ponto de vista do DiegoA muito contragosto, acabei voltando para a mansão dos Malmers. Gustavo ficava o tempo todo de olho em mim e não falava comigo. Teve uma hora que me joguei da cadeira e caí no chão, me machucando de verdade, mas ele nem se mexeu para ir me ajudar.
—Gustavo, sei que você me odeia, mas tenha piedade. Estou machucado.
Ele deu de ombros e foi me ajudar.
—Eu não te odeio. Eu te amo, irmão. Eu só quero saber o que está acontecendo, o que você esconde.
Dei um abraço nele e um suspiro fundo. Aquilo era como eu poderia pedir desculpas para ele.
—Entendo. Eu te perdoo, irmão.
Gustavo me pôs de volta na cadeira e saiu.
Minutos depois, achei que estava tudo limpo e me levantei para tomar banho. Eu esqueci de trancar a porta e Rafael abriu e me flagrou em pé. Ele me disse com um tom de raiva e com lágrimas nos olhos:
—Eu te odeio, Diego. Você nos enganou de novo. Vou falar para todos.
Rafael saiu correndo do quarto, mas fiquei feliz, porque ele parou de chorar. Ele andava chorando demais nestes últimos meses, não o culpava, era muito estresse para meu irmão mais sensível.
Eu sorri um pouco e fui tomar meu banho. Realmente estava precisando de um banho. Sabia que uma hora meus irmãos iriam descobrir e foi mais rápido do que eu esperava. Estava até curioso para ver o que o senhor Erick Malmer havia preparado para mim.
Era incrível como até tomar banho era diferente na casa dos ricos: claro que na minha casa eu tinha água quente e o chuveiro era bom. Mas, aqui era totalmente mais tecnológico: eu só falava com a casa, dizia quantos minutos de banho eu queria tomar, o que eu disse que dois minutos estava suficiente. Tudo ali era smart, para controlar o barulho do vaso, a quantidade de água da descarga e do chuveiro e todas essas coisas. Devo confessar que até "sentar no trono" era mais divertido, porque a parede oposta podia virar um painel que me mostrava as notícias e podia até virar uma televisão.
Havia separado duas peças de roupa para usar. Eram roupa bonitas, sempre achava todas as roupas que me davam belas. Era uma calça cáqui e uma camisa social branca, só falta os óculos escuros para ficar idêntico ao Gabriel. Aliás, descobri com Rennan enquanto eu estava na Agência, que foi ele quem me deu um tiro cinco anos atrás. Ele me explicou que Gabriel, antes de ser aceito na Agência como futuro líder, também trabalhava como policial, ajudando o Leandro, que estava para se aposentar e fazia testes com Lucas e Erick na Agência. Os dois policiais atenderam um chamado na minha cidade, e eu acabei levando um tiro do meu futuro chefe. Mas, isso não ia ficar assim. Gabriel ia se ver comigo.
Quando os dois minutos se esgotaram, a água do chuveiro foi cortada. Mas, eu havia aprendido a tomar banho rápido, uma vez que estava acostumado à escassez. Quando saí do banheiro, percebi que Erick já havia decidido meu destino. Minha roupa havia sido trocada, uma vez que estava ali a mesma roupa que eu usava na Agência: um conjunto verde, com uma camisa com a gola branca em V, com esse branco estando presente na parte onde ficavam os botões e na barra em baixo, combinando com uma tira branca na lateral da calça. Era uma roupa confortável, não ficaria triste de usá-la. Mas, ao vê-la de novo, lembrei que aquela roupa era idêntica à do Gustavo alternativo, só que a dele era um macacão colado no corpo, com um material diferente. Enquanto eu pensava, ouvi me chamarem:
—Ei, Diego.
Olhei para trás, era a voz da Letícia. Era a Letícia alternativa, com um bebê no colo, lembro que Gustavo me disse que o nome dele era Fernando. Erick e Leandro alternativos estavam lá também, com um olhar sombrio, mas rindo também. Eles fizeram um sinal para eu sair do quarto e o portal se fechou.
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Chegou o amor! (Finalizada!)
Romance[Continuação de Entre o amor e a sobrevivência] Gustavo tem 20 anos e sempre foi rico e mimado. Por ter crescido em um lar com três pais, nunca foi segredo para ele o fato de ser adotado. Quando começa na faculdade, se envolve em muitas confusões e...