6 - Sr. Holmes e Sr. Jones

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MAXWELL

  Já era de manhã. Acordei lentamente para ir tomar um banho bem quente, óbvio. Com o frio que estava fazendo, não tinha como eu não ficar mais lerdo do que eu já costumava ser. Coloquei minhas calças marrons, tênis brancos e um suéter preto por cima da minha regata. Penteei meu cabelo rapidamente enquanto olhava no espelho e caminhei até as escadas, descendo em direção a cozinha. 

— Bom dia, filho. — Dizia a minha mãe, sorridente, ao olhar pra mim. Ela estava passando manteiga em uma fatia de pão, sentada na cadeira próximo a mesa redonda que ficava na nossa cozinha.

— Bom dia pra você, Max. —Também disse o meu pai enquanto olhava pra mim, logo antes de tomar um gole de café na xícara em que segurava. 

— Bom dia, mãe, pai. — Eu disse, indo dar um beijo na bochecha de cada um.

Me sentei e peguei uma fatia de pão. Passei a manteiga e comecei a comer.

— E aí, garoto? Preparado pra enfrentar esse frio horrível que tá fazendo lá fora? — Meu pai me perguntou enquanto caminhava na minha direção. Bagunçou o meu cabelo com sua mão livre.

— Para, pai! Acabei de pentear. — Reclamei.

— Ué, é só ir pentear de novo. — Ele disse e riu. Dei um sorriso preguiçoso. 

— Agora você vai ter que pentear. — Falei, brincando.

— Eu duvido que ele faça isso. Tá mais fácil a gente ganhar na loteria. — Minha mãe dizia, rindo. — Não, espera. Melhor! Tá mais fácil aparecer um dragão aqui na janela da minha cozinha, sorrindo pra mim enquanto segura uma sacola de delivery do Burger King, dizendo "entrega para a senhora Maria". — Acho que ficamos uns dois minutos rindo.

— Mãe, de onde você tira essas coisas?  

Quando olhei em volta, não vi meu pai.

— Ué, cadê meu pai? 

— Não faço ideia. Não sabe que ele é louco?   — Minha mãe dizia, olhando pra mim enquanto fazia voltas com o dedo indicador apontado para a orelha.

De repente ele entrou na cozinha com um pente e começou a pentear os meus cabelos.

— Uma mulher que não confia no marido e o filho que não confia no próprio pai. — Disse ele enquanto me penteava, brincando. Fez um estalo com os lábios logo depois.

Eu e minha mãe rimos.

— Gente, são quase 7 da manhã e vocês estão de ótimo humor. Assim não dá! Como vocês conseguem? — Perguntei, indignado. 

Meu pai terminou de ajeitar o meu cabelo.

— Amor, ué.— Meu pai respondeu e deu um sorriso.

Olhei pra cima, terminando de mastigar o último pedaço de pão e me levantei.

— Como assim? — Pergunto.

—  Amor por mim, por você, pela sua mãe, pela vida... — Ele me deu um beijo na testa e um forte abraço. — Estou indo trabalhar. Boa aula hoje, filho, tenha um ótimo dia. 

 Sorri e fiquei em pé olhando ele indo se despedir da minha mãe também. 

— Pra você também, pai. 

Fui ao banheiro perto da escada, ainda no primeiro andar, pra poder escovar os dentes e percebi que minha mãe estava apressada.

— Filho, já vou indo também! Me esqueci que ainda tenho que passar no banco pra sacar dinheiro!  — Ela gritou ao mesmo tempo que abria a porta de entrada. — Boa aula, te amo!

Eu escolho ele (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora