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— Alô? — ouço uma voz feminina do outro lado da linha.

— Alô? Jennie Kim? — falo e ela demora alguns segundos para responder.

— Sim... quem está falando?

Eu nem sei o que estou fazendo. Não sei porque estou ligando para ela. Não sei porque estou insistindo em saber o que estava por trás daquela mensagem tão desesperada do Jimin para essa mulher.

Mas eu preciso descobrir.

— Ahm... Meu nome é Jeon...

— Jeon Wonwoo? — ela me corta.

— Sim... — falo reticente.

— Como você conseguiu meu número? — ela pergunta e a aflição é visível na sua voz.

— E-eu...

— Escuta bem aquilo que eu vou te falar! — ela me interrompe de novo. — Eu não vou voltar para o negócio das drogas! Eu não vou dar o dinheiro para o babaca do Park, e não vou voltar para a Coreia nunca mais! Meu bebê é mais importante do que vossos jogos sujos e nojentos! — ela grita desligando na minha cara.

Drogas...?

Jimin... está lidando com drogas...

— Seu filho de uma periquita, cadê meu chocolate?! — Soyeon abre a porta do meu quarto furiosa.

Eu apenas a encaro ainda sem conseguir pronunciar uma palavra. Minha mão ainda segura o celular perto da orelha e meu coração bate forte.

— Jeon Jeongguk, me responda, imediatamente!

— Eu não sei! — grito assustando ela. — Eu... não sei onde está seu chocolate. 

— Está tudo bem?

— Sim... sim, desculpa. Se você quiser, eu compro outro chocolate para você. — falo largando o celular na cama e sentando.

Ela vem até mim e senta do meu lado pegando minha mão.

— Esqueça o chocolate, Jungkook. O que você tem? — ela pergunta me fazendo suspirar.

— Yeonie... você sabe que eu conto tudo para você, eu confio em você como eu não confio em mais ninguém. Mas dessa vez, eu acho melhor deixar você fora disso.

— Jungkook, eu tenho 17 anos, não 5 como você me acusa. — ela suspira. — Eu sei que sou uma criança para algumas situações, mas eu consigo ter a cabeça no lugar quando é preciso.

— Eu sei disso. — sorrio levemente.

— Então... pode me contar. — ela fala e eu respiro fundo antes de começar.

— Eu... no meu primeiro dia lá no colégio, eu recebi uma mensagem. — falo desbloqueando a tela do celular. — Essa aqui. — mostro a mensagem para ela.

— Quem é esse Jimin? — ela pergunta confusa.

— O diretor.

— Ah sim, o diretor gay, que você admitiu que era gato, e que está louco para te comer... sei. — ela fala e eu a encaro sério. — Desculpa, continua.

— Então, ele me enviou essa mensagem e no dia seguinte eu ouvi duas alunas minhas falando sobre uma professora. O nome dela era Jennie.

— Meu Deus, Jungkook, Jennie é o nome da mulherzinha que ele tá falando! — ela exclama e eu reviro os olhos.

— Nossa, que novidade que você está dando!

— Ah, vejo que você não foi lerdo e associou a tal professora à mulher da mensagem. Muito bem, maninho. — ela ri e eu apenas suspiro.

— Você vai me deixar acabar ou não?

— Claro, fala.

— Então, eu fiquei sabendo que tenho acesso à lista de números dos outros professores...

Melhor não falar no outro professor gay que mandou mensagem, ou será mais um motivo para seus ataques de histerismo.

— Jungkook, você não ligou para ela, né? — ela me encara.

— Era o que eu estava fazendo antes de você entrar no quarto.

— Meu Deus! — ela grita. — Não acredito que você teve coragem para fazer isso!

— Eu sou corajoso!

— Ah claro! — ela ri. — Mas fora de brincadeiras, o que a senhora disse?

— Era uma garota, parecia ter minha idade. Ela falou... — respiro fundo. — Ela gritou, que não ia voltar para o negócio das drogas... que não ia dar o dinheiro ao Park... e falou em um bebê. Disse que o bebê dela era mais importante do que tudo isso.

— Meu Deus, Jungkook...

— É...

— Você tem noção da gravidade da situação?

— É óbvio que eu tenho, Soyeon!

— Jimin está metido com drogas. E essa garota também estava, mas deixou porque estava grávida. — ela fala para si mesma.

— Grávida?

— Você é assim tão burro? — ela fala e eu a encaro confuso. — O bebê que ela falou, Jungkook! Ela só pode estar grávida!

— Meu Deus, o bebê... — falo entendendo tudo.

— Você precisa conversar com o Jimin. Na mensagem, parecia que ele estava desesperado. Ele deve estar precisando de ajuda.

— Que tipo de ajuda? — falo, sendo bombardeado de pensamentos.

— Da polícia, óbvio!

— Ah, essa ajuda...

— Você tem que falar com a polícia.

— Espera! Não! Eu não posso, se eu falar algo para a polícia, o próprio Jimin vai preso.

— Merda... — ela sussurra.

— Linguagem, mocinha.

— Aish, tá bom! — ela revira os olhos. — Okay... me dê tempo, eu preciso pensar.

— Você? Você precisa pensar na escola, Soyeon, não no diretor traficante do colégio do seu irmão.

— Não, Jungkook. O Jimin precisa ser ajudado. — ela fala imediatamente. — Me coloque em contacto com ele.

— Com o Jimin?

— Óbvio.

— Você é louca?

— Talvez.

— Soyeon, você não vai falar com ninguém. Você vai ficar quieta no seu canto, estudando e cuidando de você. Se o Jimin precisar de ajuda, quem o ajudará, não será você, serei eu.

— Não! Jungkook, me prometa que você não vai se meter nisso sozinho! — ela fala eu suspiro. — Jungkook... por favor. Eu já perdi os pais, eu não posso perder você também. — ela fala, com os olhos brilhantes.

— Ei, ei, olha para mim... você não vai me perder. — eu falo segurando seu queixo. — A gente prometeu que iria ficar junto para sempre. Eu não vou te deixar, nunca. Nunca, meu anjo. — falo e ela assente.

— Eu te amo muito, Kookie. — ela forma um biquinho com a boca, e uma lágrima cai do seu olho.

— Eu também te amo, amor. — falo puxando ela para um abraço. — Muito.

E=Mc2 » {jjk + pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora