Capítulo 2 - E o tempo passa...

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  A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem.  

Isabella Ribeiro 

Acordei dentro de um quarto escuro com uma porta de ferro, não me lembro de nada e nem como vim parar aqui. Eu começo a gritar por socorro, mais ninguém me escuta até eu ouvir alguém mexer na porta. Quando vi aquele homem na minha frente, pensei que fosse algum tipo de brincadeira.

Ele está longe de ser aquele homem gentil que conheci, ele me olhou com ódio, raiva só que essa raiva não é pra mim. Ele falou do meu pai e não posso pensar em nada que ele possa ter contra meu pai, não faz sentido. 

Meu pai pode ter todos os defeitos, mas não acredito que ele possa ter algo com esse homem ou ter feito algo pra esse homem. Não sei quantas horas eu fiquei aqui depois que ele saiu, sinto meu corpo tremer de frio e minha barriga roncar de fome. Não sei onde eu estou, pois não tem janelas, então não tenho noção de tempo. 

A porta se abre e uma mulher entra por ela com uma bandeja, ela coloca em cima da mesinha de madeira que está ao lado do colchão que estou. 

-Meu nome é Hosana. - fala com sotaque espanhol. - Esse é seu almoço, melhor comer. 

-Não tenho fome. - falo com a voz embargada.

-Se não quer ver a ira de Santiago, não o desafie querida. - me avisa carinhosamente e sai trancando a porta. 

Eu levanto e pego o prato onde tem uma lavagem se assim posso dizer, não faço ideia se isso é uma comida ou um mingau. Sem escolha e morrendo de fome, eu começo a comer mesmo com vontade de vomitar. Me sinto como um bicho enjaulado dentro desse quarto, nem banheiro tem aqui e não sei com farei minhas necessidades. 

Depois de deixar quase toda a comida no prato eu deito no colchão e me encolho como um animal indefeso. Será que Diogo está me procurando? Meu Deus ele deve está completamente maluco atrás de mim e meu pai? Eu nunca quis tanto que ele tivesse comigo. 

Minha vontade de ir ao banheiro é grande e para não fazer na roupa, eu começo a esmurrar a porta e gritar para abrirem. 

-PARA DE GRITA PORRA! - a voz dele é grossa e irritada.

Me afasto e a porta é aberta com fúria. 

-O que você quer? - pergunta cruzando os braços. 

-Eu quero ir ao banheiro. - respondo baixinho. - Será que posso ir? 

Ele começa a gargalhar alto me assustando, vejo dois homens atrás dele com armas em punho. 

-Banheiro? A comida não está de bom tamanho? - ele olha para o prato quase todo cheio. - Não gostou? Foi eu que fiz. - sorri. 

-Eu tenho minhas necessidades. - falo ficando brava. - E essa comida estava horrível. 

-Jura? Bom meu bem aqui não é hotel, onde você pode ter o que quer. - ele vai até a porta e fecha na cara dos seus homens. - Você está na minha casa e como dizem, minha casa, minhas regras. - pega o banquinho e senta de frente pra mim. - Durante um tempo essa será sua vida, viver trancada nesse lugar imundo, onde você vai fazer suas necessidades. 

Sinto ás lágrimas transbordarei e rolarem por meu rosto. 

-Eu não te fiz nada! - falo ao prantos. - Meu pai não te fez nada, não existe motivo para você agir assim. - falo desesperada. - Me deixa ir embora eu juro que não conto pra ninguém, eu imploro Santiago. 

Quando falo seu nome meu rosto arde pelo tapa que recebo dele, coloco minha mão no rosto o olhando com medo. Seus olhos estão sombrios e sua face com uma frieza que nunca vi em ninguém na vida.

A Vingança Do Falcão - Série Paixões Perigosas - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora