Lauryn

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     (Capítulo narrado por ela)

Logo ouço os passos firmes no piso
de madeira do corredor, tenho certeza que não foi o vento que fez esse barulho. E antes mesmo que eu dê um passo até a porta, escuto
_Quem está aí?
O Aiden meu Deus, ele vai me matar. Logo procuro um lugar bom para me esconder, mas lembro que ele passa tempo suficiente aqui para conhecer todos os cantinhos do quarto. A porta que estava entre aberta é empurrada com tamanha força. Droga ele me viu. Estou de costas para a porta, não quero virar nem falar, só queria passar por aquilo sem precisar me sentir ali. Mas ele é rápido
_Ah, é você. Achei que fosse o Aiden.
   De verdade não sei que está ali comigo. Acho que estou em êxtase, porque não consigo saber quem é pela voz. Vou virando lentamente até que bato o olho na pessoa. É meu pai! mas como assim?
_Pai, não reconheci sua voz. O que tá acontecendo com você? —Corro até seus braços. —O que veio fazer aqui?
_Sua mãe pediu para vir te avisar que está tarde filha, não sabia que você e o seu melhor amigo estão tendo relações.—antes que deixasse eu falar ele pergunta— Porquê que não me contou antes?
_NÃO —Grito eufórica. —Não pai porquê diabos acha isso?
_Vocês estavam aqui sozinhos, sua mãe disse que já faz tempo, você é uma menina e ele um garoto, o que quer que eu pense?
_Não estamos em relacionamento nenhum pai.
_Acredito filha. E onde ele está? O Aiden?
_la em cima. —Respondo.
Esse achar do meu pai sobre eu me relacionar com Aiden, me deixou enjoada e me fez lembrar como ele estar, por culpa minha. Mas como eu ia saber? Como eu ia adivinhar que vindo aqui, faria ele triste. Isso me faz lembrar do sétimo ano quando disse a ele que estava gostando de um garoto, do primeiro ano do colegial, Ele meio que disse que era impossível eu ficar com esse garoto. E de pensar que o que eu queria tanto era impossível, fiquei destruída. Então deve ser como o Aiden estar, ele tá achando que impossível ficar comigo, mas será que é? É impossível vocês ficarem? Como é para você Lauryn? Como é? Essas perguntas me retorcem como se eu estivesse dentro de uma máquina de lavar, remoendo e remoendo, até sair de lá limpa, ou melhor, com uma resposta.
Demoro para notar a ausência do meu pai ali. E sigo no corredor, até que encontro uma esquina. Passo e logo vejo a escada. Enfim isso irá acabar (suspiro). —Lauryn, está porta está fechada. —Ouço o grito do meu pai. Dizendo que a porta de passagem para a laje está fechada.
Eu logo lembro do Aiden la fora, triste e com medo. Como eu vou ajudá-lo voltando lá? Não demora muita até que eu desça a escada às pressas chorando litros d'água. Abro a porta e saio correndo pela rua, está chovendo, ótimo. Dias chuvosos são tristes, como eu estou, como o Aiden está. Não paro de pensar que destrui mais ainda a vida dele. Ele não vai superar rápido algo que em mais de 2 anos ele não superou.
      Chego em casa e lá está minha mãe. Ando rápido o suficiente para que ela note meu passos pela casa —O que estava fazendo lá? —suavemente pergunta minha mãe.
Não respondo e subo até meu quarto.
Tranco a porta com a chave e ainda jogo uma pilha de bagulhos, para impedir que minha mãe abra com a chave extra e empurre a porta furiosa. Deito na cama debruçada, e começo a soluçar e gritar alto: Por quê? Por quê? Esperando uma voz do universo solucionar meu mistério. Acho que minha preção baixou, me sinto sonolenta e mau penso em outra coisa a não ser dormir, ali, agora.
_Filha! O que você fez lá? —grita minha mãe, Com ar de alegria. Eu consigo ouvi-la, mesmo que tenha eu acordado do cochilo e esteja um pouco nauseada. O que eu penso é em chorar logo. Meus pais estão achando que eu transei com o Aiden. Isso não pode estar acontecendo, não agora.
—Precisamos conversar— Grita minha mãe novamente. Ela não vai desistir disso, mas como eu vou dar um chega nisso, me escondendo e evitando respondê-la. Isso só vai alimentar a pouca certeza que ela tem de que eu estou em um relacionamento. Pego a chave jogada no chão e empurro imediatamente as bagunças que estavam no pé da porta. Abro e olho na cara da minha mãe. Ela está com semblante de alegria. Meu Deus porque será isso?
_filhota, mamãe está aqui. Sabe que eu não te proíbo de namorar, mas ficar sozinha com um garoto, isso não é certo. —E ela fala com voz calma.
Acho que fazem uns quatro anos que não ouvi ela soar desse jeito.
_mãe eu não fiz nada, acredite em mim eu estava tentando ajudar o Aiden. E apenas isso. Nem um abraço a gente deu.
_Então quer dizer que você passou esse tempo todo lá e não fez nada. Só levou a comida e ajudou o garoto. —Ela me deixa perceber que ela fala com desconfiança.
_Mãe, o pai dele está no hospital, e ele está triste demais para se relacionar com alguém agora —Olho profundamente no olho dela deixando a verdade soar mais alto.
_Então tá filha, acredito em você. Mas seu pai foi lá para avisar que ele tem que vir dormir aqui, porque a mãe dele não irá voltar cedo. Ou só poderá voltar quando o seu marido estiver melhor.
_mas ele não vai querer vir pra cá, ele tá triste demais e chateado e com medo e achando que seria impossível eu e ele ficarm... —percebo que me perco com meus pensamentos e o que eu estava dizendo. —ficarmos bem, é porque faz tempo que nós falamos. Uns sete meses. —continuo.
_então seu pai irá dormir lá. Não podemos deixá-lo só. Eu prometi a Giulia.
Percebo que aquela certeza que minha mãe tinha sobre eu e Aiden termos nos relacionado se perdeu no meio de toda aquele verdade que eu disse. Mas agora que ela está indo embora, provavelmente botar o jantar na mesa, Eu fico pensando, se eu podia ter sido gentil com o Aiden e ter beijado ele. Isso faria diferença? Isso acalmaria ele? Ou o deixaria pior? Eu fico pensando como eu não pensei nisso antes e como eu ficaria se eu começasse a gostar dele. E a Duvida me invade Porque você não gosta dele? Me pergunto.
Ele é lindo e foi por tanto tempo meu melhor amigo. Me dava os melhores abraços. Tem o melhor cabelo da cidade. É compreensível e além de tudo apaixonado. Ele realmente é perfeito, Penso Enquanto vou descendo as escadas, e deixando meu corpo ir automaticamente para a sala de jantar. Mas mal acabo de descer todos os degraus da escada e noto que meu pai está saindo de novo. E minha mãe está na porta, botando seu casaco.
_Meu pai está indo onde?
_Filha. —Minha mãe responde chorando.
_Ai mãe, Por favor. O que é agora? —meu olhos enchem d'água.
_O Aiden —Ela pausa.
—Mãe, não, não não —eu estou chorando, ela mal falou o que era. Mas deu para ver a pressa que meu pai saiu no carro. Meu Deus o Aiden não pode ter feito isso. Ele não poderia acabar comigo se matando.
_Filha ele precisa muito de alguém agora, alguém de preferência que seja amiga, Você.
_Como assim? Mãe ele não.. —ela me interrompe antes.
—Não filha ele não sabe ainda. Giulia nos telefonou agora. E seu pai foi lá ajudá-la. Eu preciso cuidar do Aiden filha. Ele vai sofrer muito.
Logo concluo que não foi o Aiden que morreu. Meu Deus. Não foi ele, foi... seu pai. Minha mente para, meu choro para, minha visão, estou vendo tudo em câmera lenta e alguns flash's rápidos demais. E de repente abro a porta da casa do Aiden, não sei como cheguei ali tão rápido. Não estava pronta para contar a ele, eu só queria abraçá-lo. Mas ele tá lá, sentado. No sofá, com uma blusa toda molhada da chuva e um papel na mão, que também estava molhado.
_Eu já sei —Ele fala, sem nenhum sentimento no rosto.
Eu ainda estou chorando e tem muitos motivos pra chorar não só existe um.
_O que você sabe? —pergunto.
_Ele me escreveu está carta. —ele ergue o braço para me entregar a carta.
Eu pego com precisão. Enquanto olho nos seu olhos, sem brilhos e sem dor. Ele está bem o suficiente. Eu sento no sofá enquanto abro a carta e começo a ler...

São precisos dois (Parte 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora