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Parker
Acho que o som de uma casa silenciosa deveria ser feliz pra maioria dos adolescentes da minha idade mas o som de uma casa completamente vazia me deixava triste e sozinha a maioria das vezes.

Por um minuto me encaro no espelho colado no corredor da sala,via meu estado deplorável.

Os cabelos dourados embaraçados como se eu tivesse levado algum choque potente,os olho verdes pareciam cansados pela expressão que eles carregavam por meio do lápis de olho borrado.

Não pensando duas vezes ligo uma musica e caminho pela casa até chegar no banheiro onde eu tiro minhas roupas me jogando na banheira que havia preparado há alguns minutos atrás.

Ao encostar minha cabeça na quina fria da banheira,uma onda de culpa me atingiu em cheio e perguntas começaram a surgir

Avery nunca poderia descobrir que fiquei com o irmão dele.

Mas e se ele descobrisse?

Podia dizer que estava bêbada e só foi um contratempo.

Avery não iria acreditar,ele sabe que controlaria minhas atitudes até mesmo drogada

Então eu diria...eu diria que... ah deus,não tem o que dizer

Avery nunca pode descobrir!

A porta bate e a voz doce do meu melhor amigo se manifesta na casa.

-Parker?-ele grita.

-Aqui!-respondo saindo da banheira e apanhando a primeira toalha e vi pela frente.

Abri a porta me deparando com Avery.

-E-e eu vou terminar o meu banho,me espera no quarto.-fechei a porta rápido.

Assim que fechei a mesma podia sentir minhas costas pesadas descarregando na porta e um longo suspiro de alívio, ou melhor agradecimento,por aquele momento ter acabado,minha cabeça se leva ao teto perguntando o que eu iria fazer.

Não tinha como,a culpa tomava conta de mim,eu precisava contar.

Uma vez eu vi num filme que se você fez algo que você não poderia ter contado pro seu melhor amigo,provavelmente você nem deveria ter feito.

Afundo a cabeça na banheira me despedindo dos últimos momentos de paz.

...

-Alguma coisa aconteceu?-perguntei entrando no quarto a secar meu cabelo com a toalha.

-Aconteceu.-meu coração acelerava a mil ao ouvir sua resposta.

-Olha Avery eu preciso te contar uma...-minhas palavras são cortadas por Avery que estava furioso.

-Meu irmão me aconteceu!Como deus pode ter me odiado tanto e ter me colocado na mesma vida que esse...babaca.-seus olhos claramente esboçavam ódio.-Minha vida inteira!Ele teve tudo o que eu sempre quis...-um silêncio invade o quarto e meu coração aperta a cada palavra dita.

-E esse imbecil!Tem a porra de um Range Rover,e arranha o MEU carro.-um ponto de interrogação se esboça no meu rosto.

-Ele arranhou o seu carro?-perguntei curiosa

-É,ele volto da casa do Nash com o meu carro e arranhou ele todo na garagem...-ele murmurava impaciente.

E foi aí que eu percebi.

O meu telefone,eu tinha esquecido,no carro.

-Falando nisso porque não atende o telefone?Deus parece até que não usa.-ele admite e meu coração acelera a velocidade máxima a pensar em uma desculpa.

-M-minha mãe,ela ficou brava,nossa,bravíssima,que voltei tarde da festa e tirou o meu celular.-sorri e podia ouvir meu cérebro suspirando aliviado.

-Mas sua mãe não tem plantão no sábado?-ele arqueia a sobrancelha desconfiado.

-Tem!M-mas ela...ficou preocupada!Comigo e voltou mais cedo pra ver se eu estava bem,mas ela já voltou pro plantão.-sorrio torto.

-Ok...-ele diz estranhando mas releva a situação.-Então...Andy's?-ele pergunta

Andy's Frozen Yougurt.Ou como os íntimos chamam,Andy's, é uma "iogurteira" (?) uma das mais famosas da região e eu e Avery amamos ir lá desde pequenos quando meu pai nos levou uma vez.

-Sim...eu só vou pegar o meu casaco lá embaixo e vamos.-digo fechando a porta do quarto e descendo as escadas a procura do telefone fixo.

Acho-o jogado na bancada da cozinha e logo digito o primeiro número de discagem rápida,que não mudou desde que eu e Avery nos falamos no telefone todos os dias já que não tínhamos celulares.

Em dois toque a voz preguiçosa atende,Matt.

-Residência dos Espinosa...-a voz preguiçosa pronúncia e conseguia ouvir o barulho da bolinha de tênis atingindo a parede e voltando a sua mão,prática típica do mesmo.

-Hey,Matt,sou eu.-murmurava me trancando na dispensa do corredor.

-Parker?-sua voz se tornava menos preguiçosa e mais curiosa dessa vez.

-Sim,olha...preciso que faça algo pra mim.

-Porque você está cochichando?-ele estava cochichando também agora.

-Porque Avery está aqui!-dessa vez quase gritava,deus como ele me irritava.

-Oh sim,e...

-Hoje, de manhã,eu esqueci meu telefone no carro dele,quando você me deixou em casa.

-Ah merda,sério?-ele parece preocupado

-Eu e ele vamos sair pro Andy's e ele vai querer usar o carro dele,posso enrolar ele alguns minutos mas preciso que você pegue o celular dele.-planejei o plano todo.

-Tudo bem.

-Tenho que ir acho que ele está vindo...-murmurava mais baixo.

-Parker?-ele me chamava.

-Sim...

-Vamos conversar sobre o que aconteceu ontem...?-ele perguntava e aquilo congelava meu coração.

-S-s-sim...quando eu voltar,ok?-ele assente e desligo.

Mínimos segundos depois um clarão toma conta da dispensa pequena e escura quando Avery abre a porta da mesma carregando uma expressão confusa.

-O que estava fazendo na dispensa?-ele pergunta.

-Ah,vendo se tinha...macarrão,minha mãe está no mercado.-deus como eu mentia mal.

Ele mais uma vez desconfiava mas relevava,ele seguia a porta e mais desculpas atingiam a minha cabeça na tentativa de ocupa-lo.

-Eu vi Nash Grier de cueca!-pronunciei e via a cara de Avery com confusão estampada.

-Que?

Atrás de Avery conseguia ver Matt entrando em seu carro e futucando o mesmo a procura do meu celular.

-Sim!Quando eu acordei na casa dele eu vi ele de cueca na banheira,tão bêbado!-ria com uma risada completamente desesperada.

Via Matt atrás achando meu telefone e se retirando da cena.

-Legal...-Avery pronunciou seco.-Podemos ir agora?Estou faminto.-ele diz e assinto.

How NOT TO fall in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora