Cada vez pior. Cada vez pior.
Eu não aguento viver nesse abismo.
Minha vida? Não existe.
As pessoas que me vêm, acham que estou bem.
Mas não estou.
A cada dia, eu me afasto mais de tudo e todos.
Tudo que Johnny se anima, para mim... É um nada.
Ele terminou comigo. Porque ele está sendo curado.
Mas eu não.
Eu juro que tentei. Tentei ser feliz, melhorar.
Mas quando a onda de felicidade vem, ela logo se vai.
Eu comecei a trabalhar. Já que eu fiz faculdade, e posso trabalhar em computação.
Mas o trabalho tem muitas pessoas. Eu odeio muitas pessoas.
Elas querem se socializar comigo, mas eu odeio elas.
Quando não sabem o que fazer, pedem para eu fazer.
E me xingam se não fica do jeito que eles gostam.
Eu consigo disfarçar bem até.
Mas eu tenho que pensar em cada palavra de uma simples frase... Para que eles não me achem estranha. Porque eu sou estranha.
Olho pela janela e vejo que começa a chover, com pingos fracos no começo, mas depois se transforma em uma tempestade. Assim como a minha tristeza...
O telefone toca. O que fazer?
Eu só quero ignorar. Mas tenho que atender pelo meu emprego.
Só de pensar que eu tenho que escutar uma voz, e ter contato com a pessoa por trás dela, me faz querer morrer.
Eu atendo mesmo assim.
-Olá. Computação e Você. Como posso... Ajudar? - Não consigo pensar em como falar direito com tanto barulho à minha volta.
-Oi. Meu nome é Anthony. Vocês programam também, não? - ouço uma voz fina do outro lado .
-Sim. O que... O senhor deseja? - Se controle. Faça de tudo para ser normal.
-Quero que programem um jogo para eu desenvolver, dou o tema, como tem que ser, pago vocês, e coloco o jogo no ar. - ele diz animadamente.
-Claro. O senhor tem um prazo ? - eu estudei programação também, então posso fazer o mesmo .... Ou não.
-Não não. Mas você pode fazer? - ele pergunta.
-Claro senhor Anthony. Me fale o tema, eu passo o email da empresa... - eu travo... Pense. O que? Email da empresa e ... - Você me envia... As informações.
-Claro. O tema... É um teste de depressão.
Droga. Por que?
-Claro. Eu irei fazê-lo. - digo o email da empresa.
-Qual o seu nome senhora? - ele pergunta antes de desligar.
-Wendy. - digo sem paciência
-Prazer em conhecê-la Wendy. - e ele desliga.
Se passam uma hora. E uma reunião irá começar.
Eu chego logo após Willian. Um homem que já foi professor. Mas também estudou para computação. Eu e ele nos damos muito bem. Já que ele também sofre de depressão.
Nesta uma semana que eu trabalho aqui, ele já tentou se suicidar duas vezes. Comigo junto.
Uma, ele tomou meus remédios.
Outra, ele quase se jogou do prédio da empresa.
As duas eu impedi.
As pessoas vão chegando aos poucos. E a sala começa a encher.
Eu não consigo ficar bem em uma sala cheia de pessoas, ainda mais que eu não gosto delas.
Um homem alto, de bigode e moreno entra na sala.
Ele parece meu pai. Parece muito meu pai.
-Olá. Bem, esta reunião é para ver quem já arrumou trabalho na sua uma semana de expediente. - diz com sua voz rouca, mas grossa. - Eu sou o chefe daqui. Meu nome é Geoffrey.
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Amor Depressivo.
Ficção AdolescenteEm um hospital psiquiatra, duas pessoas "loucas" se conhecem. Mas dizem que só um louco reconhece o outro. Wendy é uma garota depressiva, que em sua infância sofria bullyng na escola, e seu pai, Geoffrey, abusava e agredia ela. Com sua depressão vei...