— E-estou? — Rebeca gaguejou, alarmada.
— Desde quando você fala sueco? Por que não me contou que sabia? — A freira parecia brava.
— Eu... eu estou contando agora...
Então ela começou a rir. — Devia ter me dito antes! Imagina quantas conversas constrangedoras poderíamos ter tido em sueco e ninguém entenderia?
— Ah... desculpe.
— Tudo bem, vem, vamos logo fazer esse almoço.
Segurou a mão de Rebeca e a puxou, andando pelos corredores e entrando em uma cozinha. Tinham mais duas freiras ali, cortando legumes e mexendo em panelas enormes.
Aquela freira se posicionou na frente de uma bancada e começou a cortar cebolas.
Rebeca ficou ao lado dela. — O que eu faço? — perguntou sussurrando.
Ela olhou para a outra com um sorrisinho. — Perdeu a memória? — Pegou uma faca que estava ali e deu na mão dela. — Corte cebolas.
Então Rebeca começou a pegar as cebolas inteiras que estavam em um cesto e começou a cortá-las. Precisava sair dali logo. Não dava para saber quanto tempo demoraria para Ethan voltar.
— Isabel. — Uma outra freira ficou na frente da bancada. — Posso pegar um pouco destas cebolas?
— Sim, pode.
E a outra pegou um bom punhado de cebolas já cortadas e voltou a ficar na frente do fogão a lenha.
Então o nome dela é Isabel...
Rebeca bocejou, e Isabel a olhou, rindo. — Não dormiu direito, não é? Eu também estou com sono. Acho melhor não inventarmos de brincar de contar histórias antes de dormir de novo.
Eu preciso entrar na história dela... — Por que não conseguiu dormir?
— Ora, por causa da sua história. Me arrepiou até os pelos das pernas.
— Foi tão boa assim?
— Você deveria começar a escrever contos. Escondido, claro. Se te pegarem... não sei o que pode te acontecer. Mas você está com olheiras... se Filipa te ver...
— Estou muito cansada. — Passou as costas da mão no rosto, secando as lágrimas que as cebolas estavam causando.
— Em vez de rezar hoje à tarde, você pode tirar um cochilo. Eu te dou cobertura. — Deu uma cotovelada na outra, de leve.
Rebeca deu uma risadinha. Para uma freira, Isabel era bem estranha e diferente.
— Isabel... — Alguém chamou logo atrás de Rebeca.
Isabel olhou para trás, sorridente, mas seu sorriso sumiu. Rebeca também olhou e viu ela mesma, parecendo ser uns cinco anos mais nova.
Ai, merda.
Com uma feição de espanto, Isabel encarou as duas garotas. Então, Rebeca largou as coisas e saiu correndo dali.
Gabriel... Gabriel... cadê você?
Correu pelo corredor e tentou correr mais rápido quando ouviu alguém a seguindo. Saiu da casa e correu através do pátio, voltando para a casa da qual saiu a um tempo atrás. Talvez Gabriel tenha voltado para aquele quarto.
Entrou na casa e foi para o corredor. Viu a porta aberta de onde tinham saído e entrou, a fechando atrás de si. Sua respiração estava acelerada, mas por um momento relaxou.
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Através do Tempo - Entre Vidas
FantasyRebeca e Gabriel continuam suas vidas normalmente, mas de novo, tudo muda quando são informados que o livro foi roubado. Nenhum deles têm ideia do que pretendem fazer com o livro, mas sabem de uma única coisa. Ele está voltando ao passado. Eles prec...