Amor Depressivo.

Capítulo quatro.

Eu não sei o que estou sentindo. Nunca senti muitas coisas. Amor, tristeza... Arrependimento
Alicia. Provavelmente também tinha depressão.
Ela disse que me amava, me beijou, e se matou.
Eu ter beijado uma menina me fez pensar que eu sou lésbica.
Depois, Johnny me dá um colar de BFF. E me beijou também.
Minha vida nunca teve tantas emoções como agora.
Mas... Eu não estou tomando meus antidepressivos...
No quarto de Johnny provavelmente tem... Algo... Para eu me machucar.
-Johnny... Você tem... Algo pesado? E que machuque?
-Você não tomou seus antidepressivos não é? Argh Wendy. Não quero deixar você fazer isso. Mas.... Sei o que sente. Eu não tenho nada... Só as lâminas.
-Serve serve. - eu digo
Ele vai ao banheiro. Pega elas e me entrega.
Pego elas e as observo.
-Estou pensando. Horizontal, ou vertical? - pergunto para Johnny.
-Eu gosto da vertical. Dá para abrir mais o corte. - diz ele.
Boa ideia. Boa mesmo.
Pego uma lâmina. Posiciola bem forte e...
-Primeiro. - digo quando consigo cortar bem.
O corte ficou bem profundo. Mas a dor não era tão intensa o quanto parecia.
-Mão. Vou cortar a mão. E socar a parede depois. - digo.
Faço um corte atrás do outro. Quando minha mão já não aguenta mais,paro.
-Segunda sessão. Socos na parede .- digo
Começo a socar muito forte a parede, mas com medo de fazer barulho. Mas depois a loucura toma conta de mim, soco muito forte a parede, até não ter mais forças.
-Consegui...- digo rindo.
-Foi bom? - Johnny diz.
Eu começo a chorar.
-Você é bipolar?? - ele diz
-Não...! Sim!!!! - digo confusa.
Ele me abraça.
-Hey. Você sabe que pode contar comigo. Se você quiser bater... Machucar, faça isso comigo. Bata em mim. As vozes me falam para não me importar com você. Mas eu não consigo.
Sinto o meu coração bater mais rápido. Isso não é possível. Eu não fiz nenhuma atividade física. O que é isso?
-Meu coração... - digo colocando a mão no peito.
Ele colocou a mão em meu peito também.
-Dizem que quando isso acontece é porque está apaixonado. Mas isso é idiotice. O nosso corpo não iria mudar seu ritmo por causa de uma paixonite.
O que ele diz faz sentido. Mas os sentimentos não podem interferir nisso? Pelo o que eu sei sim. Por exemplo.... Chorar.
Os sentimentos fazem com que o corpo libere as lágrimas, mas tudo por causa de sentimentos.
-Ah, sim. - Eu não sei se eu concordo ou discordo dele.
-Wendy. Você já tentou se suicidar depois que chegou aqui? - ele perguntou
-Já. Já. Inclusive com o fio do secador de cabelo. Poderia fazer uma forca. - eu disse com indiferença. Eu já tentei me matar tantas vezes que estou acostumada.
-Eu quero sair daqui. Queria ir ao cinema. Mas dizem que nós não podemos sair desde que seja uma saída "segura". Que não aja nada para nós termos ataques ou alguma coisa assim. - ele diz triste.
-Vamos sair. Vamos. Eu não ligo para as regras desse lugar. Vamos embora.
Pego em sua mão. Levo ele para meu quarto. Pego minha carteira com dinheiro. Já que tem muito dinheiro. Mas eu nunca me interessei em gastar com nada.
-Não! Não gasta seu dinheiro com isso.- ele diz
-Eu quero gastar com você. - digo puxando ele.
A gente passa pela recepcionista. Depois saímos correndo por aí. Sem saber onde iríamos.
-Cinema. - ele diz apontando para um prédio. " Cinema"
Andamos até lá.
-Quantos?- diz o recepcionista
-Duas... Para It:A Coisa. - diz Johnny
It...A Coisa? Não é aquele filme do palhaço? Argh. Não...
-It? - pergunto para ele.
-É de terror.
Não. Odeio filme de terror. Depois ouço vozes e vejo as coisas que passaram no filme... Pera... Esse tipo de coisa não é esquizofrenia? Por que as pessoas não me falaram? Droga... Eu tenho esquizofrenia.
Alguém me ajuda... Não posso não posso... Esse filme não.