Capítulo 10 - Aquele em que tudo da errado.

1.3K 156 55
                                    


Capítulo 10

Aquele em que tudo da errado.

Eu odeio esperar. Tudo bem, eu realmente não conheço ninguém que realmente goste de esperar, mas isso não diminui o fato de que é uma das coisas mais desagradáveis para mim. Eu estava naquele maldito ponto de ônibus a mais de vinte minutos, sentindo cada vez mais saudades da minha adorada moto.

A rua ficava cada vez mais escura e deserta. Eu simplesmente congelei quando um carro preto e de vidros extremamente escuros parou ao meu lado. Já conseguia me imaginar estuprado e morto em algum beco escuro. Qual não foi a minha surpresa quando o vidro escuro deu lugar à visão do belo e jovem homem que eu vira mais cedo.

– Gostaria de uma carona, Daniel? É Daniel, não é? – Perguntou charmoso.

– É sim, mas terei que recusar, minha casa é meio longe, não quero incomodar. – Os olhos castanhos do professor brilharam charmosamente. Não sou tolo, conheço um flerte de longe.

– Claro que não incomoda, estou lhe oferecendo, não estou? – Falou enquanto abria a porta ao seu lado. Adentrei o veículo ainda inseguro, mas afinal, o que poderia um professor fazer contra um aluno?

– Então, onde fica a sua casa? – Perguntou, olhando-me com o canto dos seus olhos. Ditei meu endereço, ainda que meio desconfortável em aceitar carona de alguém que mal conheço, não perderia a chance de não ter que esperar mais aquele maldito transporte público, além de que, ele era uma companhia e tanto.

– Então Daniel, você já deve ter mais de dezesseis anos, não dirige ainda? – Indagou assim que deu partida, puxando assunto.

–Dirijo sim, mas estou de castigo. –

–Ah entendo, também aprontava muito quando mais novo. Sinceramente, ainda apronto um pouquinho. – Riu descontraído das suas próprias palavras alcançando o meu olhar pelo retrovisor. Céus, que olhos são esses!

– Não me entenda mal, mas eu não sou de aprontar. – Um olhar travesso fora dirigido a mim e um arrepio passou por minhas costas.

– Não é isso que os boatos dizem, é? – Olhei-o desacreditado. Como diabos essa informação chegou nele?!

– Boatos nem sempre são verdadeiros, Senhor Treadaway! – Falei exaltado, pensando naquele nadadorzinho de merda que estava manchando minha reputação no colégio.

–Por favor Daniel, me chame de Noah, estamos fora da sala de aula, não precisa ser tão formal. Tenho que admitir ser uma pena, esse boato eu realmente gostaria de poder acreditar, ele é excitante. – Mas que professor atirado!

– Noah é um bonito nome. – Ele gargalhou alto, provavelmente pelo fato de eu ter ignorado a segunda parte do que ele falara.

Aquilo era definitivamente um flerte, e eu não sabia se queria que fosse um ou não, afinal ele continuava sendo meu professor e eu realmente não era o tipo de pessoa que buscava por confusão.

– Sabe Daniel, eu sei que é estranho eu ser assim tão direto, mas eu realmente me interessei por você. – Noah falou após longos minutos em silencio. Eu estava bastante desconfortável com a situação e analisava meus dedos para não ter que olha-lo, felizmente estávamos muito perto da minha casa e chegaríamos rápido devido à falta de trânsito

– Professor, esse tipo de conversa... Até parece que tem segundas intenções. –

– Alguma dúvida de que as tenho, Daniel? - Sussurrou meu nome sensualmente e parou o carro poucos metros do endereço que eu lhe dera. Em seguida, retirou o cinto e virou seu corpo em minha direção. – Olhe para mim, Daniel. – Pediu carinhosamente alisando o meu rosto, fazendo-me ainda que relutante olha-lo.

Agora é guerra!Onde histórias criam vida. Descubra agora