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"A vida no ensino médio é uma selva na qual um bom batom e um salto agulha funcionam melhor do que um arco e flecha"

Lembro até hoje de quando Holly Andrews me disse essa frase, bem na época eu tinha 7 anos e meio que fedia a biscoitos ainda.Mas hoje 9 anos depois acho que finalmente entendo o que ela quis dizer, entendo porém não sigo.

Eu sou Parker, Parker Carpenter, eu sei o que deve estar pensando, mas que merda de nome é este?Bem, meio que meus pais esperavam um menino e nascer com essa coisa aqui embaixo...meio que mudou as coisas.

Ao meu lado nesse lindo Ranger Rover temos o Avery, meu melhor amigo desde que me entendo por gente.

Nossas mães eram melhores amigas, até combinaram nossos nomes juntos...bem tentaram.Por coincidência do destino a Sra.Espinosa esperava uma menina ao receber Avery.

Avery é o mais calmo de nós dois, talvez isso seja o motivo pelo qual estou dirigindo essa Range Rover novíssima de seu irmão.

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-Acho que você deveria ir mais devagar, Parker!-gritava Avery pelo fato do vento forte invadindo o carro,devido aos vidros abertos.

-Ah por favor,Avery,estamos na esquina de casa.-dizia fazendo os pneus gritarem a virar na esquina com tal velocidade.

Talvez não tenha mencionado isso mas eu e Avery somos vizinhos.

-PARA O CARRO!-Berrava Avery constantemente ao se assustar com os gritos dos pneus.

Ao frear o carro olho para  lado para que possa ver o estado de Avery pós o nosso pequeno passeio a cidade, era engraçado como seus cabelos loiros flutuavam da sua cabeça como se estivesse no espaço ou tomado algum choque, algo do tipo.

Sua expressão aterrorizada me fazia lembrar vagamente das as vezes que iamos ao parque no píer de Santa Monica e ele saia das montanhas russas com a mesma expressão.

Seu olhar se direciona vagamente ao jardim da sua casa onde sua expressão assustada vira-se numa espécie de desespero.

Meus olhos me guiam até Matt Espinosa, jogador de basquete do Venice High,veterano e obviamente conhecido como o maior galinha da história, mas normalmente costumo chama-lo de irmão pentelho do Avery, embora termos crescidos juntos.

-Ei idiotas!Alguém avisou pra vocês que esse é meu carro?-pergunta ele irônico enfatizando o "meu".

-Sim,mamãe deve ter comentado...-diz Avery provocando com um sorrisinho debochado e saindo do carro pela porta passageira.

-Então porque estavam dirigindo ele?-ele pergunta formando um sorrisinho estúpido e até que bonitinho.

-Fomos dar uma voltinha.-digo saindo do carro e a expressão de Matt se paralisa ao me ver,provavelmente deve perguntar como mudei durante o verão.

-Ah sim, o verão cheio de cinemas,festas,praias...-zombava ele por saber que na maior parte dos verões ficávamos em casa jogando God of War.-Falando nisso como foi seu verão,Peter Parker?-ele perguntava a me acompanhar até a entrada de sua casa, ele sabia que eu detestava ser chamada assim.

-Ah Matt.-sabia que ele detestava ser chamado assim também.-Não foi um dos melhores mas posso dizer que fiquei feliz de não ter saído grávida em compensação de...- os rumores de que Quincy Flynn (a namorada de verão de Matt) estava grávida corriam pela cidade.

Matt corta minhas palavras se aproximando a mim de um jeito um tanto intimidador.

-Se você abrir um pio...-seu indicador aponta a minha boca, juro que não costumo a ser debochada mas com Matt parece que as coisas vão por outro caminho.

Um sorrisinho debochado se forma no meu rosto involuntariamente e saio da sua frente e consigo ouvir os berros de Avery alertando aos seus pais que chegamos em casa.

-Parker!-descia Sra.Espinosa em seu roupão-Seu pai ligou, disse que deve chegar um pouco mais tarde e devia adiar sua reserva, mas sua mãe deixou a chave comigo.-Ela tira do bolso do roupão o chaveiro que pertence a minha mãe.

Me direciono a Sra.Espinosa com um sorriso meio fraco e apanho o molho de chaves.

-Como sempre...-bufo pegando minha mochila no balcão me direcionando a porta.

-Você sabe... pode ficar pra jantar se quiser.-oferece de rotina a Sra.Espinosa.

-Obrigada,Elle mas meio que acho que preciso tomar um banho agora.-sorrio fraco e ela assente-Tchau Sra.Espinosa,Avery, ...Matthew.-seus olhos reviram automaticamente a pronunciar seu nome dou uma leve risadinha e fecho a porta.

Em longos 7 passos estou a frente da minha porta de casa catando minha chave e imaginando com o que meu pai estaria ocupado dessa vez.

Meu pai e minha mãe são divorciados, eles se divorciaram quando eu tinha 10 anos e mamãe descobriu que ele tinha um caso com uma cliente, bem... 3 anos depois se casaram e atualmente tenho uma meia-irmã mimada de 5 anos chamada Sophia.

Papai é um dos advogados mais renomados da região, embora passe todo seu tempo se dedicando a sua nova família, ele as vezes lembra que eu existo e quando lembra passa semanas me levando  pra jantar, assistir filmes e até mesmo fazer compras.Costumo chamar isso de "transtorno de culpa relâmpago" são as épocas que eu chamo quando meu pai lembra da minha existência e me leva pra fazer todas essas coisas e logo em seguida...desaparece de novo.

Entrando na minha casa percebo o quanto é triste ter uma família desestruturada, as vezes secretamente comparo minha família com a de Avery e percebo o quanto são felizes e sortudos por estarem juntos.

Jogo minhas chaves dentro do pratinho na entrada da casa, subo as escadas e abro a porta do meu quarto arremessando a mochila e me tacando na cama de casal fria.

Por alguns minutos eu pairo o teto na esperança de que crie forças para sair da cama e tomar o meu tão necessitado banho.Levanto e antes de entrar no banheiro dou uma leve espiada por cima do meu ombro na janela de Matt, apenas para me certificar de que nenhum pervertido me observa tirar minhas roupas ao caminho do banheiro.

How NOT TO fall in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora