capítulo 9

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—Tenho um mandado, acho melhor você me deixar entrar e me contar a verdade senhor Turner!—dizia Agatha ao ser atendida na porta da casa de Brian e vê o mesmo de olhos arregalados.—Eu não vou o prender, por enquanto você é o principal suspeito, mas só quero conversar!—ela estava tão tranquila que Brian a olhou surpreso.

—Tá, claro, entre.—atrapalhado a mandou entrar e fez sinal para que sentasse em uma poltrona, ela o fez.—Por que veio?

—Você matou Clarisse?—disse calmamente ignorando por completo a pergunta do rapaz e indo direto ao ponto, o mesmo se assustou sentou-se em um sofá de frente para ela, abria a boca e gesticulava as mãos em sinal de nervosismo.

—Não, eu não nunca faria isso, eu a amava, eu só...—Ele parou de falar, fechou os olhos e respirou fundo.—Eu omiti um fato.

—Então é melhor contar a verdade!.

—Bom, no dia da morte de Clarisse eu fui mesmo até a casa dela, eu falei que ia no banheiro, mas na verdade eu fui até o quarto de Clarisse para poder matar a saudade mesmo que indiretamente, sentei em sua cama e fiquei alguns minutinhos até achar que era melhor voltar, quando levantei, eu deixei cair algo e encontrei isso...—Ele levantou foi até uma estante de livros que tinha na sala, olhou cada um até achar o que procurava e voltou a se sentar.—É o diário de Clarisse, ele​ estava embaixo do colchão e quando levantei tinha caído e o mesmo havia sido aberto em uma página em especial, uma que dizia que ela estava grávida e que era meu, eu escondi e fui embora dizendo pra sua mãe que tinha um compromisso, liguei pra a Clarisse mas a mesma não me atendeu, então eu sabia onde ela poderia estar, eu fui na lanchonete e a vi pelo vidro, ela estava absorta em seus pensamentos então não quis incomodá-la, eu esperei lá fora não quis entrar, então quando ela saiu eu fui atrás dela, já estava anoitecendo quando...— Não terminou a frase, a detetive havia descoberto porque no dia que foi depor estava tão apavorado, pertubado e aflito, ele havia visto o assassinato e agora derramava lágrimas sem se importar.—Olha eu vi ela  levando as cinco facadas, eu vi ela sendo estrangulada, eu vi seu corpo cair sem vida no chão sem poder sequer gritar um socorro, eu vi tudo, tudo menos a cara do maldito que fez aquilo!—O choro era tanto que soluçava, a detetive tentava ter paciência, mas ele tinha que chegar ao fim.

—Brian, olha sei que foi difícil, mas preciso que me diga a roupa que assassino estava usando, preciso que se lembre.

—Era uma figura grotesca, era um...—ele fechou os olhos novamente e respirou fundo e voltando os abri.—Um homem vestido de mulher, era uma coisa horrível.—aquilo com certeza estava estranho, Agatha sabia disso.

—E você viu que ele usava uma peruca loira?—Ele assentiu nervoso.—E sobre a gravidez de Clarisse?.

—Soube quando li aquele diário, minha Clarisse esperava  um filho meu, nosso bebê, eu fui embora sem saber disso.
—Você foi a casa dela no dia 13 de abril há um ano?.

—Sinceramente não, fui embora dias antes.

—Obviamente, você leu o diário, soube que ela havia perdido o bebê, ela deve ter escrito..—ela estava tomando cuidado com suas palavras, apesar de não funcionar muito já que ele estava ao prantos e soltava até soluços.

—Sim eu li, e pela sua cara você suspeita que eu estive lá, não eu não estava lá, toma aqui o diário, pode ler, essa é a letra dela, ela era muito bem organizada, tem datas e detalhes do ocorrido, pelo que vejo já pegou o depoimento de Steven.—Agatha pegou o diário de capa marrom com uma coração no meio com o nome dela, não tinha aqueles cadeados  "úteis" que geralmente os diário tinham, o diário mal se fechava, pois suas folhas escritas davam uma saliência que o impedia de fechar, abriu-o a caligrafia era impecável, olhou para Brian suspirou e voltou a interroga-lo mesmo que inlicitamente.

—Sim, eu conversei com ele, mas isso não te diz a respeito, qual a birra que vocês tem? Hein?—Ela estava impaciente, sua garganta estava seca e uma dor de cabeça havia começado, massageiou as têmporas.

—Da minha parte, nenhuma. É ele que não gosta de mim, digo, na época de colégio haviam boatos de que ele era gay e que gostava de mim, mas nunca liguei, ele sabe que sou hétero e que amava a irmã dele, talvez me "perder" pra irmã dele havia feito me odiar.—ele disse calmamente, em seguida levantou foi ao frigobar de sua sala abriu e lá tinha variadas bebidas, entre elas pegou uma garrafa de água fechada, pegou um copo e levou até a mesa de centro junto da garrafa, Agatha viu que o rapaz havia pegado água para a  mesma, devia ter percebido que ela engoliu em seco várias vezes.

—Bom eu vou embora então, obrigada pela água e pelo diário.–disse após beber um longo gole de água, seu cansaço era vísivel mas seu trabalho não acabou.

—E o mandado?—perguntou surpreso e a levando até a porta ela já estava fora da casa e o encarou deu um meio sorriso de divertimento.

—Não tem mandado nenhum, fiz isso só para te  fazer abrir a boca, sabia que estava mentindo desde que foi lá depor no meu escritório, mas você não se livrou ainda de mim, preciso que compareça a delegacia, afinal você é testemunha chave deste assassinato!—ela piscou para Brian que estava surpreso e isso só fez a detetive sorrir ainda mais, ela lhe deu as costas e seguiu para seu carro com o diário em mãos.

Foi embora deixando um rapaz estático e surpreso com o comportamento de Agatha Christie.

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