Memórias não são meras variáveis em nossas mentes, as quais servem simplesmente para armazenar ou interpretar informações.
Memórias são fragmentos preciosos que recebemos de presente pelo tempo. Experiências vividas, sentimentos permeados, uma somatória de partículas que se agrupam, e sem dúvida alguma definem boa parte do que somos.
São como frascos que armazenam as mais densas e complexas emoções, as quais nossa alma deseja recordar. Basta apenas um estímulo exterior, ou apenas um subterfúgio irracional, para que um dos conteúdos destes frascos seja aberto, e de seu interior uma torrente incontrolável de sensações emerja e abale os pilares que nos sustentam.
Uma fragrância nostálgica, de uma manhã já muito distante de seu tempo, o dulçor de sua sobremesa favorita na infância, a sensação de estar pela primeira vez apaixonado, uma tristeza sem motivo advinda de uma perda no passado.
São todos os mais belos momentos imortalizados dentro de nossas memórias, são os alentos diante a tormenta, mas também a dor do distanciamento de seu próprio tempo.
