A detetive já havia chegado a casa dos West, a casa cor creme com flores ao redor dava um ar aconchegante, o jardim na lateral direita estava bem podado, apertou a campainha e esperou, cinco minutos depois uma mulher atende a porta.
Estatura mediana, cabelos castanhos escuros com alguns fios brancos,olhos azuis e já aparentava de idade, mãe da Clarisse!. Seu rosto estava com olheiras profundas, olhos vermelhos e inchados de tanto chorar, estava sofrendo muito com a morte da filha mais nova, Agatha engoliu em seco, lidar com pessoas era uma das desvantagens de seu trabalho, mas ela se saia super bem.
—Pois não?— a senhora perguntou olhando com desconfiança a detetive.
—Bom dia, você deve ser Helena West, certo?—a mulher na frente da detetive assentiu—Sou a detetive responsável pelo caso de Clarisse,me chamo Agatha, quero conversar com você ,seu marido e seu filho.
—Ah, claro entra, sinta-se à vontade, pode sentar no sofá, aceita alguma coisa? Chá? Café?— perguntou.
—Ah não, obrigada —indagou, sentou-se em um sofá de três lugares enquanto a mulher a sua frente sentou em um sofá de dois lugares, olhou ao redor, a mobília de madeira dava ar rústico ao ambiente, inalou sentindo cheiro de lavanda enchendo seus pulmões.
—Então,como Clarisse era? Como se comportava? ...—O silêncio se sobressaiu no ar.
—Minha Clarisse era meiga, carinhosa,... Um doce de garota!—uma lágrima cai na face de Helena West, ela fixou seu olhar para o vazio por fim continuou.—Até um ano e alguns meses atrás ela mudou, ficava muito tempo no quarto, quase não comia direito, enfim, uma vez eu fui ao seu quarto, e ela tava lá deitada olhando pro nada, conversei com ela perguntei, mas ela me jurou que não era nada eu via a sinceridade em seus olhos e parei de insistir.—agora várias lágrimas caiam no rosto da mulher.
—Entendo—a detetive não sabia se expressar em relação a esse momento, havia visto casos horripilantes que acabou afetando esse lado emocional— Bem, pode me dizer o que aconteceu no dia 13 de abril antes de ela morrer?- detetive foi direta.
—Ela acordou cedo, até estranhei pois era fim de semana e eu estava fazendo café, vi ela descendo as escadas, estava péssima, saiu sem falar e dep…— dona Helena foi interrompida pelos passos na escadas—Ah, Antônio a detetive Agatha está investigando quem matou Clarisse.—ela tentou sorrir para a detetive, uma tentativa falha.
—Olá detetive, espero que encontre quem matou nossa filha!—o casal se entre olharam com tristeza e juntaram as mãos, sentaram no sofá, no qual Helena estava minutos atrás e Agatha que até então tinha os lábios contraídos. Ela suspirou.
Farei o possível e o impossível senhor West, eu garanto!— indagou prosseguindo depois de uma curta pausa.—Vocês eram presentes?
—Não tanto quanto gostaríamos, sempre trabalhavámos muito, agora estamos aposentados, mas sempre que podíamos estávamos presentes—dona Helena estava mais tranquila assim como senhor Antônio.
—E o seu filho mais velho?—perguntou a detetive dando falta do garoto.
—Ah, o Steven, esse garoto sempre nos deu trabalho bem diferente da irmã, os dois eram sempre muito próximos, principalmente quando ela ficou deprimida. Vou ser sincera detetive, a primeira vez que fiquei grávida, queríamos uma menina, mas ficamos surpresos pois eram gêmeos, um casal. Ficamos super empolgados, mas na hora do parto um dos cordões ambilicais enforcou a menininha ela não resistiu, mas o Steven veio ao mundo e nós ficamos felizes, e quando ele tinha três meses de vida decidimos tentar uma menina, e quando a notícia de que era realmente uma menina eu fiquei muito, mas muito feliz, ah minha pequena Clarisse.—dona Helena voltou a chorar.
—Querida que tal ir fazer um chá para nós?.—o senhor West disse e dona Helena se levantou assentindo foi em direção a cozinha e senhor West certificou que ela foi ir fazer o chá—Bem detetive a verdade é que minha esposa teve depressão pós-parto na gravidez dos gêmeos, ela nunca disse nada, mas no fundo culpa o Steven, eu fiquei triste com a morte da neném mas tinha o pequeno Steven que sobreviveu, eu me apeguei a ele mas a Helena... As vezes até esquecia de dar mamar a ele!—Eu dei a ideia de tentar outra menina e se não viesse tentariamos de novo, afinal não somos ricos, mas somos muito bem de vida, ela adorou a ideia e veio a Clarisse, confesso…— parou por um tempo, os olhos e o tom de voz apresentava amargura.—Helena dava muito mais atenção a pequena Clarisse, mimava, dava mais presentes, ensinava, levava para passear e esquecia do garoto, qualquer um via o comportamento e tirava de letra que Helena era mais apegada a menina, bom já eu fiz o que pude ao Steven, ensinei a jogar futebol, soltar pipa... Enfim, tudo!. Também dava presente, nas minhas condições, claro!.—suspirou.—Mas era inevitável que ele não percebesse o carinho que faltava por parte da mãe, com cinco anos ele até me perguntou, mas disse que era impressão sua.—Senhor West estava olhava fixamente para algum lugar que não fosse a detetive em seguida suspirando e direcionando seus e olhos para a detetive, saindo do seu transe e de suas memórias—Bom detetive nem sei porque estou te contando isso, só sei que precisava desabafar.
—Não se acanhe senhor West, todos temos problemas!.—se prontificou.
—O chá está pronto!.—disse dona Helena entrando na sala e colocando uma bandeja com três xícaras de chás fulmegante na mesinha a de centro.
—Ah, obrigada mas já vou indo—o casal assentiu.—Mas só uma coisa, onde está o Steven?
—Viajando, como sempre, aproveitando que está de férias da faculdade, tivemos que dar a notícia da morte de Clarisse pelo telefone—respondeu dona Helena com um tom levemente ríspido.—Ficou muito abalado com certeza.—Oh, entendo, quando ele volta?.
—Acho que em três semanas ele estará de volta, mas ligaremos para vir antes para contribuir no que a senhorita precisar.— senhor West disse no tom amigável, ao contrário da esposa.—Bom, muito obrigada aqui está meu cartão, caso ele volte me liguem— entregou um cartão da cor beje com letras douradas, o casal viu o cartão, as sobrancelhas se ergueram em dúvidas mas se conteram em pronunciar alguma pergunta.
A detetive apenas sorriu, se virou e saiu da casa, revirando os olhos acostumada com o comportamento das pessoas ao lerem o cartão, entrou em seu carro e partiu rumo ao departamento de investigações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
★O Assassinato de Clarisse West★
Mystery / ThrillerClarisse morreu injustamente, seu assassinato fizera todos lamentar, afinal, quem foi capaz de fazer algo tão perturbador? Quem foi capaz de matar com cinco facadas no abdômen e ainda estrangular? Justo Clarisse West, a garota meiga e carismática qu...