Eu não estou entendendo essa doutora.
Toda hora ela fala que todos passam por dificuldades, sim, realmente todos passam, mas eu já estou assim faz tempo. Anos.
"Para chegar à primavera você precisa passar pelo inverno primeiro."
Mas parece que todos os anos da minha vida são o inverno porra! Será que é tão difícil de entender? Eu... Isso não uma fase da vida, isso é a minha vida.
São dez horas de noite e eu estou sentada no sofá da recepção.
Eu estou observando as estrelas, já que não posso sair daqui, vejo por dentro mesmo.
-Eu te amo.... - Digo sozinha. Pensando em Johnny. Eu nunca deixei de amar ele, mas eu fui separada dele. Isso não quer dizer que eu esqueci.
Esses dias estão sendo bem sem graças... Eu tinha esquecido como os dias são aqui. Acordar, ver a doutora, fazer exercícios, ir se divertir com os outros.
-Acordada até tarde...- Ouço a voz meiga de Johnny.
Ah... Eu estava pensando em você... É tudo o que eu quero dizer, mas não posso.
-Insônia. - Digo me levantando e encarando ele. - Johnny... Você acha que eu vou sair daqui?... Não morrer aqui... Viver?
-Wendy. Você vai sair sim. Vai ser feliz. E... Vai ser com uma pessoa que você vai conhecer, que você vai passar a vida. - Ele diz simples.
Ele realmente não quer mais...
Ele realmente não gosta mais de mim...
Ele realmente não precisa de mim...
Abaixo a cabeça e fico encarando meus pés.
-Tchau Johnny. - Digo indo ao meu quarto.
No caminho do meu quarto vejo uma porta semiaberta, com a luz acesa.
-O...Oi? - Digo entrando.
Uma garota ruiva, cabelos lisos, olhos verdes, corpo bem definido, com mais ou menos 1,70 de altura. Usa roupas coloridas. Rosa e amarelo.
-Ah... Ah... Wendy... - Ouço a garota dizer.
-Sim?... Você é nova? - Pergunto.
-Sou... Na verdade... Não... Vim quando você estava fora. - Ela diz. - Meu nome é Chloe. - Ela diz estendendo a mão. Aperto a mesma.
-Você já sabe quem sou pelo jeito. - Digo sorrindo.
-Bem... É. Quer assistir alguma coisa? - ela pergunta pegando o controle.
-Pode ser. - Digo me sentando ao seu lado.
Ela fica muito tempo escolhendo como de costume. E ela logo coloca La Casa De Papel. Que eu já assisti e assisti de novo.
Ficamos um tempo juntas e depois ela me puxa para dormir em sua cama.
-Sabe... Eu tenho transtornos psicológicos. Muitos. Mas eu ainda não sei o motivo deles me manterem aqui. São bem chatinhos não? - Ela diz chegando mais perto de mim. - Eu acho que ... Não sei mesmo o que tenho. - Ela me abraça pela cintura.
Ela me lembra... A ... Alicia...
Não... Por favor não me lembre a Alícia.
Só ficarei pior se me lembrar dela.O assunto de hoje será... Bullyng.
Bem ... Bullyng é quando uma pessoa ou um grupo de pessoas ficam fazendo brincadeiras ou colocando apelidos em alguém, e essa pessoa não gosta disso ou não está de acordo.
Eu mesma sofri muito bullyng.
Por ser muito magra, por meu cabelo não ser liso, ou por eu não gostar de me vestir como queriam.
Mas foi uma merda.
Todos os dias eu chegava na escola e as pessoas me bombardeavam com aquelas palavras... Eu só quero ser aceita.
Quero que todos gostem de mim.
Mas gostar de mim é uma tarefa difícil.
Na verdade...
Gostar de mim é uma tarefa impossível.
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Amor Depressivo.
Teen FictionEm um hospital psiquiatra, duas pessoas "loucas" se conhecem. Mas dizem que só um louco reconhece o outro. Wendy é uma garota depressiva, que em sua infância sofria bullyng na escola, e seu pai, Geoffrey, abusava e agredia ela. Com sua depressão vei...