente a minha.

- claro sera um prazer. E como posso te ajudar? 

- nao sei como, mas a minha paciente esta sendo mantida em carcere privado pelo proprio marido, e como sua gravidez e de risco ela precisa de cuidados e um lugar tranquilo e isso e tudo que ela nao tem, ja que o marido desfila com a amante pela casa eu nao sei como ajudar. Ele passa a mao na cabeça em sinal de frustração

- nossa! eu... eu nao sei nem o que dizer. A coisa mais certa a se fazer seria ir na policia mas ele pode fazer algo contra ela se o delegado bater na porta deles. 

- Milena sera que voce pode me acompanhar quando eu for visita-la?  pois tenho certeza que o Luigui nao ira permitir mais uma vez realizar a ultrasonografia  vaginal, tenho esperenças que com voce la ele autorize.

- tudo bem Eriberto eu vou, quando e a sua proxima visita a ela? 

- daqui a uma hora. Diz olhando o relogio de pulso.

- muito bem nao tenho nenhuma paciente ate as 16:00hr enato e  melhor irmos logo. 

- ok so vou passar no meu consultorio e pegar  minha maleta te espero o estacionamento. Ele segue para seu consultorio enquanto eu termino de arrumas minhas coisas. Assim que termino tudo vou para o carro. 

 Nossa viagem ate a casa foi em completo silencio, isso por que a um mes Eriberto, me beijou e se declarou para mim, fique sem reaçao na hora, tive medo, ainda tenho medo mas  confesso que se fosse hoje teria regido de uma melhor forma. Depois que o pai da Bia morreu nao me envolvir com mais ninguem, nao por nao ter encontrado mas sim por medo da perda novamente, essa dor ainda esta aqui. Mesmo depois de quase dez anos ainda tenho pesadelos com aquela noite, ver sua vida sendo tirada de uma forma tao bruta nao e uma coisa de se esquecer da noite para o dia. O que me machuca e que ele nao foi capaz de conhecer  o sorriso da Bia. Ela se parece tanto com ele.

Eriberto e um homem muito bonito, alto de olhos castanhos, cabelos pretos, seu sorriso faz qualquer mulher se apaixonar por ele, seu jeito carismatico encanta a todos principalmente por colocar o bem estar de qualquer pessoa em primeiro lugar. Nos aproximamos depois de uma confraternização realizada no hospital, mas em momento nenhum eu demostrei algo a mais do que amizade. 

- Milena ta tudo bem? Me assusto ao sentir sua mao na minha coxa.

- esta sim so me distrair olhando a paisagem. Dou lhe um sorriso amarelo. - falta muito para chegarmos?

- um pouco eles moram afastados da cidade, o cara e bem ciumento. Mila sobre aquele dia no hospital eu queria te pedir perdão. Por um instante ele desvia os olhos da estrada e me olha, seu sorriso mesmo que com um toque de tristeza e lindo.

- Beto nao tenho nada que te perdoar, voce que deve me desculpar pelo modo que agir aquele dia. Voce nao sabe mais ja fui casada, o que falam de mim pelo hospital sao boatos maldosos. O pai da Bianca foi meu primeiro namorado quando descobrir que estava gravida ele ficou tao feliz, entao mesmo sobre os protestos dos meus pais e dos meus sogros resolvemos nos casar. quando descobrimos que era uma menina saimos para comemorar e na saida do restaurante  fomos assaltados, um dos bandidos atirou nele varias vezes. Ja nao consigo mais segurar minhas lagrimas, sinto os braços do Eriberto me puxando para seu colo. Ficamos assim por um tempo ate conseguir me acalmar .

- Mila eu nunca dei ouvidos para o que falam no hospital, sabe por que? por que tudo que eu quero saber quero que saia da sua boca. voce e linda. Sinto seu rosto proximo ao meu, sem pensar muito eu o beijo. Um beijo calmo mas capaz de demonstra sentimento  entre nos dois, um beijo puro  que me fez sentir com aquele friozinho na barriga que a muito tempo nao sentia. Aos poucos fomos parando, no fundo eu queria que continuassemos mas infelizmente nao podemos.

- e ... bom acho melhor irmos. Digo evitando olhar em seus olhos, ele faz carinho no meu rosto e deposita um beijo na minha testa.

- nao vou te pedir desculpas pelo beijo porque eu queria muito isso. Me coloca no banco  e sai com o carro. - voce fica ainda mais linda corada. Pega na minha mao e leva ate a sua boca.

- Beto por favor...

- tudo bem, hoje vamos sair e nao aceito nao como resposta. fazemos o resto do caminho em silencio.

 Alguma coisa nessa casa e familiar, tenho a impressao de ja ter vindo aqui. Ao entrar na casa somos recebido por uma senhora de cabelos branco bem simpatica que nos leva ate o quarto, entramos  o quarto esta vazio mais escutamos o chuveiro ligado a senhora nos deixa e vai ao auxilio da sua patroa, e so agora percebo que nao perguntei ao Beto como ela se chama.

- Beto  como ela e chama?  Antes que ele possa me responde a Jhuly sai do banheiro, ela  esta mais magra com hematoma nos braços uma barriga aparente mas pequena demais para o estado avançado da gestação. Corro e a puxo para os meus braços .

- Mila graças a Deus, nao acredito que voce esta aqui. Seu corpo convulsiona a cada lagrima que cai eu a aperto, nao acreditando que a encontrei. Sinto seu corpo ficar mole e a ajudo a chegar na cama.

- Jhu preciso que voce fique calma, nao pode ficar nervosa ta. Lhe dou um beijo na testa,  nao tenho palavras pra expressa o que sinto nesse momento, ela esta aqui bem diante dos meus olhos.

- voces se conhecem? Beto e a senhorinha nos pergunta ao mesmo tempo.

- ela e minha cunhada que esta desaparecida. O Fredh vai ficar tao feliz quando souber que voce esta viva. 

- nao fala dele aqui as paredes tem ouvidos, se o Luigui descobrir nao sei o que ele e capaz de fazer.

- precisamos te tirar daqui voce precisa de cuidados, vem vou te ajudar.  Me levanto  para que ela se apoie em mim mas Jhuly congela ao ouvir uma voz atras de mim.

- e posso saber em que voce vai ajudar a minha esposa  doutora?

- Bem precismos medir  a barriga dela e a Dr. Milena vai ajuda-la a fica de pe, ja que sua esposa teve uma tontura quando entramos  no quarto. Beto o responde rapidamente.

- e quem te deu autorização para que trouxesse uma desconhecida para dentro da minha casa Dr. Eriberto? Luigui o olhar com odio.

- atendo a sua esposa a tempo suficiente para saber que o senhor jamais me deixaria realizar uma ultrasonografia vaginal nela entao trouxe a Dr.Milena para que faça, ja passamos tempo de mais nessa discurssao e precisamos saber se o bebe esta realmente bem. 

- Joana vou precisar sair, fique de olho e qualquer coisa me ligue.  Sai deixando apenas nos tres. Solto  um suspiro de alivio e volto a abraçar Jhuly.

Apesar da vontade de ficar ali com ela nos meus bracos precisávamos ser rapidos, depois de todo o processo de atendimento e ter certeza que o bebe estava bem, Jhuly estava debilitada e precisava de cuidados, se continuasse naquele estado nao sobreviveria na hora do parto.

- o Fredh vai ficar tao feliz quando  descobrir que voce esta gravida. Sinto um arrepio passar pelo meu corpo quando o sorriso morre nos labios dela.

- nao e do Fredh. Ela diz baixo, com uma pontada de dor na suas palavras. 

- ele ... ela nao foi capaz de fazer isso? Quando a realidade me toma sinto o chao sumir completamente dos meus pes. 

- desculpa interromper mais o Alberto esta subindo. Voces precisam ir embora. Joana entra no quarto para nos alerta me despeço da Jhuly lhe dando a certeza que voltaremos para leva-la daqui