XXXI - Ideia

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— Como assim não tudo?

— Hm... Ele não entendeu tudo, porque viu imagens aleatórias. Ele viu algumas cenas de você e Ethan juntos, mas nas estações, depois do seu nascimento, e viu Ethan te mostrando o que ele sentia e dizendo o quanto te amava.

— Então ele... achou que eu estava...

— Sim. Enquanto ele dormia, você estava nos beijos com Ethan.

Rebeca passou as mãos no rosto, inconformada e alarmada. — Eu preciso falar o que aconteceu, ele não pode ficar achando que eu...

— Não. — A interrompeu. — Ele não ia te ouvir. Ele não quer te ver nem pintada de ouro, apesar de estar em conflito com a saudade que sente.

E isso só fez Rebeca se sentir pior.

Merda, merda, merda! Sério, por quê?! Eu preciso arranjar um jeito de explicar tudo para ele!

— Você não acha que é melhor se resolver primeiro?

— Como assim? — A olhou.

— Você ainda está confusa, Beca. Pode estar aí preocupada e com saudade do Gabriel, mas no fundo está pensando no Ethan.

— Desnecessário esse poder agora. — Rebeca ficou com as bochechas quentes.

Isabel riu. — Desculpe, mas é a verdade. Você precisa enfrentar seus sentimentos se quiser resolver isso logo, amiga.

— Eu não estou pronta para enfrentar Ethan... — disse temerosa. — Eu já me sinto vulnerável perto dele, imagina agora...

— Isso é por que ele vai ler sua mente?

— Sim.

Ela deu um sorriso de quem sabia o que fazer. — Podemos resolver isso.

— Como?

— Que tal a gente continuar nosso passeio e eu te conto depois?

— Não, eu quero saber agora. — Segurou o braço dela, que riu.

— Beca? — Ouviram uma voz familiar e se viraram.

— Ceci. — Rebeca engoliu seco ao vê-la.

— O que aconteceu? — Se aproximou e abraçou a menina. — Vocês nunca brigaram desse jeito. Fiquei preocupada.

— Ele... não contou...?

— Bom, ele só disse que vocês brigaram... e que você é uma idiota.

Pelo menos ele não disse que sou traidora ou algo do tipo.

— Ceci, nem eu sei direito o que aconteceu — disse esperando que ela não insistisse. Seria complicado explicar.

Cecília a olhou, parecendo compreender. — E o que vocês estão esperando? Você veio falar com ele? Porque se quiser eu...

— Não! — exclamou baixo. — E-eu não vim falar com ele. Eu sei que ele não ia querer me ouvir... Eu estou mostrando o centro para minha amiga, Isabel. — A indicou. — Ela queria me distrair um pouco.

— Olá, senhora. — Isabel acenou.

— Olá, muito prazer. Você é bem-vinda lá em casa, caso queiram ir tomar um café... Quando a poeira abaixar, é claro.

— Agradeço. — Sorriu.

— Você... quer que eu diga ao Gabriel que te vi aqui? — Olhou para Rebeca, fazendo um carinho em seu braço.

Rebeca olhou para Isabel, que deu de ombros no estilo "por que não?". — Sei lá, Ceci... Você que sabe. Deixo em suas mãos.

— Tá bem. Espero que vocês se resolvam logo. — Deu um outro abraço e um beijinho no rosto delas. — Nos vemos por aí.

Através do Tempo - Entre VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora