capítulo 11 {final}

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A única coisa que podemos ter na vida, é que vamos morrer! Não importa como, isso vai acontecer e ninguém pode impedir. Alguns vão para o "outro lado" de modos diferentes, outros naturais, uns propositais e tem pessoas que simplesmente vão, mesmo não querendo, e nesse caso, são os assassinados.

Tem pessoas que possuem medo da morte, não a morte em sí, mas o medo de como a aquela vida será ceifada, pensamentos mórbidos sobre como, quando e de que maneira irá morrer já sobressaiu em cabeças de muitos, mas a principal coisa que a maioria pensa em relação a morte é, na verdade, perguntas! "Como será que eu vou morrer?" "Será que irei sofrer muito?" "Quem vai no meu enterro?" Tudo se baseia no "será" e apesar de o quanto curioso esteja, no fundo as pessoas não querem saber, não querem mesmo!

Agatha bem sabia e sempre refletia.

Mas, procurava esquecer.

Ela estava nesse momento vasculhando um cômodo. Certo, e esse cômodo não pertencia a sua residência, obviamente, mas o que ela estava fazendo ali? Na consciência de Agatha aquilo não era errado, ela só queria constatar algo e se não for como ela estava pensando, ela ia esquecer que esteve ilegalmente na casa de alguém, mas se ela estivesse certa o rumo das coisas mudarão, mas ela não estava ligando muito para as consequências agora.

Enquanto Agatha vasculhava, limitou-se a sorrir, quando Jack descobrir... Ela sabe que o mesmo repudiava esses tipos de atitude, Agatha se sentiu adolescente enquanto percebia que estava esfriando naquela madrugada, escutou barulhos vindo fora do quarto, logo foi para a janela, olhou para baixo e aquilo lhe deu vertigem e não se importando mais, pulou. Agatha saiu da casa triunfante, foi a pé para casa, usar o carro aquele hora da madrugada era suspeito, agora tudo dependia do dia seguinte.

★★★

- Não acredito Agatha, achei que havia deixado bem claro que não suporto certas atitudes, isso é contra lei! - Jack estava muito irritado e dando um sermão em Agatha que estava sentada olhando ao redor, tranquila sem menor peso de culpa e com cara de tédio.

- É por isso que eu já vim aqui "me confessar", eu entrei na casa para coletar uma prova, prova esta que pode mudar o rumo das investigações, em minha experiência eu teria que pegar o mandato, bater na porta do suspeito e dizer aqueles "blá, blá, blá" sabe que sou impaciente.

Jack estava se controlando, na verdade, ele não sabia se ria, ou chorava. Aquela calma que Agatha Christie exalava durante seu discurso o deixava incrédulo, apesar que aquela atitude de Agatha fosse previsível, já aconteceu algumas vezes e a punição que Jack havia lhe dado foi suspensão por tempo indeterminado.

E ele sabia, mas obviamente ele não queria admitir na frente dela que todas as vezes que a mesma aprontava, suas suspeitas estavam certas.

- Certo, agora faz um favor, seja objetiva e me diga que prova é essa.- ele disse um pouco mais calmo.- E que essa prova seja importante o suficiente para não demitir você!

Ele estava sentado em uma poltrona consideravelmente confortável, uma xícara de café estava em suas mãos e depois de seu "pequeno" surto de raiva ele aparentava estar mais relaxado.

Aparentava.

Agatha olhava tudo muito bem, minuciosamente. Relaxada na cadeira acolchoada a detetive apenas ignorou a parte de em ser "demitida", cruzou a pernas e juntou suas mãos, suspirou alto e mostrou a Jack o quanto estava aflita.

- Encontrei a arma do crime e uma roupa de mulher ensaguentada.- ela viu o quanto senhor Green ficou assustado.

- Você tem certeza? Aonde encontrou isso?- o clima tenso pairou o ar o deixando pesado, Agatha levantou e abriu a janela, o clima estava muito frio e ao mesmo tempo refrescante comparado ao clima ali dentro.

- Eu não colocaria meu emprego em risco se eu não tivesse certeza, já os levei até Aline e...- olhou o relógio em seu pulso e se levantou com pressa, direcionou seu olhar para Jack.- O resultado do dna deve já estar pronto, se coincidir com o sangue de Clarisse já temos o assassino, gostaria que me acompanhasse até o laboratório da Aline.

Ele sem pestanejar se levantou e os dois rumaram rápido para o laboratório, passaram pela recepção e Agatha sentiu olhares curiosos em sua direção e a Jack, andaram até o extenso corredor que os dois já conhecia. Agatha já pode ver Aline como sempre esperando na porta.

- Agatha, Jack.- os cumprimentou com um aceno de cabeça, o clima tenso pairava naquela atmosfera.- Bom analisamos minuciosamente o vestido ensaguentado e era o sangue de Clarisse, mas... Encontramos digitais de mais um indivíduo.

- E de que é?- Jack estava surpreso ao dizer tais palavras, já Agatha não estava surpresa.

- Steven West- Agatha disse antes que Aline pudesse se pronunciar.- Encontrei essa prova no quarto dele.- Aline balançou a cabeça em forma de concordância em relação ao assassino de Clarisse West.

★★★

- Olá Steven West, você está preso pelo assassinato de Clarisse West, sua irmã, você tem direito a um advogado, se não tiver como pagar o governo te disponibiliza.- falava enquanto uns dos policiais o algemava Steven e o arrastava até a viatura de polícia.

O local estava cercado com duas viaturas de polícias, Jack conversava com o polícial que algemou Steven e toda hora olhava para Agatha, olhava-a com admiração e ela apenas retribuia o gesto com um aceno de cabeça, havia olhares curiosos de vizinho e alguns balançavam a cabeça em desaprovação, já senhor Antônio tinha um olhar vago e uma carranca de amargura enquanto reconfortava dona Helena em um abraço de lado, ela chorava entre soluços e ainda segurava o porta-retrato de Clarisse, Agatha pode perceber.

E o caso se encerrou, mais um assassino encontrado e acrescentado no currículo de Agatha, mesmo que tudo se baseie nessa tragédia e incredulidade.

Agatha deu um adeus a família West que agradeceu e mesmo não querendo acreditar na verdade a encarou mesmo assim, voltou para seu carro e aproveitou que tinha o resto do dia de folga e foi para um lugar que sempre ia quando encerrava algum caso.




O cemitério.





























Continua...

★O Assassinato de Clarisse West★Onde histórias criam vida. Descubra agora