XIII - Convento

121 19 22
                                    

Os três pisaram em uma grama irregular e olharam para frente, dando de cara com o mar, notando que estavam em uma costa.

— Ethan... nós mudamos alguma coisa de novo? — Rebeca perguntou, o olhando.

— Um pouco, mas nada demais. Aquela versão do Gabriel encontraria aquela versão sua de qualquer forma. A diferença é que vocês a soltaram antes dele chegar. Eles ainda fugiriam juntos.

— Ela... estava presa. Por que a prenderiam ali? Para que algum soldado a encontrasse e matasse de uma vez?

— Ela estava... de castigo.

— Como assim?

— Ela era uma criada. Foi pega roubando comida e foi "castigada" antes dos donos da casa saírem. Pegaram leve no castigo. Ninguém podia alimentá-la ou soltá-la até eles voltarem.

— Que horrível...

— Só fazia um dia que ela estava presa. De certa forma teve sorte. — Se virou, olhando as montanhas mais ao norte.

Rebeca o imitou. — Onde estamos?

— Em uma ilha. Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo.

— Onde exatamente é isso?

— Existe um conjunto de ilhas no arquipélago Açores, que fica na Europa, mas pertencem à Portugal.

— Não está acontecendo uma guerra aqui, está? — Gabriel indagou com uma careta.

— Não. Não está. Venham.

Eles subiram a pequena colina e seguiram por alguns campos, até chegarem em uma vila. O que era mais visível ali era uma igreja, que era visível de qualquer lugar.

Em vez de ir pela rua principal, os três foram por fora, por dentro das árvores, para não chamar atenção.

— Onde estamos indo? — perguntou Gabriel.

— Precisamos ir para o convento de São Gonçalo. Ela foi para lá.

— Verdade! — Rebeca exclamou. — Você tinha dito que quase pegou ela. Então é uma mulher que roubou o livro?

— Sim.

— O que aconteceu lá?

— Ela estava na casa. Segui o rastro do livro, para onde ele tinha sido levado. Ela parecia que estava procurando algo. Entrou em vários quartos e sempre voltava. Até que... ela entrou no quarto onde sua outra versão estava.

— Quer dizer que ela encontrou a minha outra versão? — Rebeca parou de andar, gelando um pouco.

— Sim.

— Mas o que ela fez?! O que queria?

— Não era possível saber. Pela energia que vi, sua outra versão pediu ajuda. A mulher se aproximou e depois de olhá-la, foi embora.

— Ela não fez nada? — Estranhou.

— Não. — Continuou a andar. — Também não entendi esse comportamento.

Depois de mais um pouco de caminhada, chegaram na última construção, que fazia parte da igreja. O convento parecia ser bem grande. Foram para a parte de trás, e Ethan entrou por uma janela aberta, fazendo os outros dois fazerem o mesmo.

Deram em uma sala vazia.

— Aqui. — Ethan disse.

Rebeca virou-se para ele, que segurava alguns panos grandes e marrons escuros.

Através do Tempo - Entre VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora